Nesta quinta-feira (24/10) promotores da cidade de Los Angeles, nos EUA, recomendaram uma redução sentença após um pedido dos parentes dos irmãos para que eles fossem soltos.
Segundo o promotor George Gascon, a ideia é que a pena, que inicialmente era apenas de prisão perpétua, seja convertida em '50 anos a prisão perpétua'.
Isso, de acordo com a legislação dos Estados Unidos, permitiria que os irmãos obtivessem liberdade condicional após 34 anos atrás das grades.
“Acredito que eles pagaram a sua dívida para com a sociedade”, declarou o promotor.
Chamado de 'resentencing' ('ressentenciamento', em português), o processo permite um novo ajuste da sentença em resposta a 'um problema ou erro na pena original'.
Erik e Lyle não foram considerados suspeitos da morte dos pais logo de início. No entanto, a investigação começou a focar nos irmãos quando eles começaram a ostentar uma vida de luxo, financiados pela herança dos pais.
Ele chegaram a adquirir apartamentos, veículos de alto padrão e relógios de marcas famosas, entre outras despesas.
A evidência decisiva surgiu quando Erik fez uma revelação a seu psicólogo, Jerome Oziel, que decidiu gravar as sessões com os irmãos.
Essas gravações foram entregues às autoridades, que, mais de seis meses após os assassinatos, decidiram prender os dois.
O julgamento, iniciado em 1993, foi um dos primeiros a ser transmitido pela televisão nos Estados Unidos, gerando grande interesse da mídia e atraindo a atenção de milhões de curiosos.
Durante as audiências, uma nova revelação chocou o público: chorando, os irmãos afirmaram que haviam sofrido abusos e agressões por parte do pai durante anos, com a cumplicidade da mãe, Kitty Menéndez.
Segundo os arquivos do caso, o pai, José Menéndez (foto), também teria ameaçado os filhos de morte se eles contassem o que acontecia dentro de casa.
Na noite de 20 de agosto de 1989, Kitty e José foram encontrados mortos por tiros de espingarda em sua mansão de luxo, em Beverly Hills. Na época, os irmãos tinham 18 e 21 anos.
O primeiro julgamento resultou em um impasse entre os membros do júri e foi anulado. Um novo processo foi realizado, desta vez sem transmissão para a TV.
Em abril de 1996, o júri decidiu por condená-los à prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional.
Lyle e Erik ficaram em prisões separadas até 2018, quando passaram a cumprir a pena no mesmo presídio.
O caso ganhou ainda mais repercussão em 2024 graças à série ficcional 'Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez', lançada pela Netflix em 19/9/24.
A mesma Netflix também lançou o documentário 'O Caso dos Irmãos Menendez', em 7/10/24, reforçando ainda mais a divulgação do caso.
Em 2023, os advogados dos irmãos trouxeram à tona novas evidências que, segundo eles, comprovam os abusos perpetrados por José Menendez, incluindo uma carta que Erik havia escrito para uma prima.
No dia 17, os promotores de Los Angeles declararam que o sistema de justiça criminal da região chegou a uma compreensão 'mais atualizada' desde o primeiro julgamento dos irmãos. Uma nova audiência está agendada para o dia 29 de novembro.