Esse tipo de análise foi feito pela primeira vez no mundo e o resultado surpreendeu. Dos 13 tubarões analisados, todos haviam absorvido a droga.
Embora a Polícia informe que o narcotráfico tem usado cada vez mais embarcações para o transporte de entorpecentes, os pesquisadores dizem que, na verdade, os animais marinhos foram contaminados pela droga a partir do despejo de esgoto na água.
Ou seja, dejetos de pessoas viciadas (principalmente o xixi) vão para a água carregando componentes da cocaína consumida pelo usuário. E os animais acabam absorvendo o entorpecente.
A carne dos tubarões seria posta à venda em feiras livres e mercados, pois essa espécie é frequentemente destinada ao consumo humano. Os pesquisadores disseram que ainda não sabem o impacto da droga no corpo dos tubarões e até que ponto isso prejudicaria a saúde do consumidor. Por isso, recomendaram a suspensão do consumo de cação.
Um estudo recente indicou que cerca de sete em cada dez brasileiros (69%) não sabem que a carne de cação é, na verdade, de tubarão.
A pesquisa foi conduzida pela agência Blend por encomenda da Sea Shepherd Brasil, entrevistando 5 mil brasileiros em todo o país.Tubarão e cação são a mesma coisa. Mas a maioria das pessoas não sabe. E as embalagens não esclarecem.
Mesmo antes da descoberta de resquícios de cocaína em tubarões, eles já vinham sendo apontados por receber outros tipos de contaminação. É um peixe com níveis elevados de substâncias tóxicas.
o impacto é grande, pois o Brasil é o maior importador e consumidor de carne de tubarão nomundo. A cada ano, os brasileiros consomem cerca de 45 mil toneladas desse tipo de carne.
Os biólogos alertam para o risco à espécie. A população de tubarões no mundo diminuiu em 71% desde 1970, enquanto a pesca predatória desses animais aumentou 18 vezes., segundo estudos recentes.
Pesquisadores alertam para a necessidade de preservar a espécie. O Brasil se tornou o principal destino para carcaças de tubarão sem as barbatanas, de acordo com cientistas.
Consideradas iguarias no mercado asiático, as barbatanas de tubarão podem atingir preços extremamente elevados, chegando a custar mais de US$ 1,5 mil por quilo (cerca de R$ 8 mil).
A técnica para obtenção de nadadeiras é conhecida mundialmente como 'finning' e a maioria dos países proíbe essa prática. Mas muitos desrespeitam a lei.
No “finning”, na maioria das vezes as nadadeiras são retiradas do tubarão e o restante do corpo do animal é descartado no mar.
Os “restos” dos tubarões acabam tendo como destino o Brasil.Surpreendentemente, o Brasil foi o primeiro país a concordar com um tratado que proíbe essa prática.
Ambientalistas reclamam que os compradores no Brasil continuam a adquirir carne de tubarão sem consciência, o que está impactando negativamente as espécies vulneráveis.