O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, recebeu a segunda lista e mais uma vez não consta o nome do país.
Os países incluídos na lista são: Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Coreia do Sul, Chade, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça e Sri Lanka.
O governo dos Estados Unidos é quem encabeça o acordo entre Israel e Egito para que os estrangeiros possam se deslocar de Gaza e entrar no território egípcio.
Em meio à escalada do conflito entre o Hamas e Israel, a retirada dos estrangeiros da Faixa de Gaza passou a ser prioridade diplomática. O governo do Qatar também participa do acordo.
A lista com 576 estrangeiros é composta majoritariamente por americanos (400). O presidente Joe Biden fez uma postagem declarando ter atuado pessoalmente para a retirada.
Na lista de repatriação elaborada pelo Itamaraty, há 34 pessoas esperando para deixar Gaza.
No grupo há 24 brasileiros e dez palestinos que desejam imigrar para o Brasil.
Dos inscritos na relação do Itamaraty, 18 se encontram na cidade de Rafah (fronteira com o Egito).
Os outros 16 estão na cidade palestina de Khan Yunis, localizada a cerca de 10 km do Egito.
O embaixador Alessandro Candeas declarou à Folha de S.Paulo que os brasileiros em Gaza estão vivendo em 'grande angústia' há quatro semanas, desde que foi iniciada a articulação para a retirada dos estrangeiros.
Hasan Rabee, palestino com cidadania brasileira que está em Gaza, fez vídeos relatando a espera aflita por deixar a área.
'Até o momento, não existe informação de quando os brasileiros na Faixa de Gaza vão sair', desabafou Rabee, de 30 anos.
Shahed al-Banna, de 18 anos, fez vídeo relatando as dificuldades pelas quais os brasileiros em Gaza estão passando.
'Cada dia é pior do que o anterior', declarou a jovem que está abrigada em uma casa alugada pelo governo brasileiro, em Rafah.
'Daqui a alguns dias acho que a gente já não vai mais conseguir encontrar água. Não temos luz. Olha o tanto de carregador… Não temos internet também, temos que ficar procurando um lugar com internet para conseguir manter contato com as pessoas daí (do Brasil)', relatou.
Na manhã de 2 de outubro, um avião desembarcou em Brasília com 32 brasileiros resgatados na Cisjordânia.
Território palestino, a Cisjordânia encontra-se na margem do conflito entre Hamas e Israel.
Os brasileiros resgatados foram inicialmente deslocados para Amã, capital da Jordânia, país que faz fronteira tanto com a Cisjordânia quanto com Israel.
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Amã repatriando os brasileiros.
Dos 32 brasileiros resgatados na Cisjordânia, 11 desembarcaram em Recife e o restante na capital federal (de onde seguiram em voo para suas cidades de origem).
O Palácio do Planalto informou que a aeronave da FAB utilizada no resgate atuou dias antes no envio de ajuda humanitária à região.
Com essa nova leva, aeronaves da FAB já resgataram 1.445 pessoas e 53 animais de estimação das áreas do conflito entre Israel e o grupo radical Hamas.
A guerra foi iniciada em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu Israel por terra, água e ar promovendo matança e fazendo reféns.
Como resposta, Israel passou a promover ofensivas bélicas contra a Faixa de Gaza.