Por meio dessa versatilidade na culinária brasileira, o pinhão vem da espécie de araucária pinheiro-do-paraná e é a semente da pinha, estrutura reprodutiva da árvore.
Tradicionalmente consumido por indígenas e presente em festas típicas, destaca-se pelo sabor e textura peculiar, formado pela casca e amêndoa. É, portanto, um alimento nativo da região Sul e de algumas áreas do Sudeste do Brasil.
Com isso, ele é a designação genérica da semente de várias espécies de pinaceaes, plantas gimnospérmicas, isto é, cuja semente não se encerra num fruto.
O alimento possui nutrientes como fibras, amido resistente, proteínas e minerais. Entre eles, ferro, potássio, cálcio, magnésio, zinco e também vitaminas, assim como baixo teor de gordura e sódio.
Ele possui também uma quantidade considerável de ômega 6 e 9 e é uma boa fonte de energia. Pode ser consumido por todas as faixas etárias e é indicado principalmente para atletas e crianças em fase de crescimento, devido ao seu aporte calórico.
O pinhão contribui para a saciedade por causa das fibras, que ao serem ingeridas formam um tipo de gel no estômago e atrasa o esvaziamento do órgão. Ele também promove uma absorção mais gradativa dos nutrientes graças ao ácido pinoleico.
Possui amido resistente, apresenta um baixo índice glicêmico e não eleva a glicemia rapidamente. Ele é uma opção saudável para quem tem diabetes porque contém fibras, gorduras boas e aminoácidos que contribuem para evitar os picos glicêmicos no sangue.
Além disso, é uma rica fonte de potássio, que está associada a níveis reduzidos de pressão arterial. Ele diminui os efeitos do sódio e alivia a tensão das paredes dos vasos sanguíneos, o que contribui para controlar a hipertensão.
O pinhão possui ômega 6 e 9, que reduzem o colesterol 'ruim' do organismo. Um fator considerado de risco para as doenças cardiovasculares.
Ele também é fonte de vitaminas do complexo B, que contribuem para o bom funcionamento cerebral. O consumo regular deste alimento auxilia no raciocínio e na memória.
As fibras presentes no pinhão ajudam a prevenir problemas intestinais como a prisão de ventre. A ingestão diária de fibras melhora o funcionamento do intestino ao reter uma quantidade maior de água.
O pinhão contém luteína, um antioxidante importante que evita a degeneração macular pela idade e diminui os riscos de catarata, sendo benéfico para o cuidado com os olhos.
Sua composição ajuda a eliminar os radicais livres do organismo que causam doenças como câncer e previne também o envelhecimento precoce.
Como possui ferro e cobre, o pinhão é importante na prevenção de anemia. A semente pode ser uma excelente opção de lanche para pessoas com anemia por deficiência desses minerais.
O alimento fortalece o organismo contra doenças como gripes e resfriados. Afinal, ele conta com a presença da vitamina C, que é um antioxidante importante para aumentar a imunidade.
Não é recomendado o consumo dessa semente crua, pois pode ser tóxica para o organismo. O ideal, portanto, é cozinhá-la de 30 a 40 minutos em uma panela de pressão com um pouco de água e sal e depois de esfriar retirar a casca para consumir.
Pessoas que precisem controlar a ingestão de carboidrato ou de potássio (doença renal, por exemplo), devem consumi-lo com moderação. Além de buscar uma orientação médica e nutricional sobre a quantidade adequada de pinhão a ser consumida.
Largamente consumido na Região Sul do Brasil, o pinhão brasileiro é a semente da araucária (Araucaria angustifolia). Uma espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista, que ocorre majoritariamente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e principalmente no estado do Paraná,
Além de servir de alimento para os humanos desde a época em que os indígenas dominavam o território brasileiro, o pinhão também é consumido por animais terrestres e pássaros.
O pinhão é um alimento versátil, visto que pode aparecer em diversas receitas e acompanhar arroz ou se transformar em farofa ou vinagrete.
Este alimento também pode estar presente em bolinhos, que podem ser zero lactose, assim como um aperitivo de entrada para outros pratos ao longo da refeição.
O pinhão também pode ser acrescentado a tortas salgadas, risotos e ensopados com legumes, ricos em nutrientes que são essenciais à saúde.
O pinhão também pode se transformar em sopas ou caldos extremamente nutritivos. É uma boa opção para pessoas com doença celíaca, já que não possui glúten.
Na forma de farinha substitui a de trigo e faz parte de preparações como pães, bolos e biscoitos. Basta ser triturado através de um processador e se transformar em uma farofa.
A colheita do pinhão em Santa Catarina tem a perspectiva inicial de produção de 5,7 mil toneladas, 30% a mais que em 2023. A estimativa é da Gerência Regional da Epagri em Lages, baseada em levantamento feito com os produtores. A colheita vai até julho, período em que a estimativa inicial pode ser revista.
Somente no município de Painel, que é o maior produtor de pinhão no Estado, espera-se colher em torno de 2,2 mil toneladas.
Das 16 mil famílias de produtores rurais de Santa Catarina, pelo menos 30% delas têm no pinhão um dos produtos que compõem a renda anual da propriedade.