O mapa incorpora ao território venezuelano a região de Essequibo, que faz parte da Guiana.
Maduro ordenou que o mapa seja distribuído em escolas e universidades por toda a Venezuela. A representação cartográfica também já está afixada em prédios governamentais.
“Imediatamente, ordenei publicar e levar a todas as escolas, colégios, conselhos comunitários, estabelecimentos públicos, universidades e em todos os lares do país o novo mapa da Venezuela com a nossa Guiana Essequiba. Este é o nosso querido mapa!”, escreveu o governante em seu perfil oficial nas redes sociais.
Por decreto, Maduro criou a “zona de defesa integral Guayana Essequiba” (forma como o território é denominado na Venezuela).
O governante afirmou ter enviado à assembleia do país um projeto de lei para a criação da província.
No dia 4 de dezembro, os eleitores venezuelanos aprovaram em referendo a criação de uma nova província na região de Essequibo.
Segundo a autoridade eleitoral da Venezuela, mais de 95% dos eleitores rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça na disputa pela posse do território entre o país e a vizinha Guiana.
A Corte Internacional de Justiça, sediada em Haia, na Holanda, havia decidido no dia 1º de dezembro que a Venezuela não poderia anexar Essequibo. O tribunal se pronunciou após ser acionado pelo governo da Guiana.
O órgão, que integra a ONU, não chegou ainda a uma conclusão sobre a quem pertence de fato o território, mas diz que Caracas, por ora, não pode deliberar a respeito.
O governo de Maduro não reconhece a competência do Tribunal de Haia e, por isso, manteve a realização do referendo.
Com população de 125 mil habitantes, Essequibo faz fronteira com o norte do Brasil e representa 70% do território da Guiana.
Desde 1966, quando a Guiana declarou independência do Reino Unido, a Venezuela reivindica para si a região de Essequibo.
A Guiana tornou-se colônia do Reino Unido no século XIX a partir de um acordo dos britânicos com a Holanda.
A descoberta em 2015 de fartas jazidas de petróleo em Essequibo acirraram ainda mais a disputa pelo território.
Guiana e Venezuela lançam mão de documentos internacionais para reivindicar a posse sobre Essequibo.
A Guiana se vale de um laudo feito em Paris no ano de 1899 estabelecendo as fronteiras atuais. Na época, o país estava sob o jugo britânico.
A Venezuela se baseia em um acordo de 1966 com o Reino Unido, antes de a Guiana tornar-se independente, anulando o laudo e propondo uma solução negociada.
O presidente da Guiana, Irfan Ali, declarou que irá acionar o Conselho de Segurança da ONU contra Caracas.
"A força de defesa da Guiana está em alerta máximo. A Venezuela declarou-se claramente uma nação fora da lei”, afirmou Irfan Ali.