A história impressionante foi contada em um episódio da terceira temporada do podcast Que História!, da BBC News Brasil, e o FLIPAR te conta tudo!
A família planejou por quase 3 anos dar a volta ao mundo em um veleiro e chegaram a vender uma fazenda que tinham cidade inglesa de Leek para comprar Lucette, uma escuna de 13 metros de comprimento.
Embarcaram na viagem: Douglas, Lyn, os filhos Anne, de 19 anos, Douglas, 18, e os gêmeos Sandy e Neil, de 10. Eles saíram no dia 27 de janeiro de 1971, de Falmouth, na Cornualha.
A família passou 18 meses viajando, tendo cruzado vários portos do Caribe e Bahamas. Lá, Anna conheceu um homem e decidiu ficar — mal sabia ela que se livraria de um pesadelo.
Depois, a família passou pela Jamaica, canal do Panamá, Galápagos, e fizeram uma travessia de 45 dias pelo Pacífico até as Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa.
Tudo começou a dar errado na manhã de 15 de junho de 1972 quando, a 320 km a oeste das Ilhas Galápagos, o veleiro foi atacado por um grupo de orcas.
Em poucos minutos, Lucette tinha afundado por completo. Em um bote salva-vidas de 2 metros, a família conseguiu pegar um saco de cebolas, uma faca, uma lata de biscoitos, 10 laranjas, seis limões, foguetes de sinalização, anzóis e um diário de bordo.
O pesadelo ficou ainda maior quando a família percebeu que eles sequer tinham uma bússola ou qualquer aparelho de navegação.
Depois de muito perrengue tendo que comer carne crua de tartaruga e peixes-dourado, eles conseguiram ser resgatados por um barco pesqueiro japonês, no dia 23 de julho de 1972, após 38 dias perdidos no mar.
Alguns anos depois, Douglas lançou o livro 'A Última Viagem da Lucette', em que conta detalhadamente a história do naufrágio.
Em 2023, a história de sobrevivência de Tim Shaddock, um marinheiro australiano de 51 anos, chamou a atenção na internet. Ele foi resgatado depois de ficar por mais de dois meses à deriva no Oceano Pacífico.
O homem sobreviveu bebendo água da chuva e comendo peixe cru. Ele estava acompanhado por sua cadela Bella.
Segundo o sobrevivente, uma tempestade teria danificado o sistema eletrônico do barco, que falhou, deixando o marinheiro e a cadela isolados no meio do oceano. Ele foi resgatado por um helicóptero que acompanhava uma traineira de atum.
Em 2012, outra história, a de José Salvador Alvarenga, chocou o mundo. Ele ficou 438 dias perdido no oceano e conseguiu sobreviver!
O homem havia saído de Costa Azul, em Chiapas, no México, com um bote para pescar. Ele estava acompanhado do amigo Ezequiel Córdoba.
A ideia era passar 30 horas pescando e depois voltar ao vilarejo. O barco tinha 7 metros de comprimento, um motor de popa e um refrigerador para armazenar os peixes.
A dupla foi pega por uma tempestade e eles começaram a retirar tudo do barco, para facilitar o retorno. Eles tiveram que se desfazer até mesmo dos peixes que haviam pescacdo.
No dia seguinte, já sem tempestade, a situação piorou: o motor do barco parou de funcionar, o rádio queimou e os amigos ficaram à deriva.
Após 5 dias, a estimativa é de que o barco já estivesse a 450 km da costa. Como o barco era pequeno, não havia possibilidade de ser avistado por um avião ou por um helicóptero.
Após quatro meses, o amigo, Ezequiel, perdeu as esperanças e começou a ter pensamentos suicidas. Além disso, ele ficou doente por causa da comida crua e não comeu mais nada. Morreu de inanição.
Finalmente, em janeiro de 2014, José viu cocos flutuando na água e percebeu que havia terra no horizonte. Eram as Ilhas Marshall, na Micronésia.
O homem precisou ficar 11 dias internado, com pressão baixa e problemas nos tornozelos. Especialistas estimam que José tenha percorrido cerca de 10 mil quilômetros pelo mar.
José chegou a ser processado pela família de Ezequiel, que alegou que ele teria matado o amigo para praticar canibalismo. Por falta de testemunhas, ele foi submetido a um polígrafo (detector de mentiras) e passou ileso.
A história de José foi registrada oficialmente no Livro dos Recordes como a pessoa que por mais tempo ficou à deriva no oceano.