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Roubados em deserto, brasileiros têm que andar 25 km por ajuda


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Andressa Alexandre, de 27 anos, e Paulo Ricardo da Cruz, de 32, foram assaltados e largados em um lugar remoto do deserto, sem sinal de celular.

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Em busca de ajuda, eles tiveram que atravessar cerca de 25 km do deserto a pé, junto com outras pessoas que estavam no passeio e também tiveram seus pertences roubados.

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'Você está caminhando no local que não tem nada, só areia reta, e você não tem ideia da distância que você precisa caminhar para chegar em algum lugar com civilização', contou Andressa.

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'É muito desesperador, faz você começar a pensar muita coisa. Era até engraçado, porque, às vezes, as pessoas começavam a alucinar, ver coisas onde não tinha. Isso dá um filme', lembrou a brasileira.

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Embora a história impressionante tenha acontecido em maio, o caso só ganhou a internet no dia 08/07/24, depois que o casal publicou um vídeo detalhando o perrengue.

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'No deserto não tem ponto de referência, então a orientação sempre era caminhar justamente para cada vez ficar mais próximo da estrada', explicou Andressa.

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O casal relatou que reservou o passeio com uma agência de turismo peruana e visitou a atração com um grupo de aproximadamente 24 pessoas.

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Segundo eles, ao chegarem ao ponto de encontro, a situação já foi aterrorizante. 'Não tinha mais duas vans, só tinha uma', contou Paulo.

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'Tinha uma menina estirada no chão, com o pé meio ensanguentado e chorando, outra menina que estava com ela também estava chorando e os dois motoristas com cara de assustados', lembrou.

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Paulo relatou que uma das mulheres presentes tentou resistir aos assaltantes para impedir que levassem seu passaporte e que, por conta disso, ela quase levou um tiro.

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De acordo com Paulo, os assaltantes não conseguiram ligar uma das vans, então roubaram a bateria para não serem seguidos. Na fuga, eles passaram com o outro veículo por cima do pé da turista que tentou resistir.

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O casal relatou que o grupo decidiu se dividir para ver 'quem achava ajuda primeiro'. Alguns foram em busca de sinal de celular, enquanto outros foram na direção oposta, tentando achar uma estrada.

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Segundo Paulo, os maiores temores eram a possibilidade dos assaltantes retornarem para roubar o restante dos itens e o anoitecer. À noite, as temperaturas no deserto podem ser abaixo de zero.

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Eles contaram que caminharam por cinco horas e finalmente conseguiram achar um carro, faltando 20 minutos para o pôr do sol.

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'Foi uma situação tipo: 'São amigos ou são inimigos?', porque só foi aquele carro que apareceu em cinco horas. Todo mundo começou a catar pedras igual neandertal', contaram os brasileiros.

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'Eram três velhinhos que falaram que foram avisados pelo guia e foram buscar quem estava precisando mais', explicou Paulo.

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Quando chegaram na cidade, o casal se dirigiu à uma delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Eles contaram que mesmo assim enfrentaram resistência da polícia local e só conseguiram fazer o BO cinco horas depois.

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Apesar do susto, os brasileiros ainda recomendam a viagem ao Peru: 'Essa experiência não resume a viagem. Foram uns 20 dias [de viagem] e isso aconteceu em uma tarde'.

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'A gente viveu coisas muito incríveis no Peru, a gente fez amigos lá. Os peruanos são atenciosos, legais, muito prestativos, a gente se sentiu muito bem lá', pontuou Andressa.

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O Deserto de Ica, que abriga o Cânion de los Perdidos, não é um deserto em si, mas sim uma região costeira árida localizada no sudoeste do Peru, abrangendo as províncias de Ica, Nazca e Palpa.

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Escondido nas profundezas do deserto, o Cânion de los Perdidos tem aproximadamente 5 km de extensão e 200 metros de profundidade.

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O nome 'Cânion dos Perdidos' carrega consigo uma aura de mistério. Segundo a lenda local, o lugar serviu de refúgio para um grupo de incas durante a conquista espanhola. Acredita-se que eles esconderam tesouros incalculáveis em seu interior.

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