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Em município do Pará, eleitores usam óculos-espião em esquema de compra de votos


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Reprodução de vídeo TV Globo

O óculos-espião foi utilizado para que os eleitores comprovassem o voto no candidato a vereador Edivaldo Borges Gomes, conhecido como Irmão Edivaldo (MDB).

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O equipamento era dotado de uma microcâmera interna, o que permitia aos eleitores que negociaram seus votos filmarem imagens da tela da urna.

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A descoberta do artifício se deu pela desconfiança de uma mesária. Ela afirmou à polícia ter percebido que um dos eleitores portava óculos atípicos, mais grossos que o normal.

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A mesária notou que outro eleitor, uma adolescente, entrou na seção eleitoral com um óculos idêntico no bolso, o que aumentou sua desconfiança.

Furmann Tais - wikimedia commons

Ela decidiu interrogar a eleitora e acionou fiscais da Justiça Eleitoral do Pará, que na vistoria encontraram a câmera dentro do óculos-espião.

Divulgação

Ao ser descoberta com o dispositivo de filmagem, a eleitora confessou à Polícia Civil do Pará ter vendido seu votos.

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Ela revelou que um desconhecido a abordou oferecendo R$ 200 para ela votar no candidato Irmão Edivaldo.

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A eleitoral explicou que para receber o dinheiro precisaria comprovar pela filmagem do óculos-espião que votou no candidato a vereador pelo MDB.

José Cruz/Agência Brasil

A polícia do Pará prendeu em flagrante Irmão Edivaldo. O político deve sofrer processo judicial pelos delitos de compra de votos e associação criminosa.

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Reeleito para o seu terceiro mandato na Câmara Municipal de Ourilândia do Norte, Irmão Edivaldo usou a tribuna da casa legislativa para se defender das acusações.

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“Eu desafio qualquer cidadão de Ourilândia que prove que eu, vereador Edivaldo, já prejudiquei alguém ou montei alguma ‘casinha’ para qualquer que seja o ser humano. Uma maldade sequer da minha parte”, discursou o vereador.

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O candidato recebeu 848 votos, mas agora está sob suspeita de que parte deles foram comprados.

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Edivaldo Borges Gomes tem 64 anos. Ele nasceu no município de Uruaçu, em Goiás, e se mudou para Ourilândia do Norte em 1986.

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Além de vereador, Irmão Edivaldo atua como 1º vice-pastor da Assembleia de Deus, em Ourilândia do Norte.

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Em uma cidade do Maranhão, as autoridades também descobriram um esquema de compra de votos. O caso aconteceu na disputa pela prefeitura de Nova Olinda do Maranhão.

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A cidade maranhense teve a disputa mais acirrada das eleições municipais de 2024 no Brasil. Ary Menezes (PP) venceu com 50,01% contra 49,99% de Thaymara Amorim (PL).

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No entanto, um grupo de eleitores confessou que recebeu ofertas para vender votos a favor de Ary Menezes (foto). A pescadora Luciane Souza Costa declarou que foi ameaçada por não ter aceitado digitar o número do candidato na urna após seu marido receber o pagamento.

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O eleitor Danilo Santos afirmou que Ary Menezes foi até sua casa ao lado do candidato a vice-prefeito Ronildo da Farmácia (MDB) para saber o que ele queria receber em troca de seu voto na chapa.

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Danilo disse ter pedido materiais para construir sua casa (telhas, sacos de cimento e madeira), mas que não votou no candidato porque só recebeu uma parcela do combinado. Ele afirmou que passou a receber ameaças depois disso.

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