Mirante da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta de frente para as empenas do projeto CURA -  (crédito: Carlos Altman/EM)

Mirante da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta de frente para as empenas do projeto CURA

crédito: Carlos Altman/EM

Divertida, abusada, frenética, agitada, diversa, barulhenta, moderninha, colorida, grafitada, futurista, santa, não-santa, recatada, sonhadora, politizada, confusa, iluminada, musical, meiga, lunática, amorosa, roqueira, funkeira, radical, frenética, musical, sertaneja, saudosista, boêmia, conservadora, arborizada, premiada e, ufa, bela. Este é um resumo do que os turistas vão descobrir ao visitar Belo Horizonte. Se deseja conhecer um destino descolado e alternativo, Beagá, que hoje completa 127 anos, vai te surpreender.

 

 

Podemos acrescentar que a capital mineira é antes de tudo isso, mutante. Nunca se viu tantas transformações em um local em tão pouco tempo. A revolução cultural, que começou bem  antes da pandemia, já era visível nos espaços de lazer de BH. Grafites do projeto Cura espalharam por empenas dos prédios, do Centro de BH, dando cor e mudando a paisagem. Ressurgimento de novos circuitos turísticos pipocam do dia pra noite. E o mais marcante foi a explosão eufórica do carnaval, com milhares de visitantes, ganhou destaque e manchetou a imprensa, daqui e do exterior, e projetou a capital mineira mundo afora. Para o visitante que vem de fora, vamos enumerar 8 lugares imperdíveis para visitar ou (re)descobrir BH. Bora conhecer:

 


 


1) Horizonte Belo nas alturas

 

 Visitantes apreciam a vista do 25º andar, do mirante do Edifício Acaiaca

Visitantes apreciam a vista do 25º andar, do mirante do Edifício Acaiaca

Túlio Santos/EM/


Quem imaginaria que lá do alto dos prédios, os rooftops de edifícios na região da Avenida Afonso Pena, no Centro, se transformariam nos novos points de Belo Horizonte? O antigo Top Bar ( hoje se chama No Alto) foi referência com mais de 60 anos de existência. O mais antigo rooftop da cidade foi cúmplice dos amantes e os segredos bem guardados fazem parte da história de BH.  De clube de uísque a boate privê, ele já foi frequentado por Caetano Veloso. O cantinho nas alturas oferece vista privilegiada e panorâmica para casais apaixonados. Recentemente, os terraços dos edifícios icônicos Acaiaca, Dona Júlia Nunes Guerra e do antigo Bemge ( na Praça Sete), passaram a receber visitantes nas alturas. São lugares perfeitos para apreciar o pôr do sol e o horizonte de prédios, como um mar, é barrado pela Serra do Curral. 

 

 

2) Mirante das artes

Rua Sapucaí é ponto de encontro da galera jovem e descolada

Rua Sapucaí é ponto de encontro da galera jovem e descolada

Carlos Altman/EM

 

Diferenciada e diversa, a Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, que após décadas de abandono, viu o burburinho frenético-alternativo-colorido esparramar pelo asfalto, virar mirante, onde se avista a grande galeria de arte urbana dos grafites do baixo-Centro. O local concentra bares, drinquerias, restaurantes e hamburguerias. Frequentado por um público mix, todas as tribos lá se convergem. Recentemente, o local ganhou status de parque, e nos fins de semana, a Sapucaí virou um calçadão sem o vaivém de veículos. A proposta futura é dela ficar definitivamente fechada ao trânsito. 

 



3) Cidade dos anjos 

Cemitério do Bonfim, a Cidade do Anjos

Cemitério do Bonfim, a Cidade do Anjos

Carlos Altman/EM


Quando se entra no Cemitério do Bonfim, localizado no bairro homônimo, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o visitante é recepcionado por uma legião de anjos, arcanjos, querubins e serafins. Para quem acredita, são seres celestiais mensageiros da paz. Na primeira e mais antiga necrópole de Belo Horizonte, eles são os guias que vão te conduzir entre quadras e túmulos às centenas de esculturas em mármore, granito e bronze que fazem do local um museu a céu aberto. Basta seguir os anjos e descobrir preciosidades da arte fúnebre de autoria de escultores italianos que vieram para o Brasil no final do século 19.



4) Circuito Liberdade

Palácio da Liberdade, hoje museu, integra o Circuito Liberdade

Palácio da Liberdade, hoje museu, integra o Circuito Liberdade

Carlos Altman/EM

 

Caminhar pela Alameda Travessia e apreciar as palmeiras imperiais e os prédios, antigas secretarias de governo transformadas em museus, que contornam a Praça da Liberdade, o visitante viaja no tempo. No local, um registro da história de Minas. Palco e cenário de grandes acontecimentos de Minas Gerais - inaugurado em 1898, foi sede oficial do governo estadual até 2010 e testemunha de inúmeras manifestações populares -, o Palácio da Liberdade integra o Circuito Liberdade, sendo hoje um equipamento cultural aberto a moradores e turistas. Não deixe de visitar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Memorial Minas Gerais Vale, Museus das Minas e do Metal, a Casa Fiat de Cultura e tirar uma selfie em frente ao icônico Ed. Niemeyer.




5) Capital dos botecos

Bares da Região da Savassi são palco para torcedores em dia de jogos

Bares da Região da Savassi são palco para torcedores em dia de jogos

Marcos Vieira/EM


De copo cheio, petiscos de comida mineira e mesa na calçada, BH ganhou fama de ser a capital dos botecos. “Já que não tem praia, tem bar”, dizem os belo-horizontinos. Se antes, a Savassi era soberana na concentração na diversão etílica, hoje não mais. A bebedeira é generalizada e contagiante. Redutos boêmios tradicionais como Santa Tereza, Prado, Anchieta e Floresta disputam público como outros bairros como Buritis, Ouro Preto, Cidade Nova e Castelo. 


6) Moderna Pampulha

Vista aérea da igreja São Francisco de Assis (igrejinha da Pampulha)

Vista aérea da igreja São Francisco de Assis (igrejinha da Pampulha)

@estev4m/Esp. EM


Orgulho dos belo-horizontinos, destaque no coração dos mineiros e cartão de visita para quem chega à BH. Com décadas de história, o conjunto moderno da Pampulha, na capital das Gerais, comemora este ano sete anos da conquista do título de patrimônio mundial, na categoria Paisagem Cultural, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No complexo do início dos anos 1940 encontram-se as edificações projetadas por Oscar Niemeyer (1907-2012), quando Juscelino Kubitschek (1902-1976) era o prefeito de BH, pontificando a Igrejinha São Francisco de Assis, a Casa do Baile, o Museu de Arte (MAP) e o Iate Tênis Clube. Um lugar para ser apreciado por todas as suas referências imersas em estados sólido e líquido, arquitetura e poesia, afeto e admiração. 



7) Mercados de prazeres

As cores do Mercado Central, em Belo Horizonte

As cores do Mercado Central, em Belo Horizonte

Beto Novaes/EM

 




Se quiser realmente conhecer a cultura e a história de um lugar, visite o mercado local. E o Mercado Central de BH é um paraíso gastronômico e turístico por excelência. Nele, todos os sentidos são ativados, onde um turbilhão sensorial pode deixar inebriado o turista diante da mistura de cheiros, cores e sabores. Visitar um mercado é sentir o cheiro de temperos novos, é ver de perto frutas exóticas, é tocar em flores aveludadas, é ouvir músicas regionais e sotaques estranhos, é apreciar quitutes únicos e desvendar um admirável mundo de sabores. No burburinho dos corredores ou canais, o turista se encanta com as cores das frutas e verduras. Mas, são nos cheiros, e que cheiros, que esse centro de consumo se torna infalível. Eles conseguem conquistar os clientes com um buquê olfativo diversificado que é irresistível não querer provar um pouco de tudo. Perto dele, vale destacar também a metamorfose cultural promovida com o renascimento do velho Mercado Novo de BH. Uma transformação silenciosa que tomou conta do antigo prédio no Centro de BH após décadas de esquecimento. Em seus andares superiores, o mercado atrai empreendimentos gastronômicos e propõe uma revitalização do local, sem perder a identidade, os grafites, as esculturas e as intervenções que chegaram à área abandonada, Tudo foi mantido a fim de preservar o cenário original, mantendo até mesmo as frestas na construção pelas quais a luz solar entra e deixa o ambiente ainda mais lúdico.

 



8) Tesouros escondidos

 

 

 Vitória de Samotrácia, no Parque Municipal Américo Renné Gianetti

Vitória de Samotrácia, no Parque Municipal Américo Renné Gianetti

Carlos Altman/EM

 

Você sabia que réplicas de duas famosas esculturas do Louvre encontram-se 'perdidas' no Centro de BH? As esculturas gregas Vitória de Samotrácia e a Vênus de Milo passam despercebidas pelos visitantes no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Conhecido como o “pulmão verde” na capital mineira, o Parque Municipal foi, desde a sua inauguração, lá em 1897, um local de lazer dos belo-horizontinos. Berço da fauna e da flora no Centro de BH, o refúgio de tranquilidade na capital mineira abriga centenas de espécies de árvores, plantas, flores e pássaros. Anualmente, cerca de 500 mil visitantes passam pelo parque. Muitos, familiares que levam os filhos para se divertirem nos brinquedos antigos. Outros tantos, em busca de descanso entre os pés de fícus, jacarandás e flamboyants. Além dos praticantes de esportes que fazem regularmente caminhadas, jogam futebol ou tênis dentro do patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte