Incentivada pela popularidade da árvore na televisão, a direção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, na zona sul carioca, criou um tour pela trilha dos jequitibás que existem dentro da área verde.
Os visitantes podem percorrer a trilha que passa por 20 exemplares , o mais alto deles com 31 metros de altura.
Na visita, as pessoas também observam espécimes que foram plantados por personalidades mundialmente famosas, durante visitas do Jardim Botânico. Entre elas, a Rainha Elisabeth da Bélgica, em 1920.
Outros que plantaram jequitibás no Jardim são o cantor americano Jack Johnson, em 2011; e o botânico inglês, Ghillean Prance (foto), em 2013.
A visita especial pela trilha vai até 29 de fevereiro. Mas, depois, a qualquer momento, os visitantes do Jardim Botânico podem apreciar as árvores dessa espécie - e todas as outras - já que o parque é aberto ao público.
Durante o passeio, as pessoas ficam sabendo não apenas da importância do jequitibá, mas do risco que a espécie corre por causa da exploração ilegal em florestas. O jequitibá-rosa e o jequitibá-cravino, cobiçados para a fabricação de móveis, estão sob risco de extinção. (Na foto, um jequitibá no Caminho do Ouro, no RJ)
Uma das memórias mais importantes no Jardim Botânico é a visita de Albert Einstein, em 1925. O cientista,um dos gênios da humanidade, se encantou por um jequitibá dizendo-se impressionado com o gigantismo da árvore. . Mas a árvore morreu anos depois. Atualmente, um outro jequitibá está no lugar, ainda em crescimento.
O nome 'jequitibá' tem origem indígena. Na língua tupi, significa 'gigante da floresta'. Está entre as maiores árvores do Brasil, ao lado de jatobás, angelins e sapucaias.
Uma curiosidade é que um jequitibá-rosa no Parque Estadual do Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo, é considerada uma das árvores mais antigas do mundo, com idade estimada em 3 mil anos.
Os visitantes costumam posar com os braços abertos, junto à árvore, para dar uma dimensão de sua grandiosidade.São 49 metros de altura e uma circunferência de 16 metros. Seriam necessárias 10 pessoas de mãos dadas para dar a volta em seu tronco. A árvore é chamada de 'Patriarca da Floresta' .
Na novela, um facão enterrado em frente a um jequitibá simbolizou a força do fazendeiro José Inocêncio. Na primeira versão da novela, em 1993, o personagem foi vivido em 2 épocas distintas por Leonardo Vieira e Antônio Fagundes. Em 2024, por Humberto Carrão e Marcos Palmeira.
José Inocêncio vai com o facão até o jequitibá, faz uma reverência à árvore gigantesca e diz: 'Aqui aos seus pés eu vou plantar minha alma'
Por seu simbolismo como árvore nativa da Mata Atlântica e seu gigantismo, o jequitibá também inspirou compositores em músicas populares no país.
Existe uma canção chamada 'Jequitibá', composta por José Ramos, sambista da Mangueira, cuja letra diz 'O jequitibá do samba chegou, Mangueira é uma floresta de sambistas, onde o jequitibá nasceu'. Beth Carvalho gravou.
A música 'Saudade de Minha Terra', da dupla sertaneja Milionário e José Rico, também exalta essa espécie de árvore no trecho 'Cortando o estradão, saio a galopar. E vou escutando o gado berrando. Sabiá cantando no jequitibá'
Os jardins botânicos são espaços onde árvores de diversas espécies são preservadas e estudadas. Os JBs , além de manterem parques abertos à visitação, também são instituições de pesquisa.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que está promovendo a trilha dos Jequitibás, foi inaugurado em 1808 e é um dos espaços verdes mais bem preservados da cidade. Ocupa uma área de 54 hectares no bairro de mesmo nome, na zona sul do Rio.
Além de abrigar 6.500 espécies de flora, algumas ameaçadas de extinção, tem a mais completa biblioteca especializada em botânica do Brasil. E mantém um acervo de 600 mil amostras de plantas desidratadas.
O Jardim Botânico de São Paulo também tem jequitibás (foto) . Fundado em 1928, fica em Água Funda, e teve um orquidário como marco inicial. Porém, foi oficializado como entidade de pesquisa botânica em 1938 e abriga, inclusive, árvores com risco de extinção.