O caramujo africano, também conhecido como Achatina fulica, é uma espécie exótica invasora originária da África.
Caracterizado por sua concha cônica e espiralada, o caramujo africano pode atingir tamanhos consideráveis, com algumas populações alcançando até 20 centímetros de comprimento.
Segundo informações da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), as espécies invasoras constituem a segunda maior ameaça à biodiversidade global, ficando apenas atrás do desmatamento.
Os caramujos africanos foram trazidos para o Brasil como uma alternativa mais lucrativa ao escargot.
Herbívoros, os caramujos africanos se alimentam de uma ampla variedade de plantas, incluindo hortaliças, frutas e flores.
Eles também podem causar danos a plantações comerciais, como cana-de-açúcar e soja.
Há também o fato de que os caramujos africanos são hospedeiros intermediários de vários parasitas, incluindo o verme causador da meningoencefalite eosinofílica, uma doença que pode ser fatal.
A infestação de caramujos africanos está presente em 23 estados brasileiros, sendo os mais afetados os estados do Sudeste e Centro-Oeste.
Só no Rio de Janeiro, por exemplo, o caramujo africano já foi registrado em 57 dos 92 municípios do estado.
O controle da infestação de caramujos africanos não é uma tarefa simples. O primeiro passo conscientizar a população acerca dos riscos da espécie.
Outras medidas possíveis são: a vigilância epidemiológica para identificar e monitorar focos de infestação; o controle mecânico, realizado por meio da coleta e eliminação dos caramujos;
Outra possibilidade é o controle químico, realizado por meio da aplicação de produtos químicos autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz é uma instituição no Brasil que atua na pesquisa e identificação do caramujo africano, visando compreender e controlar os riscos associados a essa espécie invasora.
A prevenção da infestação é a melhor forma de controle. Para isso, é importante que a população tome medidas para evitar a entrada e a disseminação dos caramujos africanos.
Algumas dessas medidas de prevenção incluem: não comprar caramujos africanos para consumo; não liberar caramujos africanos na natureza; manter quintais e jardins limpos e livres de entulhos e não descartar lixo em terrenos baldios.
Ao identificar a presença de um caramujo, é recomendável se recolha os animais e seus ovos, sempre com as mãos protegidas por sacos plásticos ou luvas. Feche bem o saco.
Em seguida, é necessário quebrar as conchas para evitar a eclosão dos ovos, fazer um buraco no solo e cobri-lo com cal. Se forem achados só ovos, o procedimento deve ser o mesmo.
Na África, o habitat de origem do caramujo gigante, existem patógenos como bactérias, fungos e parasitas que naturalmente controlam essa população.
No Brasil, onde o caramujo gigante não é uma espécie nativa, os estudos ecológicos sobre esse molusco ainda estão em estágios iniciais, e nossas perspectivas são baseadas em experiências de outros países, como os Estados Unidos e a Índia.
Em certas regiões da Índia, onde a introdução do caramujo gigante ocorreu há mais de um século, não foi observado nenhum declínio nas populações desses moluscos.
No Havaí, a explosão da população do caramujo africano ocorreu poucos anos após a sua introdução na década de 30.
Atualmente, embora não tenham sido erradicados no país, exemplares gigantes desses caramujos já não são mais tão comuns, e a população desse bicho diminuiu consideravelmente.