Foi a terceira apreensão de barbatanas de tubarão no estado em apenas uma semana. Segundo as autoridades, a carga iria para São Paulo e de lá seria levada para a Ásia.
As apreensões anteriores foram de cargas que saíram do município de Cruz, no Ceará , e de João Pessoa, na Paraíba. E também seguiriam para a Ásia
Criminosos tentam fazer o contrabando porque as barbatanas são uma iguaria muito valiosa na culinária de países asiáticos e podem atingir preços muito elevados.
As barbatanas chegam a custar mais de US$ 1,5 mil por quilo (cerca de R$ 8 mil). A sopa de barbatana de tubarão pode custar entre US$ 50 a US$ 200 por porção.
A técnica para obtenção de nadadeiras é conhecida como 'finning' e a maioria dos países proíbe essa prática. Mas muitos desrespeitam a lei. No “finning”, as barbatanas são retiradas e o restante do animal é descartado no mar.
Mas em muitos casos o tubarão é vendido sem as barbatanas para consumo da carne. E segundo cientistas o Brasil tem sido o maior receptador desse tipo de 'produto' , embora oficialmente proíba a prática.
A caça para obtenção das barbatanas é algo tão grave que pesquisadores alertam para a necessidade de preservar a espécie.
A população de tubarões no mundo diminuiu em 71% desde 1970, enquanto a pesca predatória desses animais aumentou 18 vezes, segundo estudos recentes.
Recentemente uma notícia causou perplexidade. Cientistas de várias instituições - entre elas o Instituto Oswaldo Cruz e a UFRJ - encontraram resquícios de cocaína em tubarões recolhidos no litoral do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro.
Esse tipo de análise foi feito pela primeira vez no mundo e o resultado surpreendeu. Dos 13 tubarões analisados, todos haviam absorvido a droga.
Embora a Polícia informe que o narcotráfico tem usado cada vez mais embarcações para o transporte de entorpecentes, os pesquisadores dizem que, na verdade, os animais marinhos foram contaminados pela droga a partir do despejo de esgoto na água.
Ou seja, dejetos de pessoas viciadas (principalmente o xixi) vão para a água carregando componentes da cocaína consumida pelo usuário. E os animais acabam absorvendo o entorpecente.
A carne dos tubarões seria posta à venda em feiras livres e mercados, pois essa espécie é frequentemente destinada ao consumo humano.
Um estudo recente indicou que cerca de sete em cada dez brasileiros (69%) não sabem que a carne de cação é, na verdade, de tubarão.
A pesquisa foi conduzida pela agência Blend por encomenda da Sea Shepherd Brasil, entrevistando 5 mil brasileiros em todo o país.Tubarão e cação são a mesma coisa. Mas a maioria das pessoas não sabe. E as embalagens não esclarecem.
Mesmo antes da descoberta de resquícios de cocaína em tubarões, eles já vinham sendo apontados por receber outros tipos de contaminação. É um peixe com níveis elevados de substâncias tóxicas.
O impacto é grande, pois o Brasil é o maior importador e consumidor de carne de tubarão no mundo. A cada ano, os brasileiros consomem cerca de 45 mil toneladas desse tipo de carne.
Ambientalistas reclamam que os compradores no Brasil continuam a adquirir carne de tubarão sem consciência, o que está impactando negativamente as espécies vulneráveis.