De acordo com relatos históricos, a crença de que os espíritos dos mortos transitavam entre os vivos levou populações celtas atemorizadas a desenharem expressões assombrosas em frutas e vegetais para tentar afastá-los. Dentro, eram colocadas velas acesas para afugentar os maus espíritos.
Os imigrantes irlandeses levaram o Halloween para os Estados Unidos. Segundo os historiadores, a festa surgiu a partir do festival pagão celta dedicado aos mortos chamado Samhain, que acontecia anualmente entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro.
A abundância de abóbora na época da colheita nos Estados Unidos, que coincide com o período do Dia das Bruxas (outono), fez com que o alimento fosse incorporado ao Halloween em terras americanas.
Outra explicação comumente citada para as expressões de sorriso assustador esculpidas nas abóboras refere-se a um personagem de um conto irlandês do século 19: Stingy Jack (Jack Mesquinho, em tradução livre), que tinha uma abóbora com olhos, nariz e boca no lugar do rosto.
Ele também era conhecido como Jack O’Lantern (Jack da Lanterna), daí a presença do acessório no Halloween. Segundo a lenda, Jack era um trapaceiro que conseguiu enganar o diabo duas vezes, mas que ao morrer foi rejeitado tanto no céu quanto no inferno. Condenado a vagar pela terra, ele iluminava seu caminho com uma brasa dentro de um nabo.
Embora seja comumente mencionada como legume, a abóbora é classificada como um fruto pelos botânicos, como acontece, por exemplo, também com o tomate.
A explicação está no fato de a abóbora ser resultado do desenvolvimento de um ovário que produz sementes. Ela faz parte da mesma família de melancia e melão, as Cucurbitáceas.
Fruto da aboboreira, a abóbora também é conhecida na designação popular como jerimum.
Originária das Américas há mais de dez mil anos, a abóbora foi um alimento importante para as civilizações antigas, como os incas, maias e astecas, por seu valor nutritivo e sabor especial.
A abóbora é uma boa fonte de carboidratos complexos, que fornecem energia. Também é rica em fibras, auxilia na digestão e promove saciedade. Contém uma quantidade moderada de proteínas. E quase nenhuma gordura.
Além disso, a abóbora tem bastante vitamina A na forma de beta-caroteno, essencial para a saúde dos olhos e pele. Também é rica em vitamina C, importante para o sistema imunológico. Tem vitamina E, antioxidante que ajuda a proteger as células. E, ainda, vitaminas do complexo B - B2 (riboflavina), B6 (piridoxina) e folato - que ajudam no metabolismo energético e no funcionamento do sistema nervoso.
Os indígenas que primeiro habitaram o território brasileiro também cultivavam abóbora. Ela compunha com mandioca e milho os produtos agrícolas mais relevantes.
Há documentos históricos que mencionam a presença da abóbora também nas civilizações egípcia e romana. Inclusive, existem registros do uso do fruto com mel para auxiliar na digestão das proteínas.
Os colonizadores europeus que chegaram ao continente americano no século 16, em particular portugueses e espanhóis, levaram e difundiram a abóbora pelo Velho Continente.
Uma das características da abóbora é sua versatilidade, compondo fartamente receitas de pratos salgados e doces. Podem ser aproveitadas todas as suas partes: casca, polpa e sementes.
Na atualidade, a abóbora é cultivada em todo o mundo por sua boa adaptação a variados tipos de solos. Porém, elas precisam de temperaturas quentes para se desenvolver, sendo hostis a ambientes frios.
Ricas em caroteno e vitaminas, as abóboras são um fruto com grande variedade pelo mundo. Algumas tem outra coloração que não o laranja. A Abóbora Bolota, por exemplo, tem casco verde. Já a Abóbora Casper é branca por fora e contém polpa laranja vivo.
As abóboras mais comuns no Brasil são a moranga, a japonesa, a abóbora de pescoço ou seca e abobrinha, que é muito comum nas cozinhas do país com sua casca verde clara. Entre os pratos típicos da culinária local estão o camarão na moranga e o doce de abóbora.