O principal ponto das novas regras é a permissão para que o sepultamento dos papas aconteça fora do Vaticano, cidade-estado que é a sede da Igreja Católica.
O Monsenhor Diego Ravelli, mestre de cerimônias litúrgicas do Vaticano, explicou qual o fundamento das mudanças: “Enfatizar ainda mais que o funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo e não de um homem poderoso deste mundo'.
O Papa Francisco já externou o desejo de ser enterrado em uma caixão simples de madeira na basílica de Santa Maria Maggiore (foto), em Roma. A maioria dos pontífices foram sepultados sob a Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Dessa forma, ele seria o primeiro Papa a ser sepultado em outro local desde Leão XIII, em 1903.
Segundo os registros, o Pontífice decidiu que, quando morrer, seu corpo não deve ser exposto fora do caixão, como é feito tradicionalmente.
Essa mesma 'regra' também deverá ser seguida pelos futuros papas — o último que teve o corpo exposto fora do caixão foi Bento XVI.
“Estou revisando o ritual para que os papas sejam velados e enterrados como qualquer filho da Igreja', anunciou Francisco. Antes, cada Papa tinha dois funerais. Agora, será apenas um, com o Pontífice já dentro do caixão.
O Papa Francisco tem buscado novas interlocuções e também reformas. Em abril, o livro “El sucessor”, do jornalista espanhol Javier Martinez-Brocal, lançado na Europa, já havia revelado a vontade do pontífice de simplificar os funerais dos papas, incluindo o seu próprio.
Prestes a completar 88 anos e mesmo convivendo com problemas de saúde, o Papa Francisco fez neste ano a mais longa viagem de seu pontificado, iniciado em 2013.
O líder da Igreja Católica visitou por 12 dias de setembro regiões do sudeste asiático e do pacífico sul. Quatro países compuseram o roteiro papal: Papua Nova Guiné, Timor Leste, Indonésia e Singapura.
Na viagem, o pontífice esteve acompanhado de duas enfermeiras e um médico, dada a agenda exaustiva e sua idade avançada.
O Papa Francisco nasceu em 17 de dezembro de 1936 e foi batizado como Jorge Mario Bergoglio. Ele é o 266º Papa da Igreja Católica e líder mundial da Igreja desde março de 2013, quando sucedeu o Papa Bento XVI, que renunciou ao posto.
Antes de se tornar Papa, ele serviu como arcebispo de Buenos Aires e como cardeal da Igreja Católica.
Sendo argentino, ele é o primeiro Papa nascido fora da Europa e o primeiro Papa jesuíta da história da Igreja Católica.
Uma das características marcantes de Francisco é sua abordagem pastoral e seu compromisso com os pobres e marginalizados. Ele frequentemente enfatiza a importância de uma igreja que esteja próxima das pessoas e que se envolva ativamente em questões sociais.
Francisco adotou um estilo de vida modesto, escolhendo viver em quartos simples no Vaticano em vez do Palácio Apostólico, e é conhecido por usar roupas menos elaborados do que seus antecessores.
O Papa também é conhecido por sua abordagem inclusiva. Ele tem enfatizado a compaixão e a misericórdia, buscando uma igreja mais acolhedora e próxima das pessoas.
Francisco frequentemente fala sobre temas como a importância da família, a paz mundial, a justiça social e a proteção do meio ambiente.
Além disso, Francisco também tem sido um defensor ativo do diálogo inter-religioso e da reconciliação entre diferentes grupos.
Em uma decisão histórica, em dezembro de 2023, Francisco autorizou que casais do mesmo sexo pudessem receber a benção nas igrejas católicas.
Suas opiniões sobre o tema já causaram polêmica na comunidade católica, como quando ele disse que 'a homossexualidade não é crime' ou quando criticou países que criminalizam os homossexuais.
Na vida pessoal, Francisco é um amante de futebol, tango e literatura. Ele também é apaixonado por Dostoievski, Borges e outros autores clássicos.