Em março deste ano, o Hotel Nacional anunciou a chegada de Francisco Guarisa para assumir a pasta de Marketing e Comunicação do empreendimento. Após quatro anos desenvolvendo projetos em outros segmentos, o profissional retorna ao setor de Turismo. Guarisa possui mais de 20 anos de experiência, tendo atuado como gerente de Comunicação e Propaganda e gerente geral de Marketing na Varig, head de Comunicação e Marketing na Rio Samba & Carnaval e diretor de Marketing para o Brasil da Tap Air Portugal, onde ficou por 11 anos. Como consultor, também trabalhou em planejamento estratégico, branding, reposicionamento de comunicação e criação de projetos socioculturais em leis de incentivo, para diferentes organizações.
"Estou supermotivado com este novo desafio profissional. O Hotel Nacional é uma referência da hotelaria brasileira e, durante muitas décadas, foi o palco de grandes eventos nacionais e internacionais. Espero superar todas as expectativas do grupo e do mercado, contribuindo de maneira efetiva e mensurável para a continuidade do sucesso do empreendimento", destacou Guarisa.
Na entrevista ao jornal Estado de Minas, o head de Comunicação e Marketing conta um pouco da trajetória do hotel projetado por Oscar Niemeyer, inaugurado em 1972. Durante as décadas de 1970 e 1980, o Hotel Nacional foi um dos principais destinos de luxo do Rio de Janeiro, hospedando celebridades nacionais e internacionais, importantes congressos, conferências e eventos grandiosos, como as nove primeiras edições do Free Jazz Festival. No ano de 1995, após uma série de dificuldades financeiras e de manutenção, acabou fechando suas portas e assim permaneceu por 21 anos. Foi reaberto em 2016, dessa vez sob a bandeira da rede Meliá Hotels International, e operando com o nome "Gran Meliá Nacional Rio". No entanto, pouco tempo depois interrompeu suas operações e só foi reabrir de maneira definitiva em 2018, sob nova administração de um grupo de empresários goianos.
Hotel Nacional, obra do gênio Oscar Niemeyer
O hotel foi inaugurado em 1972 e é considerado um ícone da arquitetura nacional e da história do Rio de Janeiro. Sua torre monolítica em formato cilíndrico é um marco da arquitetura vanguardista de Niemeyer, com 34 andares e 413 apartamentos. Vale destacar que ele está rodeado por um jardim sinuoso projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx. Possui diversas obras de arte, como a escultura Sereia, de Alfredo Ceschiatti, à beira da piscina e de frente para o mar, além do candelabro de Pedro Corrêa de Araújo e um painel do artista argentino Carybé composto por 300 peças de concreto, ambos no lobby.
Qual é o público que se hospeda no Hotel Nacional?
O hotel possui um público de diversas regiões do país, com predominância de cidades do próprio Rio de Janeiro, várias regiões do estado de São Paulo e algumas cidades de Goiás. De Minas Gerais, temos um volume de hóspedes oriundos da capital e arredores, além das cidades do Triângulo Mineiro. No primeiro semestre, registramos crescimento de 18% de hóspedes mineiros, em relação ao mesmo período do ano anterior, como resultado de um trabalho de comunicação mais específico voltado para Minas Gerais. Estes números mostram o potencial do estado e redobram nossa expectativa de crescimento na região.
E do exterior? Quem são esses hóspedes?
Aproximadamente, 25% de nossos hóspedes são oriundos do mercado internacional, predominando nossos vizinhos do Mercosul. Recebemos também, com certa frequência, norte-americanos, ingleses e franceses, além de uma parcela interessante de hóspedes da Ásia e do Oriente Médio.
Quais são os desafios para o HN voltar a ser ícone da hotelaria do Rio?
O Hotel Nacional sempre foi e continuará sendo um ícone da hotelaria carioca e, porque não dizer, nacional. É um hotel de vanguarda e eleito em 1998 como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. O trabalho que estamos desenvolvendo tem como objetivo ampliar esse valor real existente em valor percebido, aliado a um serviço de alta qualidade com experiências memoráveis. É um hotel que une tradição, história e modernidade, de forma única. Queremos que nosso hóspede perceba o empreendimento muito além de um hotel, mas como uma genuína obra de arte e, por todos esses atributos, uma atração turística. Outro ponto importante que também contribuirá para o resgate desse protagonismo será a finalização da obra do Centro de Convenções, prevista para o final de 2025, que trará novas oportunidades na realização de grandes eventos, congressos e convenções.
Quais as novidades lançadas no Hotel?
Com uma gastronomia asiática e mediterrânea, o restaurante MASI é conduzido pelo premiado chef Nao Hara. O local mescla a alta gastronomia com uma das paisagens naturais mais belas do Rio de Janeiro. Porém, temos outras novidades, que ampliam a experiência qualificada de nossos hóspedes, como o Quiosque Nacional, em frente ao hotel, à beira da praia, com total infraestrutura e cardápio de petiscos assinados pelo nosso chef pernambucano Fagner Cruz e drinks variados criados pelo nosso bartender premiado Wanderson Guedes. Além disso, temos um Espaço Kids totalmente reformado, com 200 m², eleito em 2024 entre os três melhores espaços de entretenimento infantil de hotéis cinco estrelas do Rio de Janeiro, pela Veja Rio. Estamos também desenvolvendo projetos ligados à cultura e música, que em breve serão divulgados.
Quais estratégias estão sendo feitas para divulgação do HN dentro e fora do Brasil?
Em breve lançaremos uma campanha digital e OH (Out of Home) colocando o hotel como uma opção diferenciada de hospedagem no Rio de Janeiro e valorizando atributos que unem o hotel com a cidade, como vanguardismo, gastronomia, lazer, cultura, bem-estar, entre outros. A estratégia é mostrar, de forma criativa, que o hotel é a cara do Rio, ao mesmo tempo funcionando como uma excelente opção de lazer para as famílias, assim como para negócios, por sua infraestrutura e localização estratégica. No Brasil, a campanha será totalmente geolocalizada, privilegiando mercados com grande potencial de crescimento.
Qual a relação dos mineiros com o hotel?
Um destaque na relação do hotel com Minas Gerais está na escultura A Sereia, uma obra emblemática localizada ao lado da piscina, de frente para o mar. Ela foi criada pelo renomado artista plástico mineiro Alfredo Ceschiatti e encanta todos os hóspedes do hotel, assim como os que passam diariamente pela Av. Niemeyer. Outro destaque foi a presença do músico Milton Nascimento para a participação no Prêmio Sharp, além de outros músicos mineiros importantes, que participaram do Free Jazz Festival, como Toninho Horta. Uma outra lembrança mais recente foi o evento de despedida do jogador Fred de sua atividade profissional.