As praias da Região dos Lagos são bastante frequentadas por turistas mineiros durante as férias de julho. Além dos visitantes, as praias também são frequentadas por animais incomuns, bem como outras aves marinhas e tartarugas.
Diante das fofurinhas encontradas nas praias fluminenses, o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) orienta não tocar ou pegar os animais, pois eles podem estar doentes ou feridos. Se os bichinhos estiverem apenas de passagem, nadando perto da costa, é melhor apenas apreciá-los, fazer fotos e vídeos e só. Já que nem sempre temos a oportunidade de vê-los de perto.
Nesta época do ano, os pinguins estão em migração, em busca de águas mais quentes, e muitas vezes vão parar nas areias das praias da Região do Lagos por conta de cansaço extremo ou por estarem doentes. Nestes casos - e, também, nos casos de tartarugas e outras espécies de aves marinhas – os banhistas devem acionar o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) através do telefone 0800 991 4800.
Entre os resgatados está também um albatroz, ave que é o símbolo da instituição que, após reabilitado, será reintegrado à natureza, assim como os outros animais em recuperação. No dia 30 de junho, duas aves - um atobá e uma gaivota - foram soltas e reintegradas à natureza.
Praias monitoradas
Desde o início do mês de junho, o Instituto Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras em parte da Região dos Lagos. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama. São 25 praias monitoradas - de Unamar, em Cabo Frio, à Prainha, em Arraial do Cabo, passando pelas praias de Búzios - somando 54 quilômetros de litoral.
O monitoramento é feito diariamente a pé e em quadriciclos por técnicos e monitores. Durante a atividade, aves e tartarugas marinhas encontradas vivas pelas equipes de campo são encaminhadas para o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) da fase de transição, em Araruama, também sob responsabilidade do Instituto Albatroz. Os animais encontrados sem vida também seguem para o CRD, onde são submetidos à necropsia para que a causa da morte seja determinada, quando possível.
No primeiro mês da execução do PMP pela instituição, 48 animais entre aves marinhas e tartarugas foram recolhidos (17 vivos e 31 mortos). Entre os vivos, estão cinco pinguins-de-Magalhães, que foram resgatados nas areias das praias de Cabo Frio (dois na praia do Forte), Búzios e Arraial do Cabo.
Centro de Reabilitação e Despetrolização (Fase de Transição)
No CRD, os animais passam por tratamento e são reavaliados para atestar se estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação com anilhas metálicas cedidas pelos Centros Nacionais de Conservação e Pesquisa (CEMAVE e TAMAR). Isso permite o acompanhamento caso o animal apareça novamente, mesmo em outra região. O CRD conta com uma equipe formada por médicos veterinários e tratadores.
Em animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas, como embarcações, petrechos de pesca ou ingestão de lixo plástico.
Sobre o PMP
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás natural, conduzido pela Coordenação Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros (CGMAC) da Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O PMP está inserido em quatro núcleos, atuando nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo (onde está inserida a Região dos Lagos), Sergipe-Alagoas e Potiguar. Eles abrangem o litoral de dez estados, somando três mil quilômetros de costa brasileira.
O projeto tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
A coleta desses dados fornece informações valiosas sobre essas espécies, contribuindo significativamente para a formulação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade marinha. A população também pode participar, acionando as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto nas praias, através do telefone 0800 991 4800.
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o Projeto Albatroz, que atualmente conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).