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Gesto de honestidade: Empresário recebe PIX por engano e devolve R$ 690 mil


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Arquivo Pessoal/Lealdo dos Santos

Após optar pela devolução, Lealdo descobriu que a quantia seria utilizada para a compra de um apartamento. Ele, então, teve que parcelar a transferência do dinheiro por um problema no banco.

Arquivo Pessoal/Lealdo dos Santos

“Na hora [do PIX] fiquei desesperado [...]. Na minha cabeça, a primeira coisa que eu pensei era que fosse algum golpe, que os caras jogaram na minha conta por engano e depois iam vir me procurar”, afirmou o empresário, que tem um comércio no ramo de ar-condicionado automotivo.

Arquivo Pessoal/Lealdo dos Santos

Na ocasião, o empresário chegou a pensar que fosse o valor do resgate de algum sequestro. Depois de 24 horas, foi até a agência do banco de origem da quantia para dar prosseguimento à devolução.

Arquivo Pessoal/Lealdo dos Santos

Mesmo ouvindo "conselhos" de outras pessoas para ficar com a bolada, seguiu a cabeça e o coração. “Só que minha cabeça e meu coração falaram que tinha que fazer a coisa certa. Eu não pensei duas vezes em devolver", afirmou ao G1.

Arquivo Pessoal/Lealdo dos Santos

“Fiquei mais feliz depois que eu consegui achar [o dono]. Vi que era um senhor, uma pessoa de boa índole que trabalhou pra caramba”, afirmou.

Divulgação

“Muitas pessoas me sugeriram que eu ficasse com dinheiro, que era meu, mas meu coração falou que não era, que eu tinha que procurar o dono. Não dá para ficar com o que não é nosso. Sei que passamos por momentos difíceis, mas temos que fazer a coisa certa”, afirmou.

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Um dia após receber o PIX, Lealdo encontrou o dono da quantia, depois do gerente do banco de origem localizar e entrar em contato com o proprietário da conta.

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“Ela ficou surpresa com a minha atitude e conseguiu entrar em contato com ele [dono do dinheiro]”, relembrou.

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“Era um bancário e estava comprando um apartamento. Então, ele estava dentro do cartório, preencheu o contrato da transferência e, quando foi finalizar o pagamento para o corretor, mandou o PIX para mim. Na hora tinha achado que fosse um novo golpe. Ia acabar com o sonho dele”, explicou ao G1

Marcello Casal Jr / Agencia Brasil

Trata-se do ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva Big, que fez o PIX de R$ 690 mil por engano. Ele afirmou ao G1 que ficou 'apavorado' com o erro, achando que poderia ter perdido de vez o dinheiro para a compra de um imóvel. 

Arquivo Pessoal/Rafael Big

"O Lealdo foi muito decente. Assim que identifiquei o problema consegui localizar a oficina dele. Desde o início, ele teve boa vontade e quis ajudar. O problema é que o banco dele não liberava o limite. Ele fez a devolução assim que conseguiu. Passou sete dias me mandando o comprovante com os depósitos. Teve muita boa fé, foi honesto, muito gente boa", afirma.

Reprodução/Intersindical classe trabalhadora

"Não consegui comprar o apartamento que eu queria por conta disso. Essa saga terminou apenas ontem. Agora, depois de tanto estresse, eu quero descansar, quero relaxar e fazer tudo com calma. O Lealdo fez de tudo para me ajudar", diz.

Reprodução/Intersindical classe trabalhadora

Apesar dele ter colocado o CPF correto do destinatário, Big acabou se atrapalhando e apertou o botão errado na hora de finalizar a transação.

Reprodução/Youtube/BancoCentral

"Fiquei apavorado achando que tinha sido vítima de um golpe. Pensei na hora que tinha me ferrado. Toda essa situação poderia ter sido resolvida se o banco dele tivesse uma agência física. Seria muito mais simples. Ele mexeria no limite e conseguiria devolver tudo de uma vez. O problema é que o banco não ajudou em momento algum", explica.

Marcello Casal Jr/Ag. Brasil

Após a devolução, ambos descobriram que o bancário foi cliente do empresário um mês antes da transferência por engano. “Fiz um trabalho no carro dele”, relatou Lealdo

Daniel Dan por Unsplash

Lealdo tentou fazer o estorno, mas foi bloqueado pelo seu banco, o C6 Banck. “Tive um transtorno [...]. Eles bloquearam a minha conta, não conseguia fazer nada”. Após resolver essa situação, só conseguiu devolver a quantia em parcelas.

Marcello Casal Jr/Ag. Brasil

Diante disso, o empresário teve que fazer um PIX de R$ 100 mil por dia até chegar ao valor de R$ 690 mil. Ao longo da transação, Leonaldo ficou em contato com a advogada do dono do dinheiro, que passou por problemas de saúde recentemente. 

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“Acho que temos que fazer a coisa certa para nossa vida dar certo”, finalizou Lealdo.

Divulgação/C6 Bank

Por meio de uma nota oficial, o C6 Bank informou que opera segundo as regras de funcionamento do PIX. O saldo foi bloqueado, portanto, por causa do sistema Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central.

Divulgação/C6 Bank

"A devolução de valores via Pix deve ser feita pelo botão 'devolver Pix' disponível no aplicativo, destinado a esse fim. A opção de devolver valores parciais foi uma escolha do cliente, e não imposição do banco”, informou, em nota.

Divulgação/C6 Bank

O PIX é um meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central do Brasil para facilitar as transações financeiras. Atualmente, é o segundo meio de pagamento preferido dos brasileiros.

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O erro de Big é comum, já que o PIX é algo novo no universo do brasileiro. Em 2022, a advogada Jéssica Martins Cortes, de 28 anos, recebeu o dinheiro via PIX. Ao conferir com a seguradora, devolveu a quantia.

Arquivo Pessoal/Jéssica Martins

“Estava esperando R$ 14 mil, mas quando recebi a notificação e apareceu o valor, eu olhei e falei: ‘Meu Deus, está errado’. Assustei. Abri o aplicativo e vi que era R$ 100 mil mesmo. Estava até com medo de andar com tanto dinheiro na conta”, disse.

Arquivo Pessoal/Jéssica Martins

Segundo o Banco Central, é possível cancelar a transação apenas antes da confirmação do pagamento. Depois de confirmar, a liquidação do PIX ocorre em tempo real, o que impossibilita o cancelamento.

Reprodução/Youtube/BancoCentral

Segundo o Febraban (Federação Brasileira de Bancos), quem recebeu um PIX por engano tem que entrar em contato com o destinatário para devolução do valor. A não devolução de um PIX feito por engano pode resultar em uma ação judicial e eventuais penalidades.

Divulgação/Febraban