Vasco da Gama foi o primeiro explorador a conseguir liderar uma expedição direta entre a Europa e a Índia. As caravelas aportaram em Calicute e estabeleceram a primeira rota marítima entre os Oceanos Atlântico e Índico.
Na rota, a frota de Vasco da Gama contornou o Cabo da Boa Esperança, na África. A viagem bem-sucedida, com a descoberta do novo caminho, trouxe impactos políticos e econômicos enormes para Portugal na chamada Era dos Descobrimentos.
Vasco da Gama viajou mais duas vezes para as Índias, sendo que na última, em 1524, acabou morrendo de malária na cidade de Cochim, quando ocupava o posto de Vice-Rei da Índia Portuguesa, nomeado pelo rei D. João III.
No dia 25/4/2024, Portugal celebrou outro fato histórico, este muito mais recente: os 50 anos da Revolução dos Cravos. No dia 25 de abril de 1974, acabou o regime autoritário mais antigo da Europa ocidental no século 20 - que havia começado com a Ditadura Nacional, em 1926, e que teve sequência com o Estado Novo de António Salazar, a partir de 1933.
Um dos principais gatilhos para a revolução foi a oposição à guerra nas colônias africanas: Moçambique, Angola, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. O governo ditatorial de Salazar reprimia fortemente as movimentações pela independência dessas colônias.
Antonio de Oliveira Salazar se inspirava no fascismo italiano de Mussolini e no integralismo lusitano. E mesmo com o fim da Segunda Guerra Mundial - e a derrota do Nazifascismo - Portugal, com Salazar, e a Espanha, com Francisco Franco, mantiveram as ditaduras na Península Ibérica.
A Revolução dos Cravos, finalmente, resultou na libertação de presos políticos, na volta de exilados e na nacionalização de bancos e empresas, causando um êxodo de empresários para o Brasil e a África.
O nome Revolução dos Cravos se popularizou porque os soldados do exército português que derrubaram o regime de Salazar receberam cravos vermelhos e colocaram no cano de suas armas, desfilando pelas ruas. Até hoje, o gesto é repetido nas celebrações.
Portugal é um dos países que mais atraem os brasileiros na Europa, até pela identificação por causa do idioma. Muitos, inclusive, tentam morar em Portugal, embora, atualmente, o elevado preço dos imóveis faça com que muitos brasileiros acabem montando tendas para viver nas ruas, como o FLIPAR já mostrou.
Aproveitando a celebração dos 50 anos do fim da ditadura em Portugal, veja Sete Maravilhas que existem no país e que foram escolhidas por votação. Lugares imperdíveis para quem quer conhecer a Terrinha, como Portugal é chamado carinhosamente,
Torre de Belém - Em 11/1/1907, há 115 anos, a Torre de Belém (Lisboa) foi classificada como Monumento Nacional de Portugal. Mais um título para a bela fortificação, à margem do Rio Tejo, construída para proteção do território entre 1514 e 1520. Na época, os gajos começavam a explorar o Brasil recém-descoberto por Pedro Álvares Cabral.
A torre tem 30m de altura, 5 andares, e uma arquitetura em estilo manuelino com influência islâmica, e entalhes de cruzes de Malta, símbolo das naus portuguesas (no detalhe). A construção, ponto turístico imperdível em Belém, é Patrimônio Mundial da Humanidade (Unesco) e uma das Sete Maravilhas de Portugal.
Castelo de Guimarães - Construído em 958, fica na freguesia de Oliveira do Castelo, em Guimarães. Foi usado nas lutas pela independência de Portugal e é chamado de 'berço da nacionalidade'.
No Castelo de Guimarães, nasceu o primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques (1109-1185), chamado de 'O Conquistador'. A pia usada em seu batismo fica numa capela no castelo. Turistas adoram subir as escadarias nas torres do século X (foto).
Castelo de Óbidos - Fica na freguesia de Santa Maria, em Óbidos, e foi construído entre os séculos XII e XIII, 79 metros acima do nível do mar. Tem estilo arquitetônico que mistura românico, gótico, manuelino e barroco.
O perímetro das muralhas, com torres cilíndricas, alcança 1.565 metros. Em alguns trechos, os muros chegam a 13 metros de altura. Destacam-se, ainda, o pelourinho da vila, erguido em granito, e o aqueduto com 3 km de extensão. O castelo foi ampliado no século XIV.
Mosteiro da Batalha - Nome popular dado ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também chamado de Templo da Pátria. Fica no distrito de Leiria. Foi erguido entre 1387 e 1563, uma obra que durou dois séculos.
No mosteiro, em estilo gótico e manuelino, funcionava a Ordem de São Domingos. Restaurado em 1983, ele é atualmente um museu e também Panteão Nacional.
Mosteiro de Alcobaça - Inaugurado em 1252, é a primeira obra plenamente gótica em Portugal. Sua construção começou em 1178 pelos monges da Ordem de Cister.
Em 1863, os monges abandonaram o mosteiro por ordem da monarquia, que suprimiu as ordens religiosas no país. O mosteiro tinha um sistema de abastecimento de água proveniente do rio Alcoa, que foi feito pelos próprios monges.
Mosteiro dos Jerónimos - Começou a ser construído em 1501 (1 ano após a descoberta do Brasil). A obra durou 100 anos. Fica em Lisboa, perto da Torre de Belém. Tem o mais notável conjunto monástico de arquitetura manuelina. Ligado à Casa Real Portuguesa e à epopeia dos descobrimentos. Símbolo da nação portuguesa.
O claustro do mosteiro é o 1º do gênero em Portugal, com símbolos religiosos, régios e naturalistas. Neste mosteiro ficam túmulos de reis e personalidades marcantes da identidade lusitana, como os poetas Luís de Camões (1524-1580) e Fernando Pessoa (1888-1935), e o navegador Vasco da Gama (1469-1524).
Palácio Nacional da Pena - Inaugurado em 1854, fica em Sintra. Representa o estilo arquitetônico do Romantismo do século XIX. É o primeiro palácio nesse estilo da Europa. Mas também tem elementos neogóticos e detalhes com inspiração indiana.
Com a implantação da República Portuguesa, o palácio foi convertido em museu. Tem um parque que foi planejado simultaneamente com a construção do palácio, com jardins, grutas, pontes, pérgulas e fontes.