Além disso, as conchas podem aparecer em bijuterias, anéis e colares e tem valor místico. É, portanto, um elemento marítimo que representa a fecundidade, o prazer, a prosperidade e a sorte.
Retirar as conchas do mar pode causas um efeito dominó e acarretar em prejuízos ao ecossistema. O carbonato de cálcio, presente nas conchas, é depositado pelos moluscos. Algo que evita que os animais recorram a materiais contaminados e descartados na areia pelos próprios seres humanos.
Por serem compostas por carbonato de cálcio (CaCO3), as conchas também devolvem esse material ao oceano, permitindo que ele seja 'reciclado', na prática.
É justamente esse o composto que dá forma ao esqueleto de muitas espécies marinhas. Ou seja, elas são um recurso importante e devem ser encaradas dessa forma.
A partir de um estudo publicado na revista Plos One, em 2014, uma triste realidade veio à tona. Estima-se que 60% das conchas já desapareceram da praia de Llarga, que fica na Espanha.
Por outro lado, pesquisadores também notaram que o inverno era o período do ano em que elas eram encontradas em maior número. Isso indica a relação entre a disposição delas pela local e o fluxo de turistas na praia
Existem muitos locais ao redor do mundo em que essa prática de retirar as conchas, pedras e areia é proibida justamente por terem a visão da importância desses elementos marítimos.
Um deles é o Reino Unido, que veda a retirada de material de qualquer praia pública. Além disso, há países que punem essa ação com multa e até prisão.
No Brasil, por exemplo, é proibido comercializar peças de artesanato com corais, e a orientação é que a coleta de conchas seja evitada.
Apesar dessas orientações, muitos ignoram, e até mesmo colocam a vida em risco ao tentar contato direto com conchas ou espécies marinhas como o ouriço-do-mar. Este animal está associado a muitos incidentes nas praias e isso se justifica pela presença de espinhos.
A concha pode ser entendida como uma carapaça protetora de animais marinhos de corpo mole, como os moluscos. Ela também é formada por nácar, uma mistura orgânica de camadas de bifes (uma escleroproteína),
Ela é seguida de uma capa intermediária de calcite ou aragonite e, por último, uma camada de carbonato de cálcio cristalizado. De uma maneira geral, a concha confere resistência aos organismos e serve como ponto de inserção de seus músculos.
Os moluscos são um dos tipos de organismos calcificadores, pois produzem estruturas calcificadas, como as conchas. Estas são feitas de um composto chamado carbonato de cálcio.
Para formá-las, o corpo do molusco secreta substâncias que contêm esse elemento, que endurecem e formam suas camadas. Conforme o animal cresce, elas também aumentam de tamanho, para acomodar seu corpo.
Elas costumam se organizar de várias formas, visto que lesmas e tritões possuem uma concha única em forma de cone, sendo chamados de moluscos univalves.
Ostras, mariscos, vieiras e mexilhões, por sua vez, apresentam conchas com duas metades unidas por um dos lados. Elas recebem o nome de moluscos bivalves.
Essa formação tem a função de proteger moluscos contra ataques de predadores. Quando se sentem ameaçados, eles conseguem esconder seu corpo inteiro dentro dela. Assim, ela permite que o corpo se sustente contra a ação da gravidade.
As conchas que aparecem vazias na praia já abrigaram e forneceram proteção para diversos moluscos. Mesmo sem seres vivos dentro, elas continuam desenvolvendo papéis importantes para o equilíbrio do ecossistema em que se encontram.
Elas podem abrigar algas e caranguejos-ermitões e atuar como substrato para plantas marinhas. Além de promover a estabilidade do ambiente marinho e servir como material para construção de ninhos de aves.
No processo de decomposição, contribui para o aumento da quantidade de carbonato de cálcio no ecossistema marinho. Sendo um composto essencial para a formação da estrutura de vários organismos.
Portanto, a remoção de conchas encontradas na praia altera os habitats marinhos. Isso provoca a diminuição dos organismos e seres que dependem delas, aumenta a erosão e impede a reciclagem de carbonato de cálcio.
A retirada de conchas de praias tem causado impacto ambiental em vários países. Um exemplo deles é a Espanha, que teve sua população de peixes reduzida em decorrência desse fenômeno.
No Brasil, a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) proíbe o comércio de corais e artesanato com corais (Art. 33), com pena de um a três anos de detenção. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) também orienta que a coleta de conchas, pedras, estrelas do mar e ouriços seja evitada em todas as praias do país.
De acordo com o jornal Miami Herald, uma turista foi condenada a 15 dias de prisão e multada em cerca de US$ 800 (equivalente a R$ 3 mil na época) por coletar conchas em uma praia do sul da Flórida, Estados Unidos, em 2018.
Por outro lado, é possível vê-las em artesanatos. Com elas, indivíduos decoraram mesas de centro, prateleiras, vasos e até mesmo criam luminárias e cortinas de contas com um toque praiano.
As conchas do mar também podem ser vista em decorações de festas temáticas, como casamentos na praia, proporcionando um ambiente tropical e elegante.
As conchas também aparecem em colares. Afinal, elas são vistas como portadoras de energia espiritual e podem ser utilizadas para diversos propósitos, como proteção, cura, meditação e conexão com o divino.
Cada tipo de concha possui características únicas e pode ser interpretada de maneiras diferentes em diferentes tradições espirituais.
Por fim, o mito do nascimento de Afrodite pode ter surgido devido à formação das pérolas dentro das conchas, reforçando o sentido fecundo e erótico da concha.