Em 24/9, policiais civis prenderam um homem que cortava as orelhas de cachorros no município de Queimados, na Baixada Fluminense
O criminoso cobrava cerca de R$ 350 pelo procedimento. Mesmo sem especialização, fazia suturas e prescrevia medicamentos para cicatrização das feridas.
Jefferson Santos de Oliveira vai responder por maus-tratos a animais. No local, a polícia achou seis cães das raças Bulldog Francês, American Bully e Lulu da Pomerânia. Um dos cachorros estava com ferimentos recentes.
Anos atrás um cachorro já anestesiado foi resgatado por policiais em Paranaguá (PR) num caso que também repercutiu chamando atenção para o problema.
Ha pessoas que - assim como o preso de Queimados declarou à polícia - veem a técnica em videos na internet e passam a fazer o serviço em troca de pagamento.
Geralmente nesses locais a polícia apreende equipamentos cirúrgicos, remédios veteriários e materiais de sutura. Tudo usado de forma ilegal.
No Brasil, é considerada crime, passível de pena com multa e detenção. Esse procedimento é considerado ilegal pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária desde 2008.
Mas, ainda assim, há pessoas que buscam essa cirúrgia estética para os cães de estimação. Geralmente, as raças em que o corte das orelhas é mais comum são: Doberman, Dogue Alemão, Boxer, Pitbull e American Bully.
A conchectomia geralmente é realizada em filhotes, principalmente nos dois primeiros meses da vida..
Tutores que defendem essa medida argumentam que, ao “levantar” as orelhas do cachorro, ajudam a evitar problemas no canal auditivo. Mas especialistas dizem que esse argumento não procede.
Além da dor causada ao animal (se não houver anestesia), o procedimento pode causar infecções e sangramentos por problemas de coagulação
Também há casos em que são constatadas reações alérgicas à anestesia aplicada. Além disso, já houve registros até de mortes.
Veterinários envolvidos em ações ilegais correm o risco de ter o registro suspenso pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, sendo impedidos de atuar na profissão.
Além da conchectomia, outros procedimentos como o corte de rabo também se enquadra na lei de crimes ambientais.