O Parque Geminiani Momesso é um museu de arte a céu aberto localizado em Ibiporã, a 25 quilômetros de Londrina, onde já abriga um pavilhão em homenagem ao artista Angelo Venosa e esculturas de grandes nomes como Emanoel Araújo, Gilberto Salvador, José Resende, Nicolas Vlavianos, Rubem Valentin e Victor Brecheret.
Empresário, colecionador e incentivador das artes, Orandi Momesso, fundou o Parque e a organização sem fins lucrativos Instituto Luciano Momesso, que tem a responsabilidade de administrar o museu a céu aberto. O Parque abrigará 80% da Coleção Orandi Momesso, contando os últimos 500 anos de história da arte brasileira. Construído ao longo de cinco décadas, o importante acervo reúne cerca de 5 mil obras de uma grande diversidade de artistas, em praticamente todos os períodos da arte brasileira, incluindo clássicos, pré-modernos, modernistas e contemporâneos. Frequentemente, trabalhos integrantes desse conjunto são doados para integrar o acervo de instituições brasileiras, como o MASP, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e MAM.
Divisão do museu a céu aberto
O museu a céu aberto está dividido em pavilhões, projetados pelo escritório Reinach Mendonça, para abrigar diferentes segmentos e artistas. Entre os espaços confirmados estão os destinados para urnas funerárias pré-cabralinas, objetos de engenho, arte popular, sacra, de povos originários, mobiliário, carrancas e um local para exposições temporárias que leva o nome e homenageia o pintor Raphael Galvez.
Toda essa riqueza artística está em um paraíso ecológico formado por uma área 1.355 milhão metros quadrados, dos quais 121 mil são de mata virgem que encontram o Rio Tibagi, um dos mais importantes da região. A área foi doada por Orandi Momesso e está sendo paulatinamente transformada no centro cultural com o projeto do importante paisagista Rodolfo Geiser.
Espaço Arco-Íris
“Espaço Arco-Íris”, do artista nipo-brasileiro Yutaka Toyota, foi a escultura mais recentemente inaugurada no Parque Geminiani Momesso. O monumento “Espaço Arco-Íris” foi originalmente produzido para a comemoração do Centenário do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação Brasil-Japão em 1995, quando a primeira parte foi instalada na cidade de Yokohama, desde então a obra pressupunha uma metade correspondente no Brasil. Agora, o Parque Geminiani Momesso foi o local escolhido para abrigar esse símbolo. “Completar essa obra é um sonho que sempre tive, ela tem um significado muito importante para mim”, diz Yutaka Toyota.
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A escultura remete à história destes países com trajetórias marcadas pela imigração e intercâmbio cultural. A escolha da peça também busca valorizar o Brasil como país que acolhe a maior população nipônica fora do Japão e o estado do Paraná como segunda maior colônia japonesa em solo brasileiro.
Projeto de paisagístico de Rodolfo Geiser
Regenerar e preservar a flora, o solo e a água da região foi a premissa do projeto paisagístico para o Parque Geminiani Momesso pensado pelo escritório Rodolfo Geiser Paisagismo e Meio Ambiente, formado pela arquiteta Christiane Ribeiro e o engenheiro agrônomo Rodolfo Geiser. Com mais de cem mil plantios já realizados, a maioria de árvores, a proposta abraçou a vegetação típica de Mata Atlântica valorizando dezenas de espécies nativas e agregando poucos exemplares de outros biomas brasileiros e exóticos de outros países para criar um visual exuberante e marcante.
A concepção eleva a experiência do público ao proporcionar um ambiente de relacionamento entre arte e natureza. São cinco mil metros lineares de caminhos pavimentados para os frequentadores do Parque, com trechos mais largos para a circulação de carros elétricos que garantem acessibilidade para todos, acessos de serviços e recuos de proteção contra incêndios. Pelo trajeto, maciços arbóreos abrigam surpresas visuais e recebem, em seus intervalos, esculturas em grandes dimensões e pavilhões expositivos.
Geiser destaca as experiências sensoriais vivenciadas no Parque: “O olfato, o tacto, a audição, a contemplação e o paladar. A beleza visual, o aroma das flores e dos frutos, as diferentes condições climáticas, o toque das plantas e a percepção de suas nuances de textura, a ação do vento sobre a vegetação e até o sabor de frutas silvestres”.
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Pelo caminho o visitante também passará por decks de madeira, pontes e mirantes que foram pensados para proporcionar a fruição entre a paisagem, as esculturas e os pavilhões. Além da hidrografia natural da região, o projeto do escritório Rodolfo Geiser contempla 33,7 mil metros quadrados de espelhos de água que enaltecem a beleza do paraíso ecológico que abriga o museu de arte a céu aberto do Paraná.
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