O carnavalesco já lutava contra um câncer na uretra desde 2022. A causa da morte foi divulgada como insuficiência respiratória.
Ele estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
Quinho nasceu no Morro do Dendê, RJ, em 1957. Começou sua carreira no Carnaval no bloco Boi da Freguesia, na Ilha do Governador. Em 1988, foi chamado para compor o carro de som da União da Ilha, onde ficou até 1990.
Em 1991, Quinho foi para o Salgueiro, onde se tornou uma das vozes mais marcantes da escola.
Com o Salgueiro, Quinho conquistou os títulos do Carnaval carioca em 1993 e 2009.
Quinho era conhecido por sua interpretação vibrante e emocionante. Sua voz era capaz de contagiar a multidão e levar o público ao delírio.
Alguns dos sambas-enredo mais memoráveis interpretados por Quinho são: “Peguei Um Ita no Norte” (1993), "O Mundo Precisa de Esperança" (1999), "O Poder da Criação" (2000) e “O Axé do Salgueiro” (2005).
Quinho também foi um grande divulgador do Carnaval carioca. Ele participou de diversos programas de televisão e rádio, e sempre defendeu a importância da folia para a cultura brasileira.
O Salgueiro anunciou que os intérpretes vão prestar uma homenagem cantando músicas que ficaram famosas na voz de Quinho. Além da música, também terá dança, chamada popularmente de ‘gurufim’.
Na sexta-feira (05/01), às 9h, ocorrerá outro momento de despedida na capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O enterro está programado para as 13h.
"Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível”, publicou o perfil do Salgueiro nas redes.
Quinho foi responsável por popularizar bordões na Sapucaí como "arrepia, Salgueiro, pimba, pimba", "ai, que lindo, que lindo" e "que bonitinho".
Apesar de ter se tornado um ícone do Salgueiro, Quinho também passou por outras escolas do Rio, como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz.
Em São Paulo, Quinho passou pela Rosas de Ouro, e em Porto Alegre, passou pela Vila do IAPI.
Em 2009, Quinho comandou o samba “Tambor”, que levou o Salgueiro a seu nono e último título conquistado.
Ele chegou a se candidatar a presidente da agremiação, mas por conta de alguns desentendimentos com a diretoria, acabou tendo a candidatura impugnada.
Quinho só retornou aos vocais da escola em 2019, ao lado do também intérprete Emerson Dias.
Após a divulgação da morte, diversas personalidades do mundo do samba se manifestaram nas redes sociais.
Outras escolas de samba do Rio de Janeiro também fizeram postagens em homenagem ao intérprete.
A morte de Quinho do Salgueiro é uma grande perda para o Carnaval carioca. Sua voz e sua interpretação ficarão para sempre marcadas na memória dos amantes da folia.