De acordo com o site noticioso, documentos confidenciais indicam projeção de que apenas dois quilômetros estarão prontos até 2030, um estágio muito inferior ao planejado, comportando somente 300 mil moradores.
O objetivo do príncipe árabe é que, já em 2030, 1 milhão de pessoas estejam morando em The Line. E depois a meta é alcançar 9 milhões. O governo local não se manifestou a respeito dessa nova estimativa.
O anúncio de construção da megacidade de 170 km de extensão na Arábia Saudita foi feito em 2021 e, desde então, divide opiniões.
Em julho de 2023, a obra fez parte da Bienal de Arquitetura, em Veneza, na Itália. O projeto é a menina dos olhos do Príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, para povoar uma área desértica de um jeito inovador.
A ideia é erguer dois gigantescos arranha-céus paralelos, de 200m de largura, 500m de altura e 170 km de comprimento.
A cidade longa se chamaria The Line (A Linha). E estreita, com saída para o Mar Vermelho.
No meio, haveria toda a estrutura de uma cidade: escolas, hospitais, mercados, áreas de lazer e até estádio de futebol. O projeto inclui até mesmo uma marina para a chegada de embarcações.
Na cidade, os 9 milhões de habitantes que poderiam morar na cidade ocupariam uma área de 34 km². Um espaço bem menor, por exemplo, que a capital sul-coreana, Seul (foto), que tem população semelhante em 605 km².
A rede social do projeto faz essa comparação para mostrar que a Arábia pretende reduzir o tamanho do território ocupado para habitação.
Os moradores teriam acesso a qualquer serviço com caminhadas de apenas cinco minutos: mercados, áreas de lazer arborizadas, parques, escolas e postos de saúde.
E o projeto prevê trens de alta velocidade: em apenas 20 minutos, seria possível viajar de uma ponta a outra da cidade.
Esse seria o único transporte. Ninguém poderia usar carros em The Line. Todos andariam a pé, de bicicleta ou de trem.
The Line também teria energia solar e eólica, com ventilação natural, garantindo sustentabilidade.
E a água na cidade futurista seria fornecida a partir da retirada do sal de água do Mar Vermelho.
O Mar Vermelho banha o lado oeste da Arábia separando o país do continente africano, na Península Arábica.
A construção seria espelhada nos dois lados com o objetivo de ajudar a controlar a temperatura.
Afinal, esse projeto está previsto para a região do Deserto da Arábia, com suas altas temperaturas.
O deserto ocupa a maior parte da Arábia Saudita, com 2,3 milhões de km². Ali as temperaturas podem oscilar entre 0ºC de madrugada a 50ºC no meio do dia.
A previsão de colocar espelhos ao longo de 170 km de construção está causando polêmica e muitas críticas.
Ambientalistas dizem que essa colocação de espelhos gigantes em extensão tão grande pode afetar a flora e fauna, inclusive o fluxo de aves migratórias. Muitas podem morrer batendo no espelho.
A The Line faz parte de um projeto ainda maior, chamado Neom, que é um conjunto de cidades inovadoras e não poluentes que a Arábia Saudita está planejando.
Além da The Line, está prevista a construção da Trojena, com foco no entretenimento e esportes de aventura.
E também está no planejamento erguer a Oxagon, para concentrar a parte industrial.
Um dos objetivos do projeto The Line é incrementar a ligação da Arábia com outros países e atrair turistas.
Com a implantação de nova estrutura, The Line ficaria a menos de 6 horas de voo de 40% da população mundial.
Isso daria um fôlego para a Arábia na área de Turismo, já que a grande riqueza do país, o petróleo, é um produto que um dia vai acabar.
O projeto prevê que a cidade seja controlada inteiramente por um sistema de inteligência artificial.