Os sequestros de Cleveland foram três sequestros de mulheres, no início dos anos 2000, na cidade americana de mesmo nome. Amanda Berry, Georgina 'Gina' DeJesus e Michelle Knight foram liberadas apenas no dia 6 de maio de 2013.
As três mulheres ficaram cerca de uma década vivendo dentro de um infernal cativeiro, em uma casa. Era comum que elas ficassem amarradas e sequer vissem a luz solar. Também foram abusadas sexualmente. Berry (foto) até engravidou e virou mãe de uma menina.
Berry foi sequestrada em 2003, aos 16 anos. Já Knight (foto) sumiu com 21, em 2002. Jesus, por sua vez, ficou desaparecida em 2004, com 14 anos. As três foram feitas reféns por Ariel Castro, um americano filho de porto-riquenho.
Ariel Castro tinha 52 anos quando as mulheres conseguiram se libertar. Na ocasião, Berry aproveitou a saída do sequestrador para esmurrar a porta da casa.
Ele fez tanto barulho e gritou por socorro, que chamou a atenção dos vizinhos, que logo acionaram a polícia, em 06 de maio de 2013. Berry conseguiu fazer isso após um descuido incomum de Castro, que a deixou desamarrada e com uma porta interna aberta.
'Me ajudem, eu sou Amanda Berry... Eu fui sequestrada e estive desaparecida por dez anos... Eu estou aqui, estou livre agora', gritou Berry.
Os policiais entraram na casa armados e logo soltaram as outras duas. O trio foi logo conduzido para uma clínica médica. A casa ficava localizada na 2207 Seymour Avenue, em Tremont, um bairro residencial de classe média a cerca de 4 km de onde foram raptadas sequestradas anos antes.
O sequestrador acabou confessando os crimes. Ele se definiu como um maníaco sexual e também reconheceu a paternidade da filha de Amanda Berry. Ele, porém, assegurou que não planejou os sequestros e, sim, que foram 'oportunidades'.
A casa tinha 130 m², com dois andares, quatro quartos e um porão de 71 m². A residência foi construída em 1890 e amplamente reformada em 1956. Ele teve que demolir a sua casa para não pegar pena de morte.
Na data de aniversário dos sequestros, Castro 'comemorava' com um bolo e exibia reportagens de televisão com os familiares delas desabafando. Ariel Castro foi condenado à prisão perpétua, por quase 1000 crimes.
Apesar disso, Ariel Castro se matou na prisão, em setembro de 2013. Ele se enforcou no Centro de Reabilitação Correcional de Orient, no estado de Ohio. Os funcionários até tentaram reanimá-lo, mas em vão.
Cleveland, aliás, também fica em Ohio. É a segunda maior do estado, com cerca de 400 mil habitantes, só atrás de Columbus, com 900 mil. É em Cleveland onde fica localizado o Hall da Fama do Rock and Roll.
Ariel Castro chegou a ser casado. Ele conheceu Grimilda Figueroa em 1980. Logo se casaram e foram morar naquele mesmo endereço. Aos poucos, porém e infelizmente, ele tornou-se violento e começou a bater nela. Certa vez, ele a jogou pela escada e fraturou o crânio.
Em 1993, Castro foi por violência doméstica, mas foi solto. Três anos mais tarde, Grimilda fugiu de casa, com os quatro filhos. Mas ele a ameaçava. Figueroa depois conseguiu medida protetiva e morreu em 2012, com um tumor no cérebro, aos 48 anos.
Castro trabalhou como motorista de ônibus de 1991 a 2012, quando foi demitido por mau comportamento. Na época em que as mulheres conseguiram fugir, ele enfrentava problemas financeiros e a casa estava perto de ser hipotecada.
Michele Knight foi a primeira a ser sequestrada. Ela desapareceu em 23 de agosto de 2002. Ela aceitou a carona de Castro, que lhe prometeu doar alguns cachorros. Ela foi a mais violentada, tendo que fazer cinco abortos. Depois de libertada, fez reconstrução facial, mas ficou surda de um lado.
Amanda Berry foi a segunda. Ela também aceitou uma carona de Castro, no dia 21 de abril de 2003, véspera de seu aniversário de 17 anos. O caso dela, porém, foi amplamente noticiado na imprensa.
Gina desapareceu aos 14 anos, em 2 de abril de 2004. Ela falava em um orelhão, justamente com Grimilda. A então adolescente era muito amiga da filha de Castro com Grimilda, Arlene.
Hoje, a história virou livro, escrito por Amanda Berry e Gina.