Interessada por alimentação, comportamento e ciência, iniciou sua carreira no Estado de Minas como estagiária de Saúde e hoje é repórter da área. Vencedora do Prêmio de Jornalismo CDL/BH, também já cobriu política, cultura, esportes e temas gerais.
O roteiro também reserva momentos de tranquilidade e contato com a natureza crédito: pexels -pixabay
Com a recente isenção de visto para brasileiros, a China se abre como um destino ainda mais atraente. Para quem busca ir além dos roteiros tradicionais, uma jornada de imersão cultural revela um país sensível, silencioso e muito distante dos estereótipos que costumamos ver.
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Essa foi a experiência da viajante-curadora Paola Gulin, que percorreu o país em busca de vivências que mostrassem uma outra face da nação asiática. “A viagem me transformou profundamente. Enxerguei uma China que não aparece nos guias: refinada, cheia de nuances”, conta ela.
O roteiro, desenhado em parceria com a produtora Nomad Roots, quebra paradigmas logo de cara. “Me surpreendi com cidades limpas, organizadas e um povo extremamente hospitaleiro. Tudo que eu achava que sabia sobre a China foi desfeito ali”, relata Paola sobre a impressão geral da viagem.
A jornada histórica começa em Xi’an, onde os famosos Guerreiros de Terracota e o ponto de partida da antiga Rota da Seda mergulham o visitante na cultura ancestral chinesa. Para a viajante, o momento foi de profundo “respeito e conexão com o passado”.
Já em Pequim, a história se torna viva e pessoal. A visita à casa de Liu, um morador de um tradicional Hutong que testemunhou a Revolução Cultural, proporcionou uma perspectiva única. “Conversar com ele foi como abrir um livro vivo sobre a China”, descreve Paola.
Até mesmo um dos pontos turísticos mais conhecidos do mundo, a Grande Muralha, ganhou um novo significado. Em vez de uma simples visita, a experiência incluiu uma prática de Tai Chi Chuan em sua extensão. “Os movimentos lentos e precisos ecoam até hoje. Foi uma experiência espiritual”.
O Parque Geológico Nacional Zhangye Danxia, localizado no noroeste da China, é uma das maravilhas naturais mais espetaculares do mundo. Conheça mais sobre este lugar fantástico! Imagem de eltonjohn1973 por Pixabay
O parque fica localizado perto da cidade de Zhangye, na província de Gansu. Pieceofmetalwork/Wikimédia Commons
O local é mundialmente famoso por suas montanhas coloridas que parecem ter sido desenhadas à mão. Flickr/Tommy Adey
As camadas de rochas sedimentares variam entre tons vibrantes de vermelho, laranja, amarelo, verde e azul, resultado da oxidação de minerais como ferro e outros depósitos. eltonjohn1973/Pixabay
Essa aparência espetacular é resultado de um processo geológico de mais de 24 milhões de anos, como os efeitos da erosão do vento e da água. 00luvicecream/Pixabay
As formações únicas são tão surreais que muitos visitantes comparam o local a uma paisagem alienígena ou a uma tela expressionista. Terry Wu/Wikimédia Commons
O parque cobre uma área de cerca de 510 km² e foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 2010 como parte das “Formações Danxia da China”. billbtbillb/Pixabay
O termo Danxia refere-se a um tipo específico de relevo geológico formado por rochas sedimentares avermelhadas, muito comum em algumas partes da China. chuxizjh/Pixabay
Mais especificamente, a aparência das montanhas é o produto de depósitos de arenito e outros minerais, comprimidos e elevados pela mesma atividade das placas tectônicas que formaram os Himalaias. Kang-Rui LENG/Pixabay
A visita ao local é feita por passarelas e plataformas de observação, estrategicamente posicionadas para garantir vistas panorâmicas. Flickr/Tommy Adey
Os melhores horários para visitar são ao nascer e pôr do sol, quando as cores ganham ainda mais intensidade. Flickr/Ivan Lau
Além do seu valor estético e turístico, o Parque Zhangyeé de grande importância científica, pois fornece informações sobre o processo de formação da crosta terrestre ao longo de milhões de anos. Kang-Rui LENG/Pixabay
Além de turistas, o local atrai geólogos, fotógrafos e estudiosos da natureza, sendo também um símbolo do potencial turístico da província de Gansu. -Imagem de Kang-Rui LENG por Pixabay
A província de Gansu, onde o parque está situado, é uma região de grande importância histórica e geográfica na China. Sigismund von Dobschütz/Wikimédia Commons
Localizada ao longo do antigo caminho da Rota da Seda, Gansu foi, por milênios, um elo vital entre regiões do interior da China com a Ásia Central. Domínio Público
Sua capital é Lanzhou, uma cidade industrial com mais de 4 milhões de habitantes. Wikimedia Commons/Pieceofmetalwork
Outras cidades como Dunhuang abrigam tesouros arqueológicos, como os Templos dos Mil Budas e as Grutas de Mogao, famosas por seus afrescos e esculturas budistas. Wikimedia Commons/ Zhangzhugang
O Forte Jiayuguan, primeira fortaleza de fronteira no extremo oeste da Grande Muralha da dinastia Ming, é outro local histórico impressionante. Wikimedia Commons/?????
A província também é conhecida por sua multiculturalidade, com influências tibetanas, mongóis e muçulmanas, refletidas na culinária e nas tradições locais. Laika ac/Wikimédia Commons
Apesar de enfrentar desafios como a aridez e a desertificação, Gansu ainda preserva belezas naturais e históricas que atraem viajantes do mundo todo. SZhangzhugang /Wikimédia Commons
Gastronomia e natureza
O roteiro também reserva momentos de tranquilidade e contato com a natureza. Em meio às montanhas de calcário, o hotel Sugar House, um antigo engenho reformado, oferece uma pausa no ritmo acelerado. “Ali o tempo corre em outro ritmo”, afirma.
A Yangshuo Sugar House é uma das atrações recomendadas pelo Guia Michelin Yangshuo Sugar House/Reprodução
Próximo dali, em Longji Village, o silêncio em meio às plantações de arroz se mostrou tão impactante quanto a vista.
A gastronomia também surpreende em Chengdu. A cidade é o lar do Mi Xun Teahouse, um restaurante vegetariano que conquistou uma estrela no Guia Michelin. “Foi a primeira vez que comi em um vegetariano com estrela Michelin. Verde, estético e delicioso”, lembra.
Para fechar a viagem, a experiência no santuário de pandas da região vai além da observação. Paola participou de projetos de conservação, ajudando pesquisadores a preparar os alimentos dos animais. “Passei o dia aprendendo sobre os pandas. Excesso de fofura e aprendizado.”
O Centro de Pesquisa e Reprodução do Panda Gigante em ChengDu foi criado na década de 80 Tamarocochinop/Wikimedia Commons