O animal, um macho da espécie, estava em recuperação e vinha se alimentando bastante e tomando muita água. Nas patas, os veterinários colocaram talas com medicamentos para tratar as queimaduras.
A equipe veterinária disse que tinha acrescentado até folhas de embaúba na alimentação, pois as antas adoram esse tipo de folhagem. Além disso, usaram pele de tilápia, uma espécie de peixe, para tentar ajudar na cicatrização das feridas nas patinhas.
Mas nada foi suficiente para salvar o animal. A anta havia sido salva por brigadistas que combatem incêndios no Parque Nacional de Brasília. Eles perceberam que o animal estava cheio de dor, por causa de queimaduras causadas pelo fogo subterrâneo, que se espalhou pela área verde.
O resgate dramático da anta, que se debatia com a aproximação da equipe, foi divulgado pela mídia, comovendo o público por causa dos gritos do animal.
Após ser anestesiada, a anta - um filhote de 73 kg - foi levada para o serviço veterinário do zoológico, onde recebeu tratamento. Os especialistas deram remédio contra a doença e trataram as feridas
O focinho estava ferido porque a anta se debateu bastante com a dor e a remoção feita pelos socorristas. E as patas estavam queimadas por causa da quentura do solo.
Os veterinários planejavam devolver a anta à natureza quando ela estivesse plenamente recuperada. Apesar de toda a dedicação, o animal havia sofrido com as queimaduras e a inalação de fumaça, além de desnutrição.
As antas são grandes mamíferos da família Tapiridae, nativos de regiões tropicais da América do Sul, Central e Sudeste Asiático.
Elas são encontradas em florestas tropicais, áreas úmidas e savanas da América Central e do Sul, incluindo países como Brasil, Colômbia e Venezuela. Também existem espécies na Ásia, principalmente em regiões do Sudeste Asiático, como na Tailândia e na Malásia.
Existem quatro espécies de antas. A espécie asiática, a anta-malaia, tem uma coloração diferente das suas contrapartes americanas, com uma pelagem preta na frente e branca na parte traseira.
As antas, também conhecidas como tapir, possuem um corpo pesado e arredondado, similar ao de um porco ou de um cavalo, com uma espessa camada de gordura.
Uma das suas características mais marcantes é o focinho longo e flexível, que lembra uma pequena tromba. Elas usam essa tromba para pegar folhas, frutas e outras fontes de alimento.
A pele das antas é grossa, ajudando a protegê-las de predadores e de vegetação espinhosa. Nas antas adultas, a cor varia de cinza-escuro a marrom.
No entanto, os filhotes têm uma coloração marrom-avermelhada com listras e manchas brancas, o que ajuda na camuflagem da selva.
As antas têm pernas curtas, mas poderosas, com três dedos nos pés traseiros e quatro nos pés dianteiros. Isso lhes permite mover-se com facilidade em terrenos pantanosos e florestais.
As antas são excelentes nadadoras, apesar de seu tamanho e peso. Elas mergulham em rios e lagos, onde podem ficar submersas por longos períodos, respirando através de suas narinas posicionadas no topo de seus focinhos, que funcionam de maneira semelhante a uma tromba curta.
As antas possuem uma cauda curta e quase imperceptível. Elas podem pesar entre 150 e 300 quilos e medir cerca de 1,8 a 2,5 metros de comprimento, dependendo da espécie.
Herbívoras, as antas se alimentam principalmente de folhas, frutos, brotos e plantas aquáticas. Elas preferem frutas caídas no solo das florestas.
Mas também podem comer cascas de árvores e sementes. Sua dieta varia de acordo com a disponibilidade de alimentos em seu habitat.
Espera-se que os incêndios parem de ocorrer em parques florestais por todo o Brasil, onde os animais vêm sofrendo e até morrendo.