Pela proposta, cada parte ficará com metade dos bens e dívidas que constarem do inventário de Gal Costa na data de homologação do acordo na Justiça. A informação é do portal G1.
O acordo também prevê que os royalties das execuções musicais de Gal Costa sejam divididos igualmente entre filho e viúva (foto) até que seja vendida a última casa em que a cantora viveu - propriedade avaliada em R$ 8 milhões.
A proposta de conciliação refere-se a uma ação movida por Gabriel Costa no início de 2024. No processo, o jovem, que foi adotado por Gal em 2007, pedia a anulação de documento assinado por ele mesmo reconhecendo que Wilma e Gal viviam como se fossem casadas.
Gabriel Costa também chegou a pedir à Justiça autorização para a exumação dos restos mortais da cantora. Ele alegava não acreditar na informação do atestado de óbito de que a mãe morreu de infarto agudo do miocárdio. O laudo também aponta que ela tinha neoplasia maligna (câncer) de cabeça e pescoço.
Gal Costa morreu em sua casa em 9/11/2022, aos 77 anos. Ela havia dado uma pausa em shows após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. Relembre a trajetória dessa artista que está entre as maiores do Brasil e deixou saudade.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador. Foram 57 anos de carreira, iniciada em 1965, quando a cantora apresentou músicas inéditas de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Foi na voz e na interpretação de Gal que clássicos eternos da MPB alcançaram sucesso. Entre eles, 'Baby', de Caetano Veloso.
Nos anos 60 e 70, Gal dedicou-se a vários estilos. Foi assim que ela realçou o balanço de Jorge Ben (que depois seria Jorge Benjor), com'Que pena (Ela já não gosta mais de mim').
Gal também teve um papel fundamental ao fazer parte da Tropicália (ou tropicalismo), um dos mais importantes movimentos culturais da cultura brasileira, que ocorreu no fim da década de 60.
Além dela, Caetano, Gilberto Gil, Tom Zé e a banda Os Mutantes, que tinha Rita Lee (foto), fizeram parte desse movimento que marcou a música e o comportamento no Brasil.
A amizade entre Gal e Caetano começou no início dos anos 60 e nunca perdeu o vigor.
Gal também abraçou a Jovem Guarda gravando 'Meu nome é Gal', de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, uma canção que a homenageava.
No começo da carreira, deu uma interpretação própria à canção 'Sua Estupidez', de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
No início dos anos 70, Gal estrelou “Fatal”, turnê sob direção do poeta Waly Salomão que foi um marco em sua carreira. O espetáculo rendeu o álbum ao vivo “Fa-Tal - Gal A Todo Vapor”, considerado pela revista Rolling Stone o 20º melhor disco da música brasileira no século 20.
Nos anos 80, fez grande sucesso com diversas músicas de compositores de ponta na MPB. Imprimiu estilo próprio na interpretação de 'Açaí', 'Nada mais', 'Sorte' e 'Lua de mel', entre outros sucessos.
Com Tim Maia, em 1985, ela formou um dueto impecável, tornando 'Dia de Domingo', do álbum 'Bem Bom', um sucesso instantâneo. Os autores da música, Michael Sullivan e Paulo Massadas, disseram que o cantor era 'apaixonado por Gal Costa'.
Gal foi eleita a sétima maior voz de todos os tempos da música brasileira pela revista Rolling Stones, em 2012.
A cantora foi tema da escola de samba Mangueira, em 1994, junto com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia. Os quatro inspiraram o enredo 'Os Doces Bárbaros'. O samba 'Atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu' sacudiu a Marquês de Sapucaí.
Gal Costa lançou mais de 40 discos ao longo da carreira, entre álbuns de estúdio e ao vivo. O último, intitulado 'Nenhuma Dor”, foi lançado em 2021, com faixas em que interpretava canções em duetos com cantores como Seu Jorge, Criolo e Tim Bernardes.
Em 2018, o álbum “A Pele do Futuro” contou com participações especiais de Maria Bethânia e Marília Mendonça. Em 2021, Gal prestou homenagens a Marília após a morte da Rainha da Sofrência, em 5/11/2021 num acidente aéreo.
Gal Costa foi indicada em seis oportunidades no Grammy Latino e venceu em 2011 o “Prêmio Grammy Latino à Excelência Musical”, categoria que premia o artista pelo “conjunto da obra”.
Entre outros prêmios que a cantora venceu estão: Prêmio da Música Brasileira, em 2016, Prêmio Multishow, em 2012 (“Melhor Show”) e 2015 (“Prêmio Especial - 50 Anos de Carreira”).
E também dois prêmios da Revista Contigo! e sete prêmios Troféu Imprensa, sendo cinco de Melhor Cantora, um de Melhor Música e um de Melhor Revelação Feminina, em 1969.