A mãe da criança, Ellen, postou o caso nas redes sociais com alerta de que bichos peçonhentos podem se esconder nas casas. A famÃlia colocou a aranha num pote para mostrar ao médico. A criança tomou remédio contra dor e antialérgico. Em casos mais graves, é necessário dar soro que combate o veneno.
O Brasil tem três espécies de aranhas venenosas que são bastante perigosas. E as pessoas devem ter bastante atenção porque elas podem se esconder de forma eficiente e atacar de repente.
Uma delas é justamente a aranha armadeira . Registrada cientificamente como Phoneutria, também é chamada de aranha-macaco ou aranha-de-bananeira, pois costuma se esconder em cachos de bananas.
É encontrada no Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Tem patas grandes e peludas, de 13 a 15 cm. Ela gosta de lugares úmidos e costuma ficar em entulhos e restos de construção.
O veneno da armadeira é tão potente que basta 0,006 mg para matar um rato de 20 gramas. É uma aranha ardilosa, pois se enfia dentro de sapatos e roupas, surpreendendo a vítima . O veneno age no sistema nervoso e afeta o coração.
Outra aranha perigosa é a viúva-negra. Chamada cientificamente de Latrodectus, ela ganhou esse nome popular porque pratica canibalismo sexual, em que a fêma devora o macho após a cópula.
Estima-se que, em 75% dos casos, o veneno injetado pela aranha em caso de picada num ser humano não é suficiente para causar nada além de dor e desconforto.
Mas quando o envenenamento é significativo, os efeitos envolvem diversas reações, como calafrios, suor, náuseas, hipertensão, vômitos, febre e alterações cardíacas, além da dor. Essa aranha prefere estar sempre na teia, virada de cabeça para baixo.
Outra aranha peçonhenta é a marrom. Cientificamente registrada como Loxosceles, ela tem uma picada que causa necrose. Geralmente, a aranha mede entre 3 e 4 centímetros. Possui 6 olhos e suas teias são pequenas.
Essas aranhas fazem peregrinação à noite. E proliferam principalmente no verão. Durante o dia, elas se escondem sob cascas de árvores e folhas secas. Dentro das casas, ficam encostadas às paredes de sótãos, porões ou garagens.
No ato da picada, há pouca ou nenhuma dor. Mas, 12 a 14 horas depois, ocorre um inchaço e os sintomas começam a surgir.
Um caso recente que impressionou e teve grande repercussão foi a morte do cantor de forró Darlyn Morais, que tinha 28 anos.
A família afirma que ele foi picado por uma aranha no rosto em Miranorte, Tocantins. Acredita-se que tenha sido justamente uma aranha-marrom.
A família acha que a picada aconteceu na sua própria casa, em Miranorte. E postou fotos mostrando como ficou o rosto do cantor, que começou a escurecer no local da picada.
Darlyn desenvolveu alergias e foi levado para o hospital em Miranorte e chegou a receber alta na sexta-feira (3/11). Mas depois que retornar para internação, dando entrada no Hospital Geral de Palmas (HGP).
O Hospital Geral de Palmas é o maior hospital público do estado. Darlyn recebeu o atendimento, mas acabou não resistindo. E morreu no dia 6/11/2023.
A esposa do cantor, Jhullyenny Lisboa Silva, contou que o marido começou a se sentir mal na terça-feira (31/10). 'Ele sentiu fraqueza pelo corpo e o rosto começou a escurecer no mesmo dia'.
Além do cantor, a filha dela, que é enteada de Darlyn e tem 18 anos, também foi picada por uma aranha. Mas não teve a mesma reação grave do padrasto. Ela chegou a ser atendida no hospital, mas recebeu alta.
No Brasil alguns estados fabricam soros que ajudam contra picadas de animais venenosos. O Paraná é uma referência na produção de antídoto contra veneno de aranha-marrom.
O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI) do Paraná, unidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa),faz a captura nos municípios de Cambará, Andirá e Quatiguá. E produz o soro.
O Ministério da Saúde também distribui os soros de graça para pessoas que foram picadas. O soro antiaracnídico (Loxosceles, Phoneutria e Tityus) é encontrado em serviços de saúde de referência para tratamento de pacientes picados. Deve ser armazenado a temperatura entre 2ºC e 8°C.
Aqui vai uma observação: a aranha-caranguejeira, embora comum no Brasil, não é venenosa. Portanto, causa pavor pela aparência assustadora, mas não representa teoricamente um risco de morte para as pessoas.