Os irmãos José Lima (Chitãozinho) e Durval de Lima (Xororó) se apresentarão no Palco Mundo neste 21/09/2024, o Dia Brasil do festival.
A dupla será acompanhada da Orquestra Sinfônica Heliópolis, a primeira orquestra do mundo a ter surgido em uma favela.
No palco, Chitãozinho e Xororó irão receber na sessão “Para Sempre Sertanejo” artistas de diferentes gerações do gênero: Ana Castela (foto), Júnior, Luan Santana e Simone Mendes.
“A gente esperou muitos anos pelo convite do Rock in Rio, mas eu não imaginava tanta responsabilidade”, declarou Chitãozinho ao jornal “Extra”.
“Ao longo da carreira, a gente quebrou tantas barreiras, tantos tabus. No Rock in Rio, mais uma vez a gente vai cantar para um público diferente”, destacou Xororó.
Com 54 anos de carreira, Chitãozinho e Xororó vivem um momento especial não só pela estreia no Rock in Rio.
O álbum “Outros Cantos”, parceria da dupla com Milton Nascimento, foi indicado ao Grammy Latino 2024 na categoria “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”.
Lançado em 15/11/2023, o EP “Outros Cantos” conta com sete faixas em que a dupla e Milton (foto) dividem os vocais.
Entre faixas inéditas e regravações, o disco tem Chitãozinho e Xororó cantando “Bailes da Vida”, um clássico de Milton Nascimento, que “retribui” interpretando “Evidências”.
Canção que abre “Cowboy do Asfalto” (1990), o 15º álbum de estúdio de Chitãozinho e Xororó, “Evidências” tornou-se um fenômeno de popularidade com o passar do tempo.
Composta por Paulo Sérgio Valle e José Augusto, a canção esteve presente até mesmo no show de Bruno Mars no festival The Town de 2023, em São Paulo. A banda do astro do pop contemporâneo tocou a melodia e o público cantou a música na íntegra.
De acordo com levantamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), “Evidências” foi a música mais tocada em shows no Brasil em 2023.
Chitãozinho e Xororó são naturais da cidade de Astorga, no interior do Paraná. Eles nasceram nos anos 50 e trilharam o caminho da música desde cedo.
Em 1970, a dupla lançou “Galopeira”, que trazia a faixa-título na abertura. A canção é até hoje um dos grandes sucessos da carreira dos irmãos.
A carreira de Chitãozinho e Xororó ganhou um novo patamar a partir do álbum “Fio de Cabelo”, de 1982. O disco vendeu 1,5 milhão de discos graças ao fenômeno da faixa-título, que se tornou um clássico do repertório sertanejo.
Apontados como os principais responsáveis pela modernização da música caipira, os irmãos paranaenses já lançaram na carreira 31 álbuns de estúdio e 11 ao vivo.
A popularidade da dupla transcende o universo sertanejo. Eles já gravaram com mais de uma centena de artistas de outros gêneros, como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Fafá de Belém e Ivete Sangalo.
Em 1993, a dupla igualou feito até então exclusivo de Roberto Carlos entre cantores brasileiros ao atingir o primeiro lugar da Billboard, revista americana que traz famoso ranking das músicas mais tocadas. Com “Guadalupe”, que à época era tema de abertura de uma novela de Miami, eles obtiveram essa marca.
No segmento sertanejo, Chitãozinho e Xororó são também os maiores vencedores de Grammys Latinos. São seis estatuetas, sendo a último em 2022 pelo álbum “Legado”.