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Pesquisa mostra que motoristas de Uber trabalham demais e ganham pouco


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Divulgação/Uber

Um estudo do Ministério Público do Trabalho (MPT) - a partir de entrevista com 400 profissionais que rodam na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) - mostrou uma sobrecarga no serviço.

Reprodução / Site oficial do Ministério Público do Trabalho

O levantamento chamado ‘Dirigindo para a Uber’ foi feito por causa da ausência de dados relacionados ao cotidiano dos motoristas de aplicativo.

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A escolha dos participantes se baseou nas corridas que os pesquisadores pegavam em locais de embarque mais movimentados da região. Em seguida, o questionário era feito durante a rota.

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O coordenador da pesquisa, Fábio Tozi, celebrou a receptividade dos profissionais que atuam no Uber: “A aceitação dos motoristas foi impressionante! A gente achou que teria muito problema, mas foi uma resposta incrível. Inclusive, eles queriam falar coisas além do que era perguntado”.

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A pesquisa feita pela UFMG em parceria com a Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) concluiu que os motoristas ganham na média R$ 6.488 por mês. Porém o valor para R$ 2.515.

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Isso se explica pelos altos gastos com alimentação, gasolina, seguro do carro, prestação ou aluguel, além da higienização. Por isso, é fundamental ter controle sobre as despesas e gerenciá-las o máximo possível.

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No entanto, a consciência do que é custo entre os próprios motoristas é bem diversificada. Quase todos os entrevistados (99,5%) normalizam os gastos com combustível como inerente à profissão. A variedade de opiniões vem em seguida.

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O segundo item apontado como despesa é a internet, com 82,5% ressaltando sua necessidade para acessar o aplicativo, aceitar corridas e seguir o trajeto até o destino.

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O estudo identificou uma falta de regulação da carga horária. O tempo médio ao volante ultrapassou as 50 horas semanais, bem acima das 44 horas permitidas pelo regime de CLT.

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Outros dados: 44,7% dos participantes não contribuem com a Previdência social. Já 98,3% dos entrevistados não estão vinculados a associações ou sindicatos.

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O estudo mostra a fadiga dos motoristas: 94,7% dos entrevistados não descansam nos finais de semana e 58,3% só param para fazer uma pausa ‘quando o corpo dá sinais’.

Cerca de 32 % dos entrevistados afirmaram que entraram para a Uber entre três e cinco anos atrás.

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A maioria dos entrevistados opta por atender também clientes de outros aplicativos. Assim, 53,6% também atuam no app 99 e 17,5% estão vinculados à recém-chegada InDrive.

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O estudo indicou que 96,3% dos participantes são homens, sendo 64,4% negros. Entre os autodeclarados pretos e pardos, 48,5% têm menos de 40 anos.

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Entre os brancos, 58% estão na faixa etária entre 40 e 59 anos. Os motoristas acima dos 60 anos representam 13,8% dos entrevistados.

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Quase sete entre dez entrevistados declararam que o transporte de passageiros representa o seu principal sustento. Já 30,9% dos participantes dizem que atuam como motorista para ganhar um dinheiro a mais.

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A Uber publicou nota para contestar a pesquisa feita pela UFMG pelo pequeno número de entrevistados. Aliás, a companhia declara que “há lacunas na metodologia e resultados que não mostram a realidade dos motoristas parceiros da Uber, o que é evidenciado por pesquisas com amostragem mais ampla”.

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O coordenador do levantamento, Fabio Tozi, rebate que o número de participantes é satisfatório para esse tipo de pesquisa: “A Uber não disponibiliza a quantidade de motoristas que existem na região, por isso não tivemos parâmetro para fazer uma análise estatística, com probabilidade e amostras exatas”.

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Ainda assim, a empresa rebate que os dados referentes a gastos no estudo apontam incoerências nas respostas: “Não há indicação de quais itens foram avaliados para se chegar a esses valores”.

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