Em 1987, a maior companhia aérea do mundo resolveu tirar uma azeitona de cada salada servida a bordo. Com isso, a empresa conquistou uma economia de US$ 40 mil por ano.
As informações são de uma reportagem da BBC, que revela também que a decisão veio do próprio CEO da American Airlines, Bob Crandall.
Depois de analisar os dados operacionais, o empresário descobriu que 72% dos passageiros não consumiam as azeitonas nas refeições.
Para evitar desperdício e cortar gastos, Crandall, então, decidiu reduzir a quantidade de azeitonas em cada salada. Uma solução que pode parecer pequena, mas que trouxe reflexos futuros nas finanças da empresa.
Dessa forma, a mudança trouxe uma economia inesperada. Isso mostrou que uma boa alocação de capital pode salvar uma empresa. Essa é uma habilidade fundamental para todo gestor.
Para o empresário William Thorndike, autor do livro The Outsiders, os executivos mais bem-sucedidos do mundo devem dominar a arte de alocar recursos de maneira estratégica, racional e sustentável para as empresas.
Ele também explica que profissionais com essa capacidade sabem quais áreas precisam de investimentos e dão prioridade para as que prometem maiores retornos ajustados ao risco
Além disso, o executivo diz que o segredo do sucesso está em reinvestir de forma assertiva nos próprios negócios. O empresário também precisa perseguir aquisições que realmente agregam valor para a empresa. Isso sem seguir modismos ou pressões de mercado.
O caso da American Airlines e a azeitona é um exemplo claro de como decisões simples, mas baseadas em dados e análise cuidadosa, que podem levar empresas a resultados impressionantes.
Com isso, saber como alocar capital não é apenas uma habilidade técnica ou conhecimento, mas uma prática estratégica. Algo que pode transformar a saúde financeira de uma organização.
As primeiras refeições em aeronaves foram servidas em 1919 pela companhia aérea Handley Page Transport na rota Londres – Paris. Foi a empresa aérea Western Air Express a primeira a servir refeições em seus voos dentro dos Estados Unidos.
Atualmente, diversas empresas são responsáveis pelo preparo das refeições servidas nos voos. Uma das maiores é a LSG Sky Chefs, que atende 22 companhias aéreas, servindo cerca de 30 mil refeições por dia.
Apesar desta grande quantidade de comida, o processo é executado individualmente, sendo que os alimentos são cortados e embalados à mão.
O processo de produção da comida servida no avião obedece às etapas do Programa HACCP, do inglês, Hazard Analysis & Critical Control Point, que significa Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle.
Trata-se de uma certificação de qualidade destinada a empresas do setor alimentício. Elas têm como base as seguintes diretrizes: procedimento de verificação dos riscos, avaliação de perigos e determinação de limites críticos a serem controlados e monitorados.
O intuito é proteger os direitos do consumidor quanto à composição e peso e, acima de tudo, evitar riscos à saúde dos passageiros. Os nutricionistas das diversas empresas aéreas acompanham e fazem uma vistoria constante dos serviços de catering aéreo.
Para certificar-se de que os padrões estabelecidos estão sendo cumpridos, os nutricionistas possuem um cheklist a ser seguido. Entre as etapas, estão o tempo de preparo dos alimentos, a higiene pessoal dos funcionários, assim como suas vestimentas, o ambiente, os vestiários, a condição de entrada das mercadorias, prazo de validade.
Isso porque um incidente, por menor que seja, pode manchar substancialmente a imagem de uma companhia aérea e afetar diretamente nos lucros e no futuro da empresa como um todo.
As sobras dos alimentos e as embalagens são compactadas e, futuramente, incineradas. Tudo isso para que não haja risco de contágio de doenças locais, já que os aviões circulam por todas as partes do mundo.
No caso de voos com escalas, os restos de alimentos são recolhidos em cada parada. Desse modo, os lanches e refeições que não foram servidos são recolhidos e substituÃdos.
Os alimentos servidos no avião possuem a mesma origem de qualquer outro alimento que encontramos nos supermercados ou feiras. A diferença está em seu processo de armazenamento e preparação, que é complexo envolvendo etapas especiais de logística.
O armazenamento dos alimentos deve ser feito em câmaras frias e separados conforme uma tabela nutricional. Essas câmaras apresentam baixíssimas temperaturas para que não haja a proliferação de bactérias.
O catering (serviço de fornecimento de refeições coletivas) checa para certificar-se do número exato de passageiros do voo e quantas e quais refeições deverão ser preparadas.
Cada companhia aérea determina as receitas para as refeições que serão servidas. O preparo de alguns alimentos tem início até 48 horas antes da viagem. Pode incluir carnes, risotos, saladas, massas, pães e sobremesas.
No momento da preparação das refeições, dois fatores exigem bastante atenção: a temperatura e o tempo. As carnes, por exemplo, devem ser cozidas, no mínimo, a 60°C.
Em seguida, o alimento preparado é conduzido a uma câmara com temperatura de 10°C â?? essa é a temperatura tida como ideal para que não haja contaminação por micro-organismos.
Nenhum alimento deverá ficar acima de 45 minutos fora de refrigeração. Para isso, todas as refeições devem ser embarcadas duas horas antes da decolagem do avião.
Então, a comida é preparada para as bandejas, enquanto os pratos são montados nas tijelinhas. Os alimentos são conferidos diversas vezes, pesados, e seguem os critérios do manual de empresas.
As refeições que serão servidas nas classes econômica e executiva são montadas pelo catering. Já os pratos que serão servidos aos passageiros da primeira classe são montados durante o voo, alguns minutos antes de serem servidos.
Os carrinhos em que os comissários transportam os alimentos são chamados de trolleys. As companhias aéreas é que os fornecem para as empresas de catering que preparam a comida e cuidam da sua higienização antes de serem levados para o avião.