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Nobel da Paz: ONG japonesa de sobreviventes de bombas atômicas vence prêmio


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Reprodução Twitter The Nobel Prize

A associação, conhecida também como Hibakusha, reúne sobreviventes dos ataques nucleares americanos às cidades de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.

Flickr Marko Kovic

Hibakusha é a expressão utilizada no Japão para se referir às pessoas que sobreviveram aos ataques nucleares do maior conflito armado do século 20.

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No anúncio, o comitê do Nobel declarou que a premiação é “um lembrete ao mundo atual de que essas armas não devem ser usadas nunca mais”.

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A organização observou que o prêmio também serve de alerta para todos os conflitos que tomam o mundo atualmente, como a guerra entre Ucrânia e Rússia e as tensões no Oriente Médio.

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'O prêmio foi um reconhecimento à Nihon Hidankyo por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar por meio de depoimentos de testemunhas que armas nucleares nunca devem ser usadas novamente', acrescentou o comitê.

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Toshiyuki Mimaki, diretor da Nihon Hidankyo e sobrevivente do lançamento da bomba em Hiroshima, pronunciou-se emocionado à imprensa após saber da premiação.

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“É uma grande força (o prêmio) para lembrar ao mundo que a abolição das armas nucleares pode ser alcançada”, declarou Mimaki em Hiroshima, cidade em que a organização está sediada.

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Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão, também se manifestou sobre a premiação. O governante definiu como “extremamente significativa” a decisão do comitê do Nobel.

Sakaori/Wikimedia Commons

O laureado com o Nobel da Paz recebe premiação de 1,1 milhão de dólares (R$ 6,2 milhões na cotação atual), um diploma e uma medalha de ouro.

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O Comitê do Nobel é formado por cinco integrantes nomeados pelo Parlamento da Noruega. Neste ano, foram indicadas 286 pessoas para a premiação, entre elas o Papa Francisco.

Divulgação

Em 1945, os Estados Unidos alvejaram Hiroshima e Nagasaki com as bombas atômicas. As cidades são as únicas até hoje no mundo que foram atacadas por armas nucleares.

Domínio Público/ Wikimédia Commons

No dia 6 de agosto de 1945, a bomba atômica apelidado de “Little Boy” (garotinho, em português) foi lançada sobre Hiroshima pelo bombardeiro Enola Gay.

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A explosão atômica na cidade localizada no oeste do Japão matou cerca de 120 mil pessoas - entre vítimas instantâneas e outras que não resistiram aos ferimentos e doenças causados pela bomba com o passar dos anos.

Domínio Público/Wikimedia Commons

No dia 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos promoveram o segundo ataque nuclear ao Japão. Batizada de “Fat Man” (Homem Gordo|), a segunda bomba foi lançada sobre Nagasaki e deixou mais de 74 mil mortos.

Domínio público

Após os ataques a Hiroshima e Nagasaki, o Japão anunciou sua rendição, no que é considerado o capítulo final da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945).

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A radiação emitida nas duas explosões atômicas no Japão não só provocou milhares de mortes instantâneas como gerou efeitos a longo prazo na saúde de sobreviventes.

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Muitos que resistiram inicialmente acabaram padecendo tempos depois com doenças relacionadas aos efeitos das bombas.

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Já os sobreviventes de longo prazo, alguns deles fundadores da Nihon Hidankyo, conviveram com riscos acentuados de enfermidades, como o câncer.

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Nos últimos anos, a possibilidade de uso de arsenais nucleares gerou tensão mundial. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a ameaçar fazer uso desse tipo de armamento em algumas ocasiões.

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