Segundo o g1, os veículos, que terão capacidade para quatro passageiros e um piloto, já contam com quase 3 mil encomendas e devem começar a operar em 2026.
Antes disso, eles ainda precisam passar por uma regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que supervisiona as atividades da aviação civil no Brasil.
Os eVTOLs têm uma estrutura parecida com a dos helicópteros, mas foram projetados para viagens curtas, dentro da mesma cidade ou para cidades vizinhas.
Eles são equipados com motores elétricos, ao contrário dos helicópteros, que usam querosene ou gasolina.
Além disso, os eVTOLs têm asas que podem ser presas no veículo, e um tipo de hélice também difere dos helicópteros.
A Anac recentemente iniciou uma consulta para receber sugestões sobre como certificar os 'eVTOLs' fabricados pela empresa brasileira.
Um exemplo é o EVE-100, também chamado de 'carro voador', desenvolvido pela Eve Air Mobility, uma empresa de mobilidade urbana da própria Embraer.
Ele será fabricado em Taubaté (SP) e tem como objetivo tornar os voos dentro das cidades mais acessíveis para as pessoas.
A Anac informou que a consulta setorial para os eVTOLs da Eve pode ser acessada no site oficial da agência e ficará disponível até esta sexta-feira (15/03).
O objetivo é receber feedback sobre os critérios de segurança que serão estabelecidos para o modelo da Eve, como por exemplo peso e equilíbrio; estrutura; características de navegação; prevenção de incêndios; e durabilidade de equipamentos.
Com o resultado da consulta, a Anac pretende analisar e definir quais das propostas podem ser incluídas no regulamento final do projeto.
Justamente por ser um modelo novo na aviação, por enquanto não existe um modelo de regulamento específico para os eVTOLs.
Com isso, os critérios de segurança usados para certificar o 'carro voador' da Embraer serão baseados nos requisitos do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC).
“Cada modelo de aeronave precisa seguir critérios internacionais e específicos do país onde são fabricados. Mas com os carros voadores tudo é uma grande novidade', declarou o especialista em aviação, Fernando Capuano.
'É uma nova categoria, que não existia até hoje. Ainda não existe um conjunto de regras para os 'eVTOLs' e para o EVE-100', esclareceu. Veja como serão as viagens a bordo do 'carro voador'!
A Eve anunciou que os eVTOLs terão alcance máximo de 100 km, reduzindo as viagens dentro das cidades de uma hora para apenas 15 minutos, cobrindo 99% das rotas urbanas.
Comparado a um helicóptero, os 'carros voadores' terão custo operacional e de manutenção mais baixos, além de emitirem menos ruído. Por ser elétrico, não terão emissão de CO2.
A empresa afirmou que os voos oferecidos pelos operadores devem atuar em rotas específicas, como transporte para aeroportos e 'vertipots' (um tipo de heliporto). Também estão previstos voos turísticos.
Por enquanto, espera-se que São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Francisco (EUA) sejam os primeiros lugares a receber os 'carros voadores'. Também há possíveis clientes na Noruega, Austrália, Quênia, Dubai e Reino Unido.
A empresa prevê que o custo de uma viagem será mais parecido com o de um carro por aplicativo do que com um voo de helicóptero. Em um estudo prévio, uma viagem entre a Barra da Tijuca (Zona Oeste do RJ) e o aeroporto do Galeão, sairia por R$ 99.
De acordo com a Eve, até o momento, são 28 clientes em todos os continentes. No Brasil, dos 2.850 eVTOLs encomendados, 285 veículos, 100 irão para a Avantto, 50 para a Helisul, 40 para a FlyBIS, 25 para a Flapper e 70 para a Voar.
A empresa diz que o serviço poderá ser acessado através de aplicativos de compartilhamento, similares aos de carro. Será possível comprar um assento em um determinado trajeto oferecido por um operador.