O caso, ocorrido em junho, teve repercussão mundial. Recentemente, um estudo do especialista José Luís Martín para o site espanhol NIUS indicou que os 5 ocupantes perceberam que morreriam, cerca de 1 minuto antes, pois o equipamento afundou 900 metros, verticalmente, sem controle.
Destroços do submersível Titan foram trazidos à superfície no fim de junho. Havia fragmentos metálicos, além da parte dianteira com uma janela pela qual os cinco homens conseguiam observar o lado de fora.
Os destroços foram encontrados por um robô não tripulado americano, chamado Odysseus 6K. E levados pelo navio Horizon Arctic até um cais da Guarda Costeira canadense.
O resgate foi feito pelo Conselho de Investigação Marinha (MBI), o mais alto nível de investigação da Guarda Costeira dos EUA.
Além da estrutura do submersível, também foram encontrados restos mortais dos passageiros.
Antes de serem içadas por guindastes e transportadas em caminhões, as peças foram protegidas por lonas.
Segundo a “OceanGate”, empresa fabricante do “Titan”, o submarino podia chegar a 4 mil metros de profundidade e alcançava uma velocidade de 5,5 km/h. Ele media 6,7m de comprimento e pesava cerca de 10 toneladas.
Mas, de acordo com investigadores da Guarda Costeira dos Estados Unidos, a embarcação não era adequada para atingir grandes profundidades, pois o casco de fibra de carbono não tinha a resistência necessária.
Especialistas também alertaram sobre a janela de visualização, que não possuía certificação para mergulhos em tais condições.
Os destroços estavam no fundo do mar, a 500 metros da proa do Titanic, e foram localizados em 22/6 após uma ampla missão de busca e resgate.
O naufrágio fica quase quatro quilômetros abaixo da superfície do oceano e a mais de 640 km da costa de Terra Nova, no Canadá.
O Titan partiu no dia 18/6 com o objetivo de alcançar os destroços do Titanic, o famoso transatlântico que naufragou em abril de 1912. Mas o submersível perdeu contato com o cargueiro “Polar Prince” cerca de 1 hora e 45 minutos depois de ser lançado ao mar.
No dia 03/07, a CNN divulgou a última foto de pai e filho que morreram na implosão do submersivel. Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, 19, são vistos pouco antes de embarcarem em 18 /6.
Além deles, havia outras 3 pessoas a bordo. Entre elas, o bilionário britânico Hamish Harding, de 59 anos.
O próprio CEO da empresa que realiza a expedição, Stockton Rush, estava entre os passageiros.
Ironicamente, a esposa do CEO, Wendy Rush, era descendente de um casal que morreu na tragédia do Titanic, em 1912. Inclusive, os dois foram retratados no filme de 1997.
Em um vídeo divulgado pelo CEO Stockton Rush, é possível ver detalhes do interior do submarino. Havia três telas — uma com as informações da navegação, outra que exibe o sonar e uma tela maior, em que imagens são exibidas para os passageiros.
O submarino também contava com a presença de Paul-Henry Nargeolet, um ex-militar da Marinha francesa. Ele era considerado o maior especialista no naufrágio doTitanic.
O mergulho até os destroços do Titanic levaria cerca de oito horas para ir e voltar. O especialista em submarinos David Lochridge, que trabalhou para a OceanGate, chegou a alertar sobre possíveis problemas de segurança, em 2018.
Na época, ele disse que havia falhas no casco de fibra de carbono do Titan que poderiam passar despercebidas sem testes mais rigorosos. A OceanGate demitiu Lochridge por revelar informações confidenciais.
Em uma implosão, acontece o contrário do que aconteceria em uma explosão, ou seja, o objeto se contrai e é esmagado de fora para dentro.
Segundo especialistas, a ação é muito rápida e tudo acontece em uma questão de milissegundos.
No fundo do mar, quanto maior a profundidade, maior é a pressão exercida pela água. Por isso, é fundamental usar materiais que suportem tamanha pressão, o que não era o caso do Titan.