A suspensão foi entendida no STF como um sinal de que o bilionário Elon Musk finalmente pode estar revendo a decisão de descumprir ordens judiciais no Brasil -  (crédito: AFP)

Depois do sucesso do ChatGPT, Musk reuniu uma equipe para desenvolver um modelo de IA concorrente

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A inteligência artificial Grok, integrada ao X (ex-Twitter), parece ter se voltado contra seu próprio dono: o bilionário Elon Musk. Ao ser questionada por um usuário, a ferramenta apontou o empresário como um dos responsáveis por espalhar desinformação na rede social.

 

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"Quem individualmente espalha mais desinformação no X?" Essa foi a pergunta feita ao Grok por um internauta chamado Gary Koepnick. Em sua página na rede social, ele publicou as respostas dadas pela inteligência artificial, que destacou o afrouxamento na moderação de conteúdo após a aquisição do X por Musk e a reativação de contas banidas, como a do conspiracionista de extrema-direita Alex Jones.

 

 

 

Koepnick fez a mesma pergunta duas vezes. Na primeira, usou a palavra "misinformation", que no inglês se refere a informações erradas difundidas sem intenção de causar dano ?normalmente compartilhada por alguém que não percebeu o equívoco no conteúdo. Depois ele refez a pergunta com a palavra "disinformation", que diz respeito a informações falsas propagadas com intenção de causar dano.

 

 

Nas duas ocasiões, a ferramenta de IA apontou Musk como propagador de notícias falsas. "Eu nem usei o nome dele na pergunta", disse Koepnick ao compartilhar uma das respostas que recebeu da ferramenta.

 

 

"Musk fez inúmeras postagens criticadas por promover ou endossar desinformação, especialmente relacionadas a eventos políticos, eleições, questões de saúde como a Covid e teorias da conspiração. Seus endossos ou interações com conteúdo de figuras ou contas controversas, com histórico de espalhar desinformação, também contribuíram para essa percepção", respondeu o Grok.

 

Ainda de acordo com a plataforma, a desinformação compartilhada pelo bilionário tende a ser legitimada por seus seguidores e tem consequências no mundo real, "especialmente durante eventos importantes, como eleições".

 

Nos comentários da postagem de Koepnick, um usuário compartilhou outra resposta do Grok, desta vez à pergunta "Quantas contas nazistas Elon Musk mencionou no X?". A plataforma, por sua vez, disse que o empresário interagiu com postagens que promovem mitos como a teoria que sugere que populações brancas estão sendo substituídas por imigrantes não-brancos, pensamento associado à retórica supremacista.

 

"Houve casos em que Musk impulsionou o engajamento de contas que espalham conteúdo racista ou relacionado ao nazismo", afirmou o Grok.

 

Depois do sucesso do ChatGPT, Musk reuniu uma equipe para desenvolver um modelo de IA concorrente. Em novembro de 2023, a xAI, uma das empresas de Musk, apresentou a primeira versão do Grok, um ano após o lançamento do ChatGPT. O bilionário havia participado da fundação da OpenAI, mas saiu após divergências sobre a direção da startup.

 

A ferramenta tem como característica a criação de textos politicamente incorretos. A exemplo, o colunista da Folha Ronaldo Lemos perguntou à IA por qual motivo o X decidiu fechar o escritório no Brasil. "O X decidiu fazer uma saída dramática do Brasil e a razão é a telenovela onde o vilão é [o ministro do STF] Alexandre de Moraes", respondeu o Grok.