Batizada de Orca, nome do projeto de “captura aérea direta”, ela está instalada em região próxima à capital islandesa, Reykjavik.
Este é o primeiro sistema viável no mundo capaz de extrair CO2 da atmosfera e armazená-lo debaixo da terra.
A empresa suíça Climework é a responsável pelo projeto que captura quatro mil toneladas de CO2 por ano, quantidade equivalente a 900 automóveis movidos a gasolina, segundo reportagem da rede britânica BBC.
No processo, a Climeworks conta com a parceria da empresa islandesa Carbfix, que participa de um estágio da atividade.
O sistema é dotado de ventiladores que sugam o ar e fazem a retirada do CO2 por meio de produtos químicos.
A usina é movida a energia geotérmica, matriz limpa que predomina na Islândia.
Na Islândia, 87% das habitações são aquecidas por meio dessa geração energética renovável.
A técnica, porém, não funciona como substituta das medidas de redução das emissões de gases do efeito estufa, mas como meio complementar. Especialmente porque a capacidade de extração de CO2 é muito inferior às bilhões de toneladas que o mundo emite atualmente.
“Precisamos ter um papel ativo na limpeza de todo o desastre que temos deixado desde que a Revolução Industrial começou, mas não estamos aqui para substituir a redução de emissões”, frisou à BBC o Bryndis Nielsen, representante da Climeworks.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, será necessário reduzir em 70 milhões de toneladas as emissões de gases do efeito estufa no planeta por ano até 2030 para cumprir as metas globais.
No dia 8 de maio de 2024 foi inaugurada a segunda planta comercial de captura direta de ar da empresa. Chamada de “Mammoth”, ela é dez vezes maior que a Orca.
O Mammoth tem inicialmente 12 estruturas de filtragem do ar e capacidade para operar um total de 72 atuando na captura do CO2.
A Climeworks diz que esse segundo sistema será capaz de capturar até 36 mil toneladas de CO2 anualmente, o que corresponde à emissão de 7.800 carros movidos a gasolina.
A escolha da Islândia como território para instalação das usinas Orca e Mammoth tem relação direta com as características do subsolo do país nórdico.
A estrutura abaixo do solo islandês tem como principal componente o basalto, rocha de origem vulcânica que se encaixa à perfeição na necessidade de armazenar o CO2.
O território islandês, no Atlântico Norte, ocupa uma ilha vulcânica, daí a presença farta da rocha originária dos derrames de lava dos vulcões.
A Carbfix, empresa que atua em parceria com a Climeworks, faz a injeção do CO2 retirado do ar misturado à água. No subsolo, o gás reage com as rochas basálticas e fica calcificado por milhares de anos.
Cofundador e CEO da Climeworks, Jan Wurzbacher declarou à CNN que empresa ambiciona incrementar sistemas que retirem até um milhão de toneladas de carbono do ar por ano.