,Identificada como 'Ta-Kr-Hb', ou 'Takerheb' tudo leva a crer que tenha sido uma princesa ou sacerdotisa negra. Para a sua reconstrução, foram usadas imagens de raio-x do crânio da múmia. Então, softwares digitais acrescentaram músculos e tecidos moles ao rosto.
Hoje a múmia faz parte do acervo do Museu Perth, da Escócia. Estima-se que ela tenha vivido até 30 ou 40 anos. Um cálculo exato é complicado porque a dentição estava comprometida por muitas cáries.
O estudo de múmias é sempre um desafio, mas ao mesmo tempo abre portas para muito conhecimento. Tanto sobre pessoas como sobre animais. Recentemente Cientistas analisaram o DNA de babuínos de milhares de anos e descobriram o misterioso porto por onde os antigos egípcios faziam comércio dessa espécie. Eles não são nativos do Egito, mas eram adorados por serem associados aos deuses Babi e Thoth
Antigamente, se dizia que os babuínos vinham de Punte, local misterioso e com ares de lenda. No entanto, pesquisas revelam que este reino pode ter sido real, localizado na costa da Eritreia.
Quando levados aos templos do Egito, os babuínos tinham seus pontiagudos dentes incisivos removidos para deixá-los menos perigosos e eram mumificados com alguma frequência como oferenda aos deuses.
Em 2020, um primatólogo usou moléculas dos dentes de um babuíno mumificado para descobrir sua dieta no início da vida. Algo que indica as regiões atuais da Somália, Eritreia e Etiópia, e os babuínos da análise vieram do Império Novo, entre 1550 a.C a 1070 a.C., sendo a primeira pista de Punte.
Cinco espécies de P. anubis mumificados do período ptolomaico refletiram níveis de estrôncio que são consistentes com uma origem egípcia. Isso dá indícios de um programa de reprodução em cativeiro para babuínos naquela época, provavelmente em Memphis, uma antiga capital no Baixo Egito, a noroeste do Mar Vermelho.
O Reino de Punte foi um importante parceiro comercial dos egípcios por pelo menos mil anos, sendo fonte de bens de luxo, incluindo incenso, ouro, peles de leopardo e babuínos vivos.
Em outro momento, arqueólogos peruanos fizeram, em um espaço sagrado de um dos bairros mais antigos de Lima, capital do Peru, a descoberta de quatro múmias de crianças ao lado de restos mortais de um adulto. Os crânios das múmias ainda tinham cabelos.
Acredita-se que possuam mais de mil anos e sejam da cultura Ichma, que se desenvolveu na costa central do Peru antes da ascensão do Império Inca.
Essas descobertas despertam muita curiosidade em todo mundo. Por exemplo, a tumba do faraó Tutancâmon já tem 100 anos. Ele é, sem dúvida, o mais famoso e o que atrai maior atenção.
A tumba agora contém a múmia do faraó em uma caixa de vidro, assim como o seu sarcófago exterior, feito de madeira dourada.
A prática de preservar corpos remonta a uma época anterior ao Antigo Egito. Pelo menos 3.500 anos antes dos faraós egípcios que ganharam fama, já havia mumificação.
Os corpos de nobres eram enterrados junto com objetos pessoais e muitas preciosidades. Mas, em outros casos, ocorreram mumificações naturais, sem intervenção humana, e sim por causa da ação do ambiente sob determinadas condições, como essa galeria vai mostrar.
As múmias revelam aspectos da cultura, da alimentação, dos costumes de povos inteiros. Na foto, o Homem de Tollund, encontrado num pântano na Dinamarca em 1940. Ele morreu asfixiado e a corda ainda está no seu pescoço Viveu entre cerca de 405 a.C e 380 a.C, na Idade do Ferro. Sua última refeição foi mingau de cevada e peixe.