Vídeos postados nas redes sociais mostram imagens do confronto armado que levou à prisão de dois homens suspeitos de integrar milícias.
Ao chegar ao local, a Polícia Militar encontrou um homem ferido que portava um fuzil e uma arma.
O outro suspeito foi detido pelos policiais dentro de uma farmácia. Na ação, os agentes apreenderam ainda uma granada e uma pistola.
O estudante Bernardo Vieitas Paraíso foi encontrado pelos policiais já sem vida no local.
O jovem de 25 anos cursava Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
A ocorrência fez a UFRRJ anunciar a suspensão das aulas e decretar três dias de luto. A universidade emitiu uma nota de pesar em suas redes sociais.
Os tiros feriram também uma mulher, Rosiana Claudino de Freitas, de 34 anos, e seus dois filhos, um menino de um ano e uma menina de três.
Mãe e filhos foram atendidos no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias.
Rosiane Claudino, com um hematoma na perna esquerda, e a criança de um ano, baleada em um dos joelhos, já tiveram alta hospitalar.
A menina de três anos, atingida na região cervical, precisou ficar internada em observação, de acordo com boletim médico.
Perícia do Instituto Médico Legal (IML) no corpo de Bernardo Paraiso constatou que o estudante foi atingido por três projéteis.
Duas balas acertaram a cabeça do jovem e uma pegou de raspão em sua barriga. Um projétil, que estava alojado na cabeça, será periciado.
Testemunhas declararam que Bernardo Paraiso estava em frente a um supermercado quando o tiroteio começou. Ele tinha acabado de fazer compras no local.
Natural de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o estudante estava no último ano do curso de biologia.
De acordo com a Polícia Militar, o confronto entre os milicianos de grupos rivais ocorreu no meio da tarde no KM 49 da antiga Estrada Rio-São Paulo (BR-465), uma área de grande circulação, com comércio aberto.
Em entrevista ao portal G1, um estudante da Universidade Federal Rural relatou que tiroteios frequentes têm gerado pavor nos habitantes de Seropédica.
“Eu sou de outro estado. Estou longe da minha família, cursando a faculdade que sempre sonhei, em um curso que queria, correndo atrás do que eu sempre almejei. Era para ser um sonho, mas está se tornando um pesadelo”, declarou o estudante.
O estudante, que mora em Seropédica há dez anos, diz que a cidade, relativamente segura anos atrás, passou a ter muitos episódios de violência em tempos recentes. “Cenário de guerra”, definiu.
A investigação da ocorrência está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.