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Doença rara intriga médicos pela dificuldade de diagnóstico


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Instagram @pamela.notario

A nutricionista Pamela Notário, de Rondonópolis, descobriu a doença em 2018.e hoje divulga orientações nas redes sociais. Ela foi diagnosticada no momento em que desistia da faculdade de Direito.

Pamela se recuperou do susto, faz tratamento adequado e publica informações na internet para que as pessoas sigam suas vidas cuidando sempre da saúde. Ela posta conteúdo sobre a doença.

Reprodução de redes sociais

Pamela dá um testemunho de sua própria experiência e afirma que, havendo tratamento, dá para viver com alegria e - como ela curte - viajando bastante.

Reprodução de redes sociais

Antes de descobrir a síndrome, Pamela constantemente apresentava sintomas de pneumonia, que se tornou crônica. Ela tinha fadiga e cansaço extremos, que dificultavam sua ida ao trabalho. Os médicos acreditavam que a doença era de fundo emocional.

Reprodução de redes sociais

Ao lado do marido, decidiu comer um lanche (hambúrguer), mas no dia seguinte teve muito inchaço. A priori, pensou que fosse uma alergia, mas ao chegar ao hospital foi informada de que seus rins não estavam mais funcionando. A nutricionista, então, foi transferida do Pronto-Socorro direto para a UTI.

Instagram @pamela.notario

'Fomos de UTI aérea para São Paulo e o diagnóstico também demorou. Precisei de hemodiálise e troca de plasma, e acabei tendo o diagnóstico da síndrome', relatou em entrevista.

Ministério da Saúde

“Sempre fui muito preocupada com minha saúde, cuidava da alimentação. Nunca imaginei que pudesse estar doente, apesar de tossir por quatro meses seguidos e com uma fadiga muito grande, um cansaço extremo”, lembrou a nutricionista.

Instagram @pamela.notario

Um relatório do Hospital das Clínicas de São Paulo mostrou que 56% dos pacientes com essa doença são jovens mulheres de cerca de 20 anos. Elas apresentam um quadro de insuficiência renal.

Flickr Aster Hospital

A SHUa altera as proteínas do chamado sistema do complemento, que atuam nas defesas do organismo. A síndrome desregula algumas das proteínas codificadas por um grupo de genes, explica a nefrologista.

Imagem freepik

Diante disso, as equipes médicas encontram pacientes com alterações sanguíneas e renais e não tem ideia de que esses sintomas possam estar relacionados à SHUa.

Reprodução/Enciclopédia Britânica

Segundo os médicos, uma espécie de coágulo se forma dentro dos vasos sanguíneos, impedindo a oxigenação adequada dos órgãos irrigados por esses vasos, levando a uma deficiência do funcionamento deles. Um dos fatores observados em quase 100% dos casos da SHUa é a lesão renal aguda.

Flickr Ozone Hospital

'O período foi terrível. Passei por 39 médicos até descobrir a síndrome. Sou uma pessoa muito positiva, tinha certeza que melhoraria e que não achavam nada no meu corpo porque eu não tinha nada. Mas quando descobrimos a SHUa, fui tratar de entender meu diagnóstico e saber contra que inimigo eu estava lutando”, lembrou a nutricionista em entrevista ao Metrópoles.

Instagram @pamela.notario

Na época, Pamela teve que ser transferida de Cuiabá, no Mato-Grosso, para São Paulo em virtude da piora do quadro. Apenas seis meses depois, a nutricionista conseguiu retomar a sua vida normal.

Instagram @pamela.notario

Segundo especialistas, é importante que os exames para identificar a doença sejam feitos antes da intervenção médica. Neles, são detectados os genes alterados e o desenvolvimento da patologia, que é uma emergência médica por afetar os rins.

Creative Commons

Os especialistas afirmam que a doença ainda está sendo mapeada no mundo, inclusive em relação às alterações genéticas. Existe, portanto, necessidade de esclarecimento sobre a SHUa e seus diagnósticos diferenciais.

SHUa - Flickr folhaes

O ideal é que o diagnóstico seja rápido, feito em até 48 horas após os primeiros sintomas, para fazer o tratamento sem prejudicar a saúde dos pacientes e evitar os efeitos cascata da doença.

Flickr Rogério Reis / Tyba

Além da falência renal e do cansaço extremo, os pacientes também podem ter sintomas gastrointestinais, cardiovasculares e até cerebrais.

Imagem de Istvan Brecz-Gruber por Pixabay

Caso a síndrome seja diagnosticada a tempo, o paciente consegue contornar as complicações com um tratamento à base de anticorpos monoclonais específicos.

Paulo Henrique Orlandi Mourao - Wikimédia Commons

Segundo Pamela, muitos pacientes não têm acesso gratuito aos remédios, que são bem caros. Muitas pessoas acabam dependendo da hemodiálise e até buscam a solução em outros países.

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Pamela usou uma medicação injetável a cada 15 dias e viu sua função renal retornar à normalidade. A molécula é fornecida pelo seu plano de saúde, mas também está disponível no SUS.

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