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Clara Nunes: cantora marcou o samba e teve morte trágica aos 40 anos


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Reprodução do Facebook Cantora Clara Nunes Guerreira

A exposição “Clara, Guerreira” trará documentação sobre a vida e a obra da cantora mineira, “de forma imersiva e interativa”. A atração é inspirada no livro “Clara Nunes, Guerreira da Utopia”, do jornalista Vagner Fernandes.

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Clara Nunes nasceu em 12 de agosto de 1942 no distrito de Cedro, que hoje é um municipio emancipado de nome Caetanópolis, no interior de Minas Gerais. Foi lá que começou a cantar em corais de igreja.

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Caçula de sete filhos, ela perdeu os pais muito cedo, ambos vítimas de problemas de saúde, e foi criada pela irmã mais velha, Maria Gonçalves.

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Durante um período em que morou na capital Belo Horizonte, Clara Nunes deu início à carreira musical em programas de rádio locais. Nessas apresentações, a voz potente passou a fazer sucesso entre os ouvintes mineiros.

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Mais tarde, em 1965, quando se mudou para o Rio de Janeiro, Clara começou a se envolver com o mundo do samba, gênero que a consagraria, deixando para trás as interpretações de boleros.

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O universo do samba a aproximou também dos terreiros das religiões de matriz africana, o que teria enorme influência em seu estilo e musicalidade. Esse contato faria de Clara uma voz importante na luta contra o preconceito religioso.

Reprodução Youtube Cantora Clara Nunes Guerreira

A artista transportou para seus figurinos essa religiosidade. Em 2023, a exposição “Clara Nunes - Eu Sou a Tal Mineira”, em no Museu da Moda, em Belo Horizonte, mostrou em detalhes essa faceta da cantora.

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Já na capital fluminense, Clara gravou seu primeiro disco, na Odeon. Mas o álbum que a guindou ao sucesso foi “Você Passa e Eu Acho Graça”.

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No seu quinto álbum, “Clara Clarice Clara”, de 1972, a cantora direcionou definitivamente seu caminho pelo samba. Entre as faixas estão composições de Nelson Cavaquinho, Cartola e Caetano Veloso.

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Entre canções que se eternizaram na voz de Clara Nunes estão “Feira de Mangaio”, “O Mar Serenou” e “Conto de Areia”

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“Morena de Angola”, composição de Chico Buarque que Clara Nunes gravou no início dos anos 80, é outra canção de sucesso em seu repertório.

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Um feito importante da carreira de Clara Nunes é que ela foi a primeira cantora brasileira a bater a marca de 100 mil discos vendidos.

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Um dos shows marcantes da carreira de Clara Nunes foi “Poeta, Moça e Violão”, em que cantou ao lado de Toquinho e Vinícius de Moraes. Em 1991, foi lançado um disco com a gravação ao vivo da apresentação no Teatro Castro Alves, em Salvador.

Instagram @poetaviniciusdemoraes

Clara Nunes fez shows em Angola, na África, representou o Brasil no Midem (encontro musical de empresas ligadas à indústria da música), em Cannes, na França, e lançou álbum na Europa em 1974, que foi um sucesso de vendas.

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Em 1975, Clara Nunes casou-se com o poeta e compositor Paulo César Pinheiro, autor de dezenas de letras marcantes da música brasileira, como “Lapinha”, Vou Deitar e Rolar” (ambas com Baden Powell), e “Canto das Três Raças” (com Mauro Duarte), que ficou bastante conhecida na voz da mineira.

Reprodução do Facebook Cantora Clara Nunes Guerreira

Clara Nunes teve uma relação de amor com a Portela. Em 1975, ela foi a intérprete da escola no desfile com o samba “Macunaíma”. Além disso, sua gravação de “Portela na Avenida”, composição de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, tornou-se um clássico do samba.

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Clara Nunes morreu de forma precoce, fato que consternou o universo da música brasileira, no dia 2 de abril de 1983, aos 40 anos, em um procedimento cirúrgico simples para remover varizes, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro.

Reprodução do Facebook Cantora Clara Nunes Guerreira

No período, houve muitas especulações sobre a causa da morte. Mas, em seu livro sobre Clara Nunes, o biógrafo Vagner Fernandes esclarece que a artista sofreu um choque anafilático - uma reação alérgica - na sedação para a cirurgia.

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