Criado em 1917 por Otto Messmer nos Estados Unidos, o personagem surgiu em um período de transição do cinema mudo. Vamos, então, saber um pouco mais sobre o carismático gato?
Embora Messmer tenha feito a arte, inicialmente do gato chamado 'Tom', o produtor Pat Sullivan também reivindicou a autoria, pois a ideia do personagem partiu dele.
O Gato Félix (Felix the Cat) fez sua primeira aparição em Feline Follies, um curta de animação de 1919, produzido pela Pat Sullivan Studios. O personagem foi um dos primeiros ícones da animação.
Em Feline Follies, Félix é um gato travesso e irreverente, mas também um tanto inocente e cativante. O curta é uma mistura de comédia e surrealismo, onde o personagem enfrenta várias situações inusitadas, como interações com objetos que ganham vida e transformações de formas físicas.
Nesse filme, ele ainda não tinha o visual que mais associamos a ele hoje, mas já era possível notar o estilo de animação pioneiro que faria de Félix uma estrela.
A popularidade do personagem cresceu rapidamente, tornando-se um símbolo na indústria gráfica, com sua imagem aparecendo em diversos produtos e comerciais, incluindo a Chevrolet.
Suas narrativas simples e cômicas cativaram o público, especialmente durante a era do cinema mudo. Mas nem tudo eram flores para o carismático gatinho preto...
Com o advento do cinema falado, o Gato Félix enfrentou dificuldades, pois seus criadores não acreditavam que ele se adaptaria a essa nova forma de entretenimento.
Embora tenham tentado produzir episódios sonoros e coloridos, esses esforços falharam, e o personagem caiu em desuso. Havia tempo, porém, para uma reviravolta.
Afinal, em 1953, com a chegada da televisão, o Gato Félix foi revitalizado, ganhando novas histórias e um público renovado.
Além de seu impacto no cinema, o Gato Félix se tornou uma figura reconhecida em várias culturas. No Brasil, por exemplo, estreou nos anos 60 na TV Tupi, com dublagens que incluem vozes conhecidas.
Monteiro Lobato até escreveu uma história envolvendo o personagem, integrando-o, dessa forma, à literatura infantil brasileira.
Os curtas do Gato Félix começaram a ser transmitidos em programas infantis aqui no Brasil. Através da TV, Félix conquistou uma geração de crianças, sendo exibido principalmente em horários de desenho animado.
Sua popularidade no Brasil também se deve à sua exibição nas matinês de cinemas, além de ser parte integrante de revistas em quadrinhos e gibis, onde o personagem apareceu ao lado de outros clássicos de animação.
Félix não só influenciou a animação, como também serviu de inspiração para outros personagens icônicos, como Mickey Mouse, de Walt Disney.
A popularidade do Gato Félix levou a mudanças significativas na publicidade, com marcas como Chevrolet criando comerciais estrelados por ele. A concessionária 'Felix Chevrolet' foi estabelecida em 1921, exemplificando essa influência.
O Gato Félix prefigurou o formato de desenhos animados como entretenimento de massa, estabelecendo um modelo para personagens de longa duração.
Félix também foi pioneiro no uso de animação baseada em gags visuais e situações absurdas, influenciando gerações de animadores.
Seu sucesso ajudou a consolidar a animação como um meio de expressão artístico e comercial, moldando a indústria de cartoons e abrindo caminho para futuras inovações.
Em suma, o Gato Félix é uma figura essencial na história da animação, não apenas como um personagem de sucesso, mas como um precursor que moldou a indústria e deixou um legado duradouro.