“Minas Gerais é um destino do mundo e amplia a percepção do Brasil no exterior”! Por isso, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, esteve em Belo Horizonte na semana passada para conhecer de perto o carnaval da capital mineira. Ele recebeu com exclusividade o Uai Turismo e frisou que Minas e BH são estratégicos para a promoção internacional do Brasil, uma vez que a Embratur tem trabalhado a diversidade brasileira, mostrando que o país não apresenta apenas destinos de sol e praia, como é hegemonicamente conhecido, mas que tem muito mais a oferecer.
Neste sentido, a gastronomia tem papel decisivo na oferta do Brasil dada a sua diversidade. Para Freixo: “o curioso é que se você vai em um restaurante peruano em qualquer do mundo você vai comer uma comida que você já sabe mais ou menos o que esperar. O mesmo acontece em restaurantes etíopes ou japoneses. Você tem um padrão de culinária que identifica aquele país. Mas o Brasil tem uma riqueza culinária tão grande, que qual é a culinária brasileira? Temos gastronomia amazônica, baiana, do sul do país, do Rio de Janeiro e tem Minas Gerais, que para mim é incomparável”.
Por isso, para Freixo é importante dar visibilidade para as outras inúmeras possibilidades que o Brasil oferece, afinal o turismo de sol e praia é uma realidade da oferta turística brasileira e continuará sendo. Mas trabalhar outros segmentos não invalida este, e sim complementa o país como um destino diverso.
Minas Gerais é um destino do mundo e o carnaval de Belo Horizonte já se destaca internacionalmente
“Assim sendo, Minas Gerais tem a atenção por parte da Embratur e junta-se a isso o período de carnaval. O carnaval é um momento muito poderoso para a divulgação internacional do Brasil e o carnaval de Belo Horizonte tem crescido muito em termos de volume, mas ainda assim é um carnaval acolhedor, alternativo, diversificado e com muita presença das mulheres e protagonismos diferenciados. Divulgar isso para o mundo é muito importante!”, analisa Marcelo Freixo.
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O presidente da Embratur ainda frisou a importância do trabalho que o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte tem realizado, que ele considera um aeroporto de ponta, mesmo sabendo que ele pode operar com ainda três vezes mais passageiros. Por isso Minas é um destino com capacidade de receber o público estrangeiro. Dos 15 mil desembarques previstos para o carnaval em Minas Gerais, 3.500 são de passageiros do exterior.
Neste sentido, a Embratur está levando para Belo Horizonte uma presstrip internacional, que é um convite à imprensa internacional para conhecer o carnaval do estado, para posteriormente divulgarem suas percepções em suas respectivas mídias. Serão 5 jornalistas internacionais especializados em turismo da Argentina e Chile, entendendo que o mercado da América do Sul é estratégico para o estado tendo em vista os voos diretos que o estado já possui, bem como a ampliação desses voos que está por vir.
Freixo ainda disse que herdou em 2023 uma Embratur do governo anterior sem orçamento e que desgastou a imagem no Brasil no exterior, especialmente no mercado europeu. Segundo ele, a França como principal país emissor de turistas para o Brasil tirou o país de qualquer promoção e divulgação devido à crise diplomática criada pelo governo anterior. Para Freixo: “nós herdamos uma tragédia. Tivemos um ano para construir uma política orçamentária, para recolocar o Brasil no mundo e dizer que o Brasil voltou, usando uma frase do presidente Lula”.
Já no final de 2023, como saldo, o presidente da Embratur reforça que o número de turistas estrangeiros no Brasil já alcançou os números de 2019, no período pré-pandemia. E ainda que o Brasil bateu o recorde de arrecadação com o turismo internacional de todos os tempos de acordo com o Banco Central, batendo o ano de 2014 que havia sido o melhor até então. Além disso em 2023 a Embratur consolidou seu planejamento e plano de marketing. Para promover um Brasil com tantas ofertas, a Embratur trabalha promovendo as segmentações turísticas com foco em mercados que recebem melhor cada uma delas. Um exemplo é o afroturismo, que dialoga muito com o mercado norte americano. Provavelmente Minas Gerais entrará em 2024 no circuito de afroturismo. Até então foram priorizados Rio de Janeiro e Salvador, que inclusive ganhou o prêmio de Capital Afro do mundo em 2023, na Espanha. Outra segmentação trabalhada é a do turismo de base comunitária que é muito bem recebida pelo público europeu. Neste sentido a Embratur tem trabalhado nas localidades a fim de prepará-las para receber o público estrangeiro.
Os desafios do turismo do Brasil para atrair o público externo: conexão e segurança
CONECTIVIDADE – Por ser um mercado da América do Sul o Brasil tem um oceano que o separa dos mercados norte-americano e europeu que são poderosos em termos aquisitivos. Por isso é importante recuperar a conexão. Segundo Freixo, a qualidade dos aeroportos brasileiros melhorou muito e com 3 companhias aéreas brasileiras ainda existe a possibilidade de novas companhias, inclusive as low costs. Dentro da Embratur foi criado um setor de modal com profissionais que trabalham todos os dias em contato com empresas aéreas de vários locais do mundo, justamente para trabalhar a conectividade brasileira.
SEGURANÇA – Sobre a recente divulgação do Ministério do Turismo sobre o Brasil ser considerado um dos 15 países mais seguros do mundo, com análise inclusive do colunista de “Turismo e Segurança” do Uai Turismo, Gláucio Porto, que apresentando um ranking global internacional coloca o país como um dos 35 mais inseguros do mundo, o presidente da Embratur, ainda que não responda sobre as ações do Ministério do Turismo, analisou como a Embratur pode trabalhar a imagem e a realidade da segurança no Brasil.
Segundo Freixo, em diversos locais do Brasil não existe um debate sobre segurança. Para ele as grandes cidades possuem desafios que são necessários de ser enfrentados. Ele acredita que o turismo faz parte da solução para o problema da violência e da segurança no país, uma vez que locais mais visitados naturalmente recebem mais investimentos em segurança. E ainda que os índices de violência são menores em locais que possuem mais turismo, pois possuem mais policiamento, são mais iluminados e com mais visibilidade. Isso não quer dizer que não existam casos onde turistas possam ser vitimados, infelizmente.
Dois elementos precisam ser analisados quando se trata de segurança. A insegurança real que existe e que precisa ser diagnosticada para se saber como prevenir e como entender um projeto turístico naquela região. E, em segundo lugar, a sensação de segurança que é mais interna do que externa. Freixo citou uma pesquisa onde turistas estrangeiros deixando o Rio de Janeiro pelo aeroporto do Galeão foram questionados se gostaram da cidade, se indicavam e se voltariam. 95% dos entrevistados disseram que tinham adorado a cidade e que voltariam. Para eles a sensação de segurança no Rio de Janeiro foi, provavelmente, superior à de um carioca. Por isso, Freixo entende que é preciso que sejam criados projetos que garantam que o turismo não tenha problemas com segurança, mas sem criar um Brasil para o turista e outro para o brasileiro.
Portanto, para trabalhar a imagem de insegurança do Brasil no exterior a Embratur foca em um trabalho estratégico de promoção com qualidade, tentando equacionar e equilibrar os pesos das notícias positivas e negativas, entendendo que o turismo pode ser uma grande solução para o Brasil ficar mais seguro para todos, moradores e turistas.
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