A inspiração para a data veio do outro lado do mundo, mais precisamente na Austrália.
Em maio de 2004, o australiano Juan Mann passava por um momento difícil em sua vida particular e resolveu dar um basta na tristeza.
Na época, Mann vivia em Londres, capital da Inglaterra, e passava pelas dores emocionais do término de um noivado. Para piorar, seus pais também haviam se divorciado.
Diante desse contexto de rupturas familiares, o australiano decidiu retornar a Sydney, sua cidade natal, e iniciar uma campanha de abraços grátis (“free hugs”).
Em um shopping da capital de Nova Gales do Sul, ele decidiu distribuir abraços em estranhos a fim de disseminar afeto e promover uma visão coletiva de mundo.
Munido com um cartaz em que oferecia abraços gratuitos, Mann despertou a atenção de uma senhora e, na sequência, outras pessoas passaram a aceitar o ato de carinho.
A campanha de Mann, iniciada no dia 30 de junho de 2004, ficou conhecida mundialmente após um vídeo da atitude viralizar por meio do Youtube. Ele tornou-se uma celebridade instantânea.
Matéria do jornal britânico The Guardian contou que a fama de Juan Mann teve um desfecho negativo.
Descontente por não receber nenhuma remuneração pelos milhões de visualizações do vídeo, o australiano optou pela reclusão e não quis mais falar do assunto.
Um videoclipe da campanha com a banda de rock alternativo Sick Puppies, liderada por Shimon Moore, tocando “All The Same” teve mais de 50 milhões de reproduções.
“A gente teve uma briga por causa de grana. Ele contratou advogados e mudou quando ficou famoso. Ao menos, a causa ficou maior que uma pessoa”, declarou Moore.
O Dia do Abraço tem datas diferentes no mês de maio mundo afora, mas a causa é a mesma: distribuir afeto.
O abraço, uma das formas mais conhecidas de demonstração de afeto, traz benefícios emocionais e psicológicos, segundo especialistas.
Estudos indicam que o abraço pode aliviar dores emocionais, auxiliando também na melhoria da saúde mental.
Estudo publicado em 2014 na revista científica “Psychological Science” apontou que o abraço atenua efeitos do estresse, da depressão e também da ansiedade.
Outro estudo, conduzido pela Universidade de Viena, na Áustria, indicou que pode até mesmo haver redução da pressão arterial e melhoria da memória em pessoas que costumam abraçar pessoas do círculo de confiança.
Esses benefícios seriam oriundos da liberação de ocitocina no sangue. O hormônio é gerado no hipotálamo e já foi chamado de “hormônio do amor”, pelas sensações positivas que promove.
Além do abraço, exercícios físicos e atividades como o canto também liberam ocitocina, provocando bem-estar.
Já um estudo divulgado no periódico acadêmico “Journal os Social and Personal Relationships” demonstrou que abraçar, assim como dar as mãos, fortalecem o relacionamento entre casais.