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Confira alimentos que podem subir de preço por causa das queimadas


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Essa mudança traz um cenário oposto ao dos últimos dois anos. Nessas épocas, a inflação de alimentos consumidos em casa fechou setembro com deflação (de 1,02% em 2023 e de 0,86% em 2022. A última alta de setembro aconteceu em 2021 (1,19%), ainda com reflexos da pandemia.

Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Além das queimadas e do clima seco, a mudança de bandeira tarifária na energia elétrica também já contribuiu para elevar a inflação.

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De acordo com o economista da LCA Consultores e especialista em inflação, Fabio Romão, a tendência é uma alta de 0,17% para a alimentação no domicílio no IPCA de setembro.

Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Uma variação, que contrasta com o recuo de 1,10% esperado para a abertura no IPCA de agosto, assim como com o padrão sazonal da alimentação no domicílio em setembro.

Marcelos Camargo/Agência Brasil

“A mediana da variação da alimentação no domicílio nos meses de setembro dos últimos dez anos [de 2014 a 2023] é de queda de 0,33%. A taxa esperada para setembro agora não é alta, mas é muito diferente da mediana”, disse Romão ao portal CNN Brasil.

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Sendo assim, Romão espera que a alimentação no domicílio encerre o ano de 2024 com alta de 5,6%, após um recuo de 0,52% no acumulado de 2023.

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A pressão nos alimentos também contribuiu para a revisão na projeção da LCA para o IPCA como um todo deste ano, que era de 4,2% há dois meses e hoje está em 4,4%.

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Entre os vetores de pressão, que são os alimentos que sofreram com alteração nos preços, está um dos mais queridos dos brasileiros: o feijão. Ele oferece proteínas, fibras, cálcio, ferro, zinco, vitaminas do complexo B e a maioria dos aminoácidos essenciais.

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O feijão age na saúde digestiva e no fortalecimento do sistema imunológico, assim como é um aliado contra as diabetes por seu baixo índice glicêmico. Este alimento também é associado à diminuição de doenças cardíacas, por melhorar a circulação sanguínea.

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Outro produto muito consumido pelos brasileiros e que será afetado pela inflação é o café. Essa bebida é rica em compostos bioativos antioxidantes e anti-inflamatórios, como cafeína, ácido clorogênico, ácido cafeico e kahweol.

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Conhecida como uma das bebidas mais queridas do Brasil, o Café tem uma rica história no desenvolvimento e na economia do país.

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A cana-de-açúcar também tende a ser prejudicada com o clima seco e as queimadas. “Pensando no timing da safra, deve ter impacto no começo de 2025”, estimou Romão.

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Em relação aos problemas com a cana-de-açúcar, Andréa Ângelo, da Warren Investimentos, aponta que as queimadas em algumas regiões produtoras fizeram com que a produção tivesse de ser direcionada mais para o etanol do que para o açúcar.

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João Fernandes acredita que há perspectiva de um impacto baixista vindo do etanol, por causa do aumento da moagem da cana, devido às secas. No entanto, há um risco de alta para esse item a partir do primeiro trimestre de 2025.

Reprodução/TV Clube

Segundo Romão, as frutas também podem sofrer com a elevação dos preços em virtude das queimadas e do clima seco, que tem dominado o Brasil nos últimos meses.

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Além disso, produtos derivados do leite também podem sofrer impactos em virtude da pressão na oferta devido à estiagem e à mudança de bandeira tarifária na energia elétrica.

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A estrategista de inflação, Andréa Ângelo, acredita que o clima seco tende a prejudicar a oferta de alguns itens in natura. Mas o principal problema causado pela falta de chuvas deve aparecer no preço da carne bovina.

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“Tivemos um primeiro semestre com um ‘super abate’ de bovinos e, agora, por causa da seca, as pastagens estão muito ruins. O boi demora mais para engordar, então a oferta de animais para abate diminui”, detalha a economista.

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O economista da Quantitas, João Fernandes, acredita que essas mudanças ainda são incertas. todavia destacou os efeitos sobre a cotação do boi gordo com vencimento em outubro de 2024, que já subiu cerca de 6% desde o início de agosto.

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“A cotação [do boi gordo] tem andado também, mas é um pouco difícil isolar o quanto é efeito das queimadas e o quanto é efeito do ciclo de abate de fêmeas”, analisa Fernandes. “Ali reside um risco importante a se monitorar”, disse.

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O economista prevê que a alimentação no domicílio deverá avançar a 0,44% em setembro. Já a projeção da Quantitas é de alta de 5% para a inflação da alimentação no domicílio neste ano.

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Para Fernandes, itens como café e açúcar já sentem impactos mais expressivos nos preços. De acordo com o economista, o IPCA como um todo, terá uma estimativa alta, de 4,2% em 2024.

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Por fim, a realidade das queimadas é uma crise que ainda está longe de acabar. A Amazônia e o Cerrado, segundo o Inpe, tiveram aumento de 98% e 100% de focos de calor em relação a 2023. Na Mata Atlântica, o aumento foi de 124%, enquanto no Pantanal, o crescimento chegou a 1.946%.

reprodução/g1

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