Depois de passar boa parte da vida se dedicando à indústria espacial russa, o astronauta foi escolhido para integrar o corpo de cosmonautas do país em 2010.
Alguns anos depois, ele foi escalado para participar da Expedição 59/60 com destino à Estação Espacial Internacional.
Porém, sua participação acabou cancelada devido à redução da tripulação causada pelo atraso no módulo Nauka, da Roscosmos.
Em 2019, mais uma expedição cancelada. Dessa vez, o astronauta russo havia sido designado para a Expedição 63, que faria com Nikolai Tikhonov e o japonês Akihiko Hoshide.
Dessa vez, uma lesão ocular de Tikhonov fez com que toda a tripulação precisasse ser substituída. Babkin ficou na equipe reserva.
A terceira oportunidade surgiu em 2020, quando Babkin foi selecionado para integrar a Expedição 66, juntamente com Mukhtar Aimakhanov.
Eles se preparavam para uma missão de um ano na Estação Espacial Internacional, que aconteceria sob o comando de Anton Shkaplerov.
No entanto, sua exclusão aconteceu por um motivo inusitado: tanto ele quanto Aimakhanov foram substituídos pela atriz Yulia Peresild (foto) e pelo diretor Klim Shipenko, que viajaram à ISS para filmar 'O Desafio' (2023) na nave Soyuz MS-19.
Com um orçamento de 1,2 bilhão de rublos (aproximadamente US$ 13 milhões), o filme foi um sucesso comercial, arrecadando mais de 2 bilhões de rublos (cerca de US$ 22 milhões).
A atriz e o diretor permaneceram 12 dias a bordo da Estação Espacial em 2021, antes de retornarem em segurança à Terra.
Nas últimas semanas, o caso de Andrei Babkin ganhou um novo capítulo. No dia 5 de setembro, o portal de notícias Gazeta.Ru noticiou que o astronauta de 55 anos atingiu o que o Centro de Treinamento de Cosmonautas define como 'prazo de expiração'.
Ele recebeu uma proposta para assumir o cargo de subcomandante de ciências, mas isso exigiria que ele deixasse o corpo de voo tripulado.
Apesar de ter passado por uma cirurgia para tratar uma congestão nasal crônica (pansinusite bilateral), ele estava liberado para voar desde 2022.
Agora, Babkin se depara com a possibilidade de encerrar sua carreira sem nunca ter ido ao espaço, após anos de dedicação e várias tentativas frustradas. Que coisa!
A história da Rússia com viagens espaciais é marcada por grandes conquistas. Durante a era soviética, a União Soviética lançou o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, em 1957, dando início à corrida espacial.
Em 1961, o astronauta Yuri Gagarin se tornou o primeiro ser humano a viajar ao espaço, a bordo da nave Vostok 1, o que contribuiu para solidificar a liderança soviética no espaço nas primeiras fases da corrida espacial contra os Estados Unidos.
A Rússia também foi pioneira em várias outras missões, como o envio da primeira mulher ao espaço, Valentina Tereshkova, em 1963, e o lançamento da Salyut 1, a primeira estação espacial, em 1971.
Após o colapso da União Soviética, a Rússia manteve uma presença significativa no espaço por meio da Roscosmos, sua agência espacial, e continua a colaborar na Estação Espacial Internacional (ISS).
Nos últimos anos, a Roscosmos tem sido uma parceira fundamental na ISS e inclusive desenvolve seus próprios projetos, como a nave Soyuz (foto) e a futura nave espacial Orion.