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Nome histórico da Beija-Flor, Laíla é enredo no Carnaval 2025


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Com mais de 50 anos de carnaval, Laíla é um dos grandes nomes da história dos desfiles. Era conhecido pela disciplina que comandava a harmonia das escolas por onde passou. Caberá ao carnavalesco João Vitor Araújo desenvolver o tema, que é tão importante na história da azul e branca de Nilópolis.

instagram @beijafloroficial

Natural do Morro do Salgueiro, na Tijuca, Laíla tornou-se conhecido no mundo do carnaval por sua personalidade. Por lá, fundou uma das primeiras escolas mirins, a 'Unidos da Ladeira', onde se destacou e foi por isso chamado para fazer parte do Acadêmicos do Salgueiro.

Reprodução Globoplay

Aos 14 anos, ingressou na Ala dos Compositores do Salgueiro, sendo o mais jovem integrante da ala. Em 1967, assumiu o cargo de diretor geral de Carnaval. Dono de uma voz potente, grave, de barítono, em 1974, gravou o samba “Rei de França na Ilha da Assombração” no LP dos sambas enredo para o carnaval daquele ano.

Reprodução de instagram

Na vermelho e branco da Tijuca, ocupou o cargo de diretor de harmonia até 1975. Foi então que o contraventor Aniz Abraão David, o Anísio, o contratou, juntamente com o eterno carnavalesco Joãozinho Trinta, para reforçar a Beija-Flor que, até então, era uma escola pequena, sem grandes resultados no Grupo Especial.

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Na final do concurso de samba-enredo de 1975, existia a dúvida sobre qual seria o melhor entre os dois finalistas. Dono de um conhecimento musical acima da média, o autodidata, Laíla, resolveu então unir as melhores partes de cada samba, criando assim a junção, que deu origem ao samba sobre “As minas do Rei Salomão”.

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Nos três primeiros anos, a parceria Joãozinho-Laíla não poderia ter dado mais certo. A escola nilopolitana conquistou o tricampeonato (1976, 1977 e 1978) e começou a se destacar no hall das maiores escolas de samba do carnaval carioca.

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Em 1980, Laila participou da Unidos da Tijuca, quando fez um carnaval histórico ao lado do carnavalesco Renato Lage, que contribuiu para que a escola do Borel subisse para o Grupo Especial. Por lá, ficou até 1983. Nos anos seguintes, Laíla teve breves passagens pela Unidos de Vila Isabel e pelo carnaval de Belém até regressar à Beija-Flor em 1989.

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O reencontro com Joãozinho Trinta novamente entrou para a história. Foi em 1989, que o célebre carnavalesco trouxe para avenida o enredo 'Ratos e Urubus larguem minha fantasia', o que se tornou um dos mais emblemáticos desfiles da história da Sapucaí.

Reprodução/Revista Manchete

Na avenida, a Beija-Flor levou um desfile que marcou a história do carnaval com a emblemática imagem do Cristo mendigo, coberto por exigência judicial e trazendo a frase 'mesmo proibido, olhai por nós'. A escola ficou com a segunda colocação, atrás da Imperatriz Leopoldinense, que trouxe como enredo: 'Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós'.

Igmann Phill Rio Sambodrome 2 - wikimedia commons

Em 1992, Laíla novamente deixou a Beija-Flor em direção ao Acadêmicos do Grande Rio, onde permaneceu até 1994. No ano seguinte, retornou à escola de Nilópolis e retomou o casamento de sucesso, que gerou diversos títulos ao longo da história.

Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Em 1995, a escola de Nilópolis levou para avenida uma homenagem à cantora lírica Bidu Sayão, desenvolvida pelo carnavalesco Milton Cunha.

Instagram @cidadedosamba

Laíla instituiu a Comissão de Carnaval implantada originalmente na Beija-Flor em 1998 e nela permaneceu até o carnaval de 2018. Após disso, a iniciativa deixou de vigorar na escola.

Flickr ALEX FERRO/Riotur

No Carnaval de 1998, a Beija-Flor de Nilópolis conquistou o título ao lado da Mangueira. A azul e branca realizou um desfile sobre lendas dos índios marajoaras. O enredo 'O Mundo Místico dos Caruanas nas Águas do Patu-Anu' foi baseado no livro 'O Mundo Místico dos Caruanas e a Revolta de Sua Ave', escrito pela Pajé Zeneida Lima, moradora da Ilha de Marajó.

Wikimedia Commons/Armando Borges

A Beija-Flor foi a campeã do Grupo Especial após quatro vices consecutivos entre 1999 e 2002. A escola contou o enredo 'O Povo Conta a Sua História: Saco Vazio não Para em Pé, a Mão que Faz a Guerra, Faz a Paz', que foi desenvolvido pela Comissão de Carnaval e pediu o combate à fome, a busca pela paz, e exaltou líderes como Zumbi dos Palmares e Tiradentes.

Reprodução de instagram

No ano seguinte, a escola realizou um desfile sobre a preservação da Amazônia e as riquezas da região de Manaus e foi bicampeã. O enredo contado na Avenida foi 'Manõa, Manaus, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o Corpo, Equilibra a Alma e Transmite a Paz'.

Wikimedia Commons/Wigder Frota

A Beija-Flor conquistou seu tricampeonato com um desfile sobre as sete missões jesuíticas no Rio Grande do Sul. O enredo tinha o seguinte título: 'O Vento Corta as Terras dos Pampas. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani, Sete Povos na Fé e na Dor... Sete Missões de Amor'.

Wigder Frota/Wikimédia Commons

Dois anos depois, a Beija-Flor conquistou seu décimo título de campeã do carnaval com um desfile sobre a África e as tradições trazidas ao Brasil pelos africanos. O enredo 'Áfricas - Do Berço Real à Corte Brasiliana' foi desenvolvido pela Comissão de Carnaval da escola.

Wigder Frota/Wikimédia Commons

O bicampeonato veio com um desfile sobre o município de Macapá. O enredo 'Macapaba: Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo' foi desenvolvido pela Comissão de Carnaval da escola, formada por Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Laíla e Ubiratan Silva.

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Última agremiação a se apresentar pelo Grupo Especial em 2011, a Beija-Flor realizou um desfile em homenagem ao cantor Roberto Carlos, que desfilou na última alegoria da escola. O enredo 'A Simplicidade de Um Rei' foi desenvolvido pela Comissão de Carnaval da escola, levou a escola ao título.

Raphael David/Riotur

Em 2015, a Beija-Flor foi a campeã com o polêmico sobre a Guiné Equatorial, país africano comandado sob um regime ditatorial. O enredo exaltou as belezas e riquezas naturais do lugar e teve como título: 'Um Griô Conta a História: Um Olhar Sobre a África e o Despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos Sobre a Trilha de Nossa Felicidade'.

Riotur/Marco Antônio Cavalcanti

Três anos depois, a Beija-Flor conquistou mais um título com um desfile sobre as mazelas do Brasil, traçando um paralelo com a obra Frankenstein (que completou 200 anos em 2018). O enredo 'Monstro É Aquele que não Sabe Amar. Os Filhos Abandonados da Pátria que os Pariu' foi desenvolvido pela comissão de carnaval da escol, no último título de Laíla no Rio de Janeiro.

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Laíla teve rápidas passagens pela Unidos de Vila Isabel, Unidos da Tijuca, Grande Rio e até pelo carnaval de São Paulo, na Peruche, além de ter trabalhado em carnavais de Belém e Porto Alegre.

Reprodução de instagram

Na década de 1980, participou da transmissão dos desfiles do Grupo Especial pela Rede Globo de Televisão e da gravação do CD com os sambas enredos das escolas do Grupo Especial.

Reprodução de Redes Sociais

Em 2014, além de continuar como diretor de carnaval e harmonia da Beija-Flor, esteve na Inocentes, onde foi uma espécie de consultor de carnaval e não diretor, além de supervisor dos sambas-enredo da agremiação.

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Depois do carnaval de 2018, após 23 anos, Laíla deixou em definitivo a Beija-Flor, em consequência da nova filosofia implementada por Gabriel David, novo administrador da escola, e retornou à Unidos da Tijuca.

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Em 2019, assinou o carnaval como diretor da escola de samba da paulista Águia de Ouro. Já para o carnaval de 2020, após a saída da Unidos da Tijuca, Laíla atuou como Diretor de Carnaval da União da Ilha do Governador, ainda que permanecesse na Águia de Ouro.

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No carnaval paulistano foi campeão do Grupo Especial, dando à Águia seu primeiro título, ao lado do carnavalesco Sidney França. Já no carnaval carioca, foi rebaixado pela primeira vez com a União da Ilha.

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Ao todo, Laíla colecionou 28 títulos do carnaval, sendo 21 pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro, um no Grupo Especial de São Paulo, quatro no carnaval de Belém e dois no grupo de acesso do carnaval carioca.

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Laíla morreu de Covid no dia 18 de junho de 2021, aos 78 anos, vítima de uma parada cardíaca em virtude da Covid-19.O diretor ficou internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Israelita Albert Sabin, na Tijuca, Zona Norte do Rio.

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