Isso mesmo. Assim como os homens podem ter pedras nos rins, os bois podem ficar com cálculos biliares na vesícula. E, quando isso acontece, o dono do gado pode ganhar muito dinheiro.
É que a pedra da vesícula de boi, também conhecida como pedra de fel ou cálculo biliar bovino, pode valer milhões de reais, dependendo da quantidade.
Vale ressaltar que, mesmo que o boi esteja com esse problema de saúde, sua carne pode ser consumida sem risco. Ou seja, isso não afeta os seres humanos.
A pedra de boi tem alto valor porque é muito utilizada na medicina tradicional asiática como ingrediente para a produção de remédios.
A China é líder na utilização de pedras de boi no setor farmacêutico. Dezenas de medicamentos produzidos no país levam a pedra de boi na composição.
Mas a pedra de vesícula de boi também é bastante usada para fins medicinais no Japão e na Coreia do Sul. Preparados que unem alguns elementos levam o cálculo biliar bovino na composição.
Esses remédios que incluem a pedra de boi são prescritos para pacientes que sofrem de convulsões , desmaios e febres, entre outros problemas.
Por serem pedras difíceis de conseguir - já que nem todos os bois desenvolvem esse excesso de sais que resulta na formação das pedras - o seu valor é elevado no mercado. O preço varia conforme o tamanho, a cor, o formato e a condição da pedra (inteira ou quebrada).
Nos frigoríficos, no processo de abate, as vesículas são retiradas do animal e furadas para a verificação da presença (ou não) dos cálculos biliares.
Na peneira, quando as pedras são encontradas, o empresário 'ganha na loteria'.
Depois de encontradas e lavadas, as pedras de vesícula de boi são levadas para conservação na geladeira, que fica com uma tranca. Um funcionário é encarregado de zelar pela segurança do local evitando furtos.
Em entrevista à TV Globo, um empresário disse que, em média, são encontrados entre 13 e 16 gramas por dia.
1 grama vale em torno de R$ 1 mil. Então, em média, 15 mil reais por dia. No fim do mês, apenas nos dias úteis, o dono do gado consegue algo na faixa de R$ 300 mil.
E o Brasil é uma potência na pecuária. Segundo o IBGE, o país alcançou novo recorde em 2022 (último censo) com 234,4 milhões de bovinos.
Um crescimento de 4,3% no rebanho em relação ao ano anterior.
O estado de Mato Grosso lidera o ranking do rebanho bovino com 34,2 milhões de cabeças de gado. Isso representa 14,6% do total nacional.
Em seguida aparecem o Pará com 10,6% e Goiás com 10,4%. Na lista das cidades, São Félix do Xingu , no Pará, é a cidade com maior número de cabeças de gado: 2,5 milhões.