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Após retirada da carne, conchas descartadas por marisqueiras viram tijolo no Nordeste


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Reprodução TV Globo

Para cada quilo de carne, 15 kg de conchas são descartados. E esses resíduos se acumulam por quilômetros nas praias, nas margens dos rios e nas comunidades ao redor.

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Por isso, pesquisadoras da Universidade Federal de Pernambuco e empreendedoras viram nessa atividade uma chance de produzir algo ambientalmente sustentável.

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E foi assim que surgiu o tijolo ecológico, feito justamente das conchas que se acumulavam sem qualquer serventia. Em vez de serem lixo, essas conchas viraram matéria-prima.

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As conchinhas são trituradas e depois misturadas com terra e cimento em máquinas manipuladas por profissionais que também acabam tendo renda nessa fabricação

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Depois que a massa fica pronta, os tijolos são prensados em outro equipamento. Eles são modulados, de encaixe, e perfurados por dentro.

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Os tijolos passaram por testes de resistência e apresentaram a vantagem de custar 20% a menos que o tijolo comum, de acordo com as produtoras. Elas explicam que , para utilizar esse tjolo, basta fazer o rejunte e botar resina na parede , sem necessidade de reboco.

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A fábrica tem capacidade para produzir 1.500 tijolos por dia. E a tendência é ampliar, já que o projeto ganhou o reconhecimento da Sudene - a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

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A tecnologia do tijolo de conchas - que já está sendo usado para construção de bancos, por exemplo - foi escolhida pela Sudene entre 31 projetos do Nordeste que apresentaram as melhores soluções em biotecnologia, educação, economia criativa e bioeconomia. Com isso, os empreendedores devem receber R$ 80 mil para a expansão do negócio.

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Para as catadoras de mariscos, que ganham na faixa de um salário mínimo pela coleta, a expansão de um projeto sustentável permite vislumbrar uma melhor qualidade de vida, além de abrir espaço para empregos também nas fábricas.

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O tijolo produzido pela iniciativa criativa em Pernambuco é um dos tipos de tijolos ecológicos que são preparados a partir do aproveitamento de materiais que seriam desperdiçados.

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O tijolo ecológico (ou tijolo de solo-cimento) costuma ser feito com uma mistura de solo e cimento prensado, sem necessidade de queima. É sustentável e tem encaixes que dispensam o uso de argamassa entre as camadas

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A história dos tijolos remonta à antiguidade. Os primeiros foram criados há cerca de 7.000 a.C., na região do Vale do Eufrates, nas civilizações da Mesopotâmia (atualmente o Iraque)

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Esses tijolos iniciais eram feitos de barro ou argila, moldados manualmente em formas retangulares e secados ao sol. Eles não passavam por um processo de queima, o que os tornava menos duráveis e resistentes às intempéries.

Imagem Museu Slemani

Com o tempo, as civilizações descobriram que, ao queimar os tijolos em fornos, eles se tornavam muito mais resistentes. Esse avanço tecnológico ocorreu por volta de 3.500 a.C., e o uso de tijolos queimados se expandiu para regiões como o Egito e o Vale do Indo.

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Os materiais básicos desses tijolos primitivos incluía argila ou barro misturado com água; Palha (ou outros materiais fibrosos, como junco) para dar mais resistência e evitar rachaduras durante a secagem. Em alguns casos, cascalho ou areia eram misturados para dar mais consistência.

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Esses tijolos secados ao sol e depois queimados foram um dos primeiros materiais de construção criados pelo ser humano, e muitos dos monumentos e cidades antigas foram construídos com eles, incluindo a famosa cidade de Ur, na Mesopotâmia.

- M.Lubinski /Wikimédia Commons

Os tijolos modernos, como os conhecemos hoje, começaram a surgir durante o período da Revolução Industrial, no final do século XVIII e início do século XIX

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Durante a Revolução Industrial, foram desenvolvidas máquinas para moldagem e fabricação de tijolos, o que permitiu a produção em grande escala e com maior padronização.

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Com o avanço da tecnologia outros tipos de tijolos foram surgindo. Atualmente, além dos tijolos ecológicos, existem vários outros. Veja os principais.

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Tijolo maciço: Não possui furos e é feito de barro cozido. Usado em paredes de alvenaria e estruturas que precisam de maior resistência.

Reprodução do Facebook Olaria Reiter

Tijolo furado (ou bloco cerâmico): Apresenta furos que proporcionam melhor isolamento térmico e acústico. É mais leve e econômico do que o tijolo maciço.

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Tijolo baiano: Um tipo de bloco cerâmico, mas com paredes mais finas e mais furos, o que o torna mais leve e econômico. Utilizado em paredes internas, não recomendado para estruturas que precisam de grande resistência.

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Tijolo de concreto:Feito de concreto e pode ser maciço ou furado. É muito resistente e pode ser utilizado em estruturas que suportam peso ou em obras maiores, como edifícios.

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Tijolo refratário:Feito com materiais que suportam altas temperaturas. Usado em fornos, churrasqueiras, lareiras, etc.

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Bloco de vidro: Transparente e usado para permitir a entrada de luz natural. É mais decorativo e utilizado em áreas como divisórias ou paredes internas.

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Tijolo laminado: Feito de cerâmica de alta qualidade e com acabamento fino, geralmente usado para fins estéticos em revestimentos externos ou internos.

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