O local do cemitério fica em uma passagem de 45 km de largura, a leste da ilha de Creta, próximo à ilha de Kasos.
A equipe descobriu dez navios naufragados no total, de diferentes épocas. Geólogos, mergulhadores profissionais, engenheiros e historiadores estiveram envolvidos na pesquisa.
Espera-se que a descoberta dos navios possa ajudar a contar a história da região com base nos destroços e objetos encontrados no fundo do Mar Egeu.
A busca começou em 2019 e terminou em outubro de 2023. Inicialmente, a equipe usou um sonar para mapear o estreito, identificando locais para mergulho.
As escavações foram feitas em profundidades variando de 19 metros a 47 metros. O navio mais antigo descoberto pelos pesquisadores gregos remonta a 3.000 a.C., durante a Idade do Bronze.
Também foram encontrados navios de diferentes épocas, como da Era Clássica, do período Helenístico (quando a região era governada por Alexandre, o Grande) e após o domínio romano.
Entre os navios mais novos, destaca-se um pequeno barco de madeira que participou da Segunda Guerra Mundial.
Os arqueólogos identificaram a origem de cada navio com base em suas características físicas e sua carga. As análises sugerem que eles vieram de lugares como África, Ásia Menor, Espanha e Itália.
Dentre os vários objetos encontrados durante a pesquisa, estão uma ânfora espanhola do ano 150 e uma âncora de pedra da Grécia Antiga.
Os arqueólogos planejam continuar as buscas em 2024 para encontrar mais navios naufragados em Karpathos, uma região vizinha que também pode ser um cemitério de navios semelhante, possivelmente com destroços de outros períodos históricos importantes para a região.
Com um litoral de quase 8 mil km, a costa brasileira também é palco de grandes cemitérios de navio. Além do período das grandes navegações portuguesas, que aportavam por aqui, a Segunda Guerra também deixou inúmeros navios brasileiros e alemães debaixo d’água.
Um dos lugares com mais naufrágios é o arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia. Lá, o ponto conhecido como 'cargueiro Rosalina' se tornou um ponto de mergulho popular entre curiosos e mergulhadores.
Outro navio famoso que afundou na costa brasileira foi o 'Príncipe de Astúrias', que naufragou em 1916 em Ilhabela, São Paulo. Hoje em dia é considerado um dos mais pontos de mergulho mais difíceis do Brasil, por conta do mar constantemente agitado no local.
Para mergulhar até o Príncipe de Astúrias, é essencial ser um mergulhador experiente. No local do naufrágio, as águas são escuras, com visibilidade média de apenas 3 metros, o que dificulta a orientação e a movimentação entre os destroços.
O Príncipe de Astúrias está quase paralelo à costa e bastante desmantelado devido às explosões que ocorreram no naufrágio.
Outro navio dos mais visitados é o Corveta Ipiranga, que naufragou em Fernando de Noronha em 1983. Seus destroços estão numa profundidade aproximada de 62 metros.
Já o naufrágio do navio 'Prince', que aconteceu em 26 de Julho de 1752, permanece até hoje envolto em mistérios. Uma das teorias aponta para Natal, em Pernambuco.
Outro possível local para o naufrágio do 'Prince' é a Ilha de Ascensão, uma pequena ilha britânica no oceano Atlântico Sul.
Ao longo da história do Brasil, desde sua descoberta no século 16, estima-se que mais de 300 naufrágios ocorreram só no Rio de Janeiro.
Um desses naufrágios é o do vapor Buenos Aires. Lançado ao mar em 1829, ele era considerado um dos mais modernos para transporte de cargas e passageiros.
Em 1890, o navio estava navegando da Bahia para o Rio de Janeiro quando uma de suas caldeiras explodiu. Pouco depois, alguns passageiros viram uma ilha e um farol se aproximando e avisaram o capitão, mas ele não deu atenção.
Quando finalmente foi ao convés, percebeu que estavam prestes a colidir com a Ilha Rasa, no Rio de Janeiro. Hoje, o local se tornou um dos mais populares para mergulhadores profissionais.