Moraes determinou a suspensão do X, o antigo Twitter, no dia 30 de agosto -  (crédito: AFP)

Função de bloquear usuário no X deixou de vetar o acesso a publicações do perfil que efetuou o banimento

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 - A função de bloquear um usuário no X, ex-Twitter, deixou de vetar o acesso a publicações do perfil que efetuou o banimento. A mudança foi percebida por usuários nesta segunda-feira (4/11), antes da rede social ou de seu dono, Elon Musk, fazerem qualquer anúncio.

 

"Você pode ver as postagens públicas de @exemplo, mas está bloqueado de interagir com elas. Você também não pode seguir ou enviar mensagens para @exemplo", diz o novo alerta de bloqueio.

 

Antes da alteração, o usuário recebia a informação: "@exemplo bloqueou você. Você está impedido de seguir @exemplo e de ver os tuítes de @exemplo".

 

 

A mudança deteriora um dos mecanismos de segurança indicados em caso de perseguição, importunação e assédio virtual, segundo advogados consultados pela Folha de S.Paulo, uma vez que a pessoa bloqueada continuaria com acesso a informações da vítima.

 

No último dia 16, a equipe de engenharia do X publicou que mudaria a dinâmica de bloqueio "nos próximos dias", sem definir uma data. A medida, segundo o X, visaria evitar que usuários restrinjam a visualização de outras pessoas para, depois, publicarem conteúdo nocivo ao bloqueado.

 

A rede social afirmou, ainda no fio, que as pessoas ainda podem manter seus perfis privados para permitir que apenas os seguidores tenham acesso às publicações. Procurado, o X não retornou até a publicação desta reportagem. A empresa deixou de ter representação de imprensa no país, após ser comprada por Musk em outubro de 2022.

 

"Essa suposta maior transparência pode expor pessoas a perseguidores virtuais, ex-parceiros abusivos e adversários políticos, entre outros riscos", diz o pesquisador do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (Iris) Paulo Rená.

 

Para ele, a rede social deveria coibir a difamação a partir de uma postura mais ativa na punição de quem espalha calúnias. "Fica a impressão de que a empresa está diretamente interessada em fomentar mais conflitos online, talvez como uma forma de elevar as interações na plataforma, sendo irrelevante se haverá mais harmonia ou agressividade".

 

 

A rede social alterou a política de bloqueio nos termos de uso, e retirou as restrições à visualização de publicações, respostas, seguidores, seguidos, listas, e à data de criação da conta enquanto está conectado ao X, além da possibilidade de encontrar postagens do bloqueador na busca.

 

Foi possível verificar as mudanças a partir de uma versão anterior dos termos de uso arquivada no site Internet Archive.

 

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O bloqueio ainda proíbe:

  • Interagir com publicações do bloqueador (gostar, responder, republicar)
  • Seguir, enviar mensagens e adicionar o bloqueador a listas
  • Marcar a pessoa em fotos